quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Rua 14



Na rua estreita
Hades está a espreita
Atrás de mortos em vida
Nunca vi entidade
Tão ovacionada!

Perdi amigos para um bom trago
Estar chapado já não era mal presságio
Daqui você não passa se não pagar pedágio
Nem limpa tua barra com um sorriso largo!

Garoto dos recados!
Guarde alguns trocados!
Financie uns baseados
E ao falar de um sujeito
Não delate seus predicados!

Na rua afoita
Hades tem sua seita
Já deixou tua oferta?
Quem diria que a morte
Seria a dama da festa?

Não existe margem para imprecisão
Poucos não tiveram alguma intimação
Metade já esteve na reabilitação
Recuperando os nervos da detenção!

Dano por narcóticos
Quem sabe um coma alcóolico?
Na travessia dos viciados
Você mesmo acaba
Saindo dela um pouco culpado!

Adeus...
Não foi bom te conhecer.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sem Mais Ressalvas


Por muito tempo me rendi
E de mim me afastei
O meu orgulho engoli
E do passado eu vivi
A nostalgia era envolvente
Animou o mais descrente
Mas fui em frente...
Hoje encontro o que procuro
Tateando no escuro
E mesmo perdido no percurso
Acredito não estar confuso
Eu vou na linha de frente
Desarmado e contente
Daqui em diante...
Nada será como antigamente
Eu decidi não ser tão deprimente
Cansei de ser o bom menino reticente...
Aprender!
A não mais me ater
E sem mais ressalvas
Poderei crescer
Se eu ficar na curva sinuosa
Partirei de forma onerosa
Serei  a risada ruidosa
De novas relações frondosas
Não golpearei meu oponente
Nem me farei de inocente
É evidente...
Vesti a aura do sobrevivente!
Deixei a muito de estar dormente
Tua resposta nunca me foi suficiente...
Conhecer!
E os mesmos deslizes não cometer!
E sem mais ressalvas
Não vou me arrepender

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Rumbora, sai do mei"

Então tá, vamos ver se eu entendi: eu sou nordestina, nascida e criada no Piauí e por isso (só por isso) eu estou sendo julgada, difamada, execrada, reduzida à zero. É isso? Tudo bem então, vamos lá. Não, mas eu posso falar agora, ou vou ter que ficar mais uma vez de camarote vendo e ouvindo isso que vocês andam falando? Ah, sim, obrigada! Pois bem, agora sim, vamos lá.

Enquanto dentro da humanidade houver desumanidade sempre haverá pessoas como as que eu vou citar: Mayara Petruso e Sophia Fernandes.

Mayara Petruso, estudante de Direito, após a vitória da atual Presidente Dilma Rousseff, utilizou suas redes sociais para atribuir a "culpa" dessa vitória aos nordestinos. Mas aí eu pergunto: que culpa temos nós? Acho que ela não sabia, mas mesmo que as regiões norte e nordeste não tivessem participado da votação ainda assim Dilma teria ganhado. O colégio eleitoral que elegeu a Presidente chama-se Minas Gerais. Agora me digam, Minas Gerais fica no Nordeste? Acho que não. Ela só não poderia ter esquecido de jeito nenhum que o Deputado Federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o TIRIRICA (PR - SÃO PAULO) foi o mais votado do Brasil. Definitivamente, ela não deveria ter esquecido que o próprio SÃO PAULO elegeu um nordestino.

Sophia Fernandes (fake)*, atualmente, utilizou-se também de suas redes sociais para também proferir grandes ataques à nós nordestinos. Em uma de suas infelizes passagens ela questiona se o Piauí fica no Brasil. Santa ignorância. Perdoe-a, Senhor, ela realmente não sabe o que diz! Em outra passagem ela nos chama de cortadores de cana e catadores de mandioca. Será que há mesmo algum mal nisso e os nordestinos não sabem ainda? Ao fim de tudo (nem se fim ainda) ela reclama dessa "bosta de república".

Fato é que, "bosta de república" ou não é onde essas medíocres, para nossa infelicidade, nasceram. O Brasil é grande, eu sei. Marcado por toda a diversidade regional e cultural. No nordeste, talvez elas não saibam ainda, mas há quem nasça em berço de ouro. A televisão mostra a seca, a desnutrição, os pés rachados e cansados, o fardo, a fome, o casebre, as ruas sem sequer calçamento, a pobreza, o lixo, o trombadinha. Mas o que as lindas aí não sabem é que em 2009 a melhor escola particular do país chama-se Instituto Dom Barreto em Teresina-PIAUÍ.

Certa vez conheci um Rio Grandense do Sul. Ele reclamava de tudo. Reclamava porque os carros param para que os pedestres pudessem atravessar na faixa. E ele não estava gostando dessa ideia porque, como ele mesmo dizia, "lá no SUL você vai atravessando a rua e não perde tanto tempo parado". Ele reclamava também do calor de Brasília, dos ônibus, das paradas de ônibus, das pessoas, da baladas, da meninas, do ar seco, enfim. Ele veio assumir um concurso de nível médio para ganhar pouco mais de R$ 2.000,00 em uma das cidades mais caras do país. Agora me digam, o que é mesmo que ele veio fazer aqui reclamando desse tanto?? Com certeza no seu querido Estado ele não conseguiu oportunidade melhor que essa.

O sentimento é de insegurança, tristeza, perplexidade, algo assim. Mas tudo bem, elas e ele que estão infelizes nos locais onde estão, só lamento. O tempo é de renovação. É de quebrar barreiras para construir a humanidade de mãos dadas, com amor e respeito.

Bom, elas não gostam dessa "bosta de república", né? Tudo bem. Desocupem o território, então! Simples assim. Não já dizia o ditado: "os incomodados que se retirem"? Então, façam-nos esse favor, Mayara Petruso e Sophia Fernandes, já que vocês não querem permanecer nessa "bosta de república" ao lado de catadores de mandioca e cortadores de cana, tem o Uruguai logo ali, vai que os hermanos recebem vocês de braços abertos. Tentem lá! Ah, tem um oceano aí do lado também. Vão morar num barco e criar a República massa de vocês.

Xispa...

*Sophia Fernandes é um perfil falso nas redes sociais. Ao citar seu nome, fiz alusão à quem esteve por trás disso tudo.

[Por Carol Moreno]

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Todos estão de cabeça quente


O sol é quente e ninguém espera
Que o ônibus vá demorar mais de meia hora.
Mas o pior é que demora.
Quando eu cheguei havia acabado de passar,
Segundo me informou um ambulante
E a única sombra que tem é a do poste, onde uns três fazem fila.

O sol é quente e tirando a agonia,
O carregamento de celular pirata que chegou,
Era só uma pelada na quadra do Caic,
Mas os ânimos se acirraram,
Todos estão de cabeça quente
E o que está com o pé quebrado saiu prometendo vingança,
Dizendo que ia chamar fulano pra dar uma pressão em ciclano,
Que ele ia ver pra deixar de ser otário.

Todos estão de cabeça quente
E é porque amanheceu nublado hoje
Mas o tempo é questão natural
E com o tempo naturalmente você vai aprendendo
Que não importa o quanto você espera,
O ônibus não vai esperar por você
Como tudo na vida,
Como todos na morte.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Devaneios

Desejo desaparecer, pelo menos um segundo...
Despertar em um mundo onde eu possa ser feliz.
Não me deteste por isso.
Apenas desejo provar o gosto das frutas que nunca comi
O aroma das flores que nunca senti
O som dos pássaros ao acordar
O vento ao me tocar
Pela manhã deitada sobre a relva verde e macia
Molhada pela garoa do dia...


Às vezes penso em como seria morrer antes de experimentar tudo isso
É bom imaginar os nossos devaneios.
É bom ficar horas imaginando.
Mas, melhor ainda é poder realizar os nossos sonhos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Heitor Matos da Silva

As vezes sinto como se quisesse se vingar de algo ou alguém
Que em outro tempo e espaço não te fez bem.
O teu desconforto me incomoda,
É foda não poder ajudar,
Te ouvir relatar e só,
De maneira sombria
Teu canto de dor,
Ferida de Amor
Que nunca passou,
Heitor.

Mas Heitor, quem se alimenta do passado morre de fome,
Porque o futuro é maior
E você deve entender
Ainda que sem aceitar
Que o que te faz sofrer
É você continuar,
É Heitor permanecer preso
À memórias desgraçantes,
Conflitos rinocerontes
De sempre e antes,
Mas agora,
Só agora é Agora.
Libeeeeeeeeeerte-se!!!

Meu Modo


Eu forjei minha ponte
Sobre as coisas que perdi
Atitude condizente
Junto aos que dizem que cresci
Exercito o desapego
Dou atenção a quem merece
Se constranjo o teu ego
Sei que de vergonha carece...
Ajo do meu modo!
Não aguardo o teu aceite...
Melhor se incomodo!
O teu furor é meu deleite...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu Poderia



Eu poderia...
Correr e te alcançar
Eu deveria
Ao menos ligar...
Próximo, porém distante
A desculpa brilhante...
Eu Poderia...
Contigo dançar
Eu tentaria...
Mas fui me afastar...
Não espero que entenda
E não quero que se ofenda
Eu não queria...
Perdoe-me pela grosseria
Nem avisei  que sumiria...
Eu sei que estou em dívida!
E maculei uma dádiva...
Você me esperou ávida
E teve o tremor de uma dúvida!
Eu poderia...
Pra você cantar
Eu nem teria...
Medo de errar
Escolhi me ouvir calar
Fazer o silêncio por mim falar...
Eu Poderia!
Não me conter!
Eu saberia!
Te satisfazer!
Mas fui saciar minha fome
Com um passado disforme
Feliz eu seria...
Não  terei  suas mãos nas minhas!
Não mais lerei tuas entrelinhas!
Eu não sustentei!
A mentira que inventei!
E até te machuquei
Mas foi a mim que eu enganei!
Eu poderia?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Agora que você conhece o pior dos homens,
Deixa eu mostrar do que o melhor é capaz,
Me perdoa?
As pessoas tem uma missão suicida
De ao entrar em nossas vidas
Eliminar nossa solidão,
Você explodiu em mim.
Não é justo que fique espalhada em confusão,
Logo porque esse seu vestido combina em tudo com a parede ao fundo,
Pano de fundo que é meu coração.
E sempre que fazemos planos, você tem razão.
E quando isso acontece você se convence de que é a dona,
A dona da situação.
E como dona, você abusa,
Abusa e me deita no chão
De onde eu não quero mais levantar
E não levantar tão cedo.

Tendenciosa

Ela sabe o que te faz feliz
É o prestígio do esteriótipo
A tela da sensibilidade
Seu elo com a natureza
A veia cômica da história
Epifania Brilhante
E a não aceitação da diferença...
É a interação face a face
De mentes sem essência
A tendenciosa liberdade
É uma sádica violenta...
Ela é a mágoa do infeliz
O beijo frio da insônia
A arte de gente morta
E o jardim de nossa babilônia
A cova rasa da memória
A caixa de Pandora
Crua metáfora de nossa falência
É a interação face a face
de mentes sem essência
A tendenciosa verdade
Te induz a dormência
Seu ator militante parece me mostrar
O exemplo de conduta que eu
recuso a ter!
É a interação face a face
De mentes sem essência
A tendenciosa sobriedade
Guarda um homem em latência...

Mal-Estar




Todos os dias ao dormir
Escuto a revelação antes de orar
Mensagem que mais parece uma maldição
Um limite ao meu destino e aonde posso chegar
Eu acordo com o estrondo
Do seu descontentamento
As luzes dos seus sonhos
Perdem o seu encantamento
Os anos levam o espírito
E te ensinam a perder
Não existe mais o mérito
A quem fez por merecer?
Ao rebanho devo retornar?
A Ópera do nosso mal estar?
Bêbado ao menos pode fingir
Que tudo vai estar no seu devido lugar
E vai gozar da vida que sempre quis...
E me mostrar sabiamente onde devo estar
Desculpe se estou perdendo
O melhor do ensinamento
Mas se hoje estou correndo
É pra não ter arrependimento
E apenas por um momento
Me dê o desprendimento
De palpitar em seu púlpito
Sem seu ar de desalento
Ao rebanho devo retornar?
A Ópera do nosso mal estar?

Melancólica

 Eu sei que escuta
A tristeza que educa
E que tanto me implica
É como uma flor que murcha
E quando se acha madura
Ama e se machuca!
Te furtam a estima
Tu surta e desanima
Rotina que resigna!
Precisa estar triste para estar bem?
É mesmo tão bom não ouvir ninguém?
De repente ficou muda
Com a lamúria surda
E por ela reluta!
É como uma farda pesada
Com sua culpa costurada
É a mais bruxa entre as fadas!
É um golpe de vista
E o veneno do pessimista
É a sua maior conquista?
Faz algo de errado para ficar bem?
Eu sei, não precisa de ninguém!
Eu sei que não odeia
Mas não aprecia
Dilui-se em letargia!
Como uma atrofia
Um terminal sem agonia
Nem mais me respondia...
Ninguém te dizia
Mas penso que já se via
Mais morta que viva!
É revigorante não estar bem!
Não é bom esperar por ninguém!

Respeite-me



Respeite-me
Porque é a mim que tu fere?
Respeite-me
E que o diabo te carregue!
Feche essa boca imunda!
Que tenha uma chaga profunda!
O ódio que me afunda
Rói a tudo que em ti fecunda!
Respeite-me
Sou a doença que oferece...
Respeite-me
O sono de quem padece
É tão bom te ver mal!
Poder dormir em seu caos!
Brandir a arma letal
E acordar em seu funeral!
Vou espalhar calúnias
E fingir boas vindas
Rir da sua tortura
Alegria desmedida!
Respeite-me
Porque tu me persegue?
Respeite-me
E no fim, o que consegue?
Não sei como não percebe
Que nada acontece
Vai seguindo o eclipse...
Tão cego que se perde...

Respeite-me!
Deixe-me!

Epílogo



Que ligação sublime
Doçura que derrama
Se houve algum crime
Não há perdão para quem ama?
De uma lágrima a uma estima...
Todo prólogo tem seu epílogo
Seu pai se viu em apuros
Mas sempre te deu reconforto
Mesmo com a mente no escuro
De um suicídio absorto
Para quem aprende ou ensina
Todo prólogo tem seu epílogo
Se há resposta
Porque não a atesta?
Acha que não aguenta?
Se permita
A mudar sua condição
E se ele precisar...
Dê a ele seu perdão!
De onde ele estiver
Vai balbuciar e exortar
E para tudo o que vier
Terá no que se apoiar
Do fraco ao todo poderoso
Todo prólogo tem seu epílogo
Se há resposta
Nas linhas de uma carta
Que tal ver do que se trata?
Para a luz ele te chama
E tuas dúvidas ele sana
Para ter a paz...que exclama!

Ponto de Vista



A potente fala que te promove
Também te acomoda
Nem preciso me por a prova
Tenho brechas entre tuas dúvidas
Adestrou-me como um capanga
Vassalo que tudo comunga
E no ato que te consagra
Eu sou a audácia que te sangra!
Saiba que meu ponto de vista
Não é espólio de conquista
Nem Playground de vigarista
Ou prêmio de aposta!
Não!
Por muito tempo acendi seu molotov
Atuei como uma sombra torpe
Fui a chamada que te sacode
E a melhor rota de escape!
O teu sonho de eugenia
Não passa de mera esbórnia
Triste de quem junto a ti se filia
Ruirá junto a uma amadora tramóia
Entenda que tenho meu ponto de vista!
E também sei ser egoísta!
Além de fera que degusta!
E ranço que desgasta!
Não sou quimera
Tampouco mastro de bandeira
Farei você ter um pouco de boas maneiras
E com a armadilha certeira
Te enterrarei em minha trincheira!
Supõe comover com uma pose altiva?
Apenas desprezo é o que cultiva
E até o mais fiel se recusa...
Ferindo tua face com o dedo que acusa!

Minha Praga



Eu sou tua indisposição
Uma torta composição
A pior contra-indicação
Espera e precipitação
Ei, sou o gigante da razão!
E me expresso na intimação
Quietude e rebelião nada mais são
Que gestos imaturos de minha mão
Rasgando o teu corpo são
Eu tenho a vibração 
Que faz o mais destemido dos seres tremer...
Minha praga é uma provação
Em que até o medo quer se esconder...
Quando me olhar de soslaio
Verás o quanto é ordinário
Preso a um sistema binário
Vivendo um sonho precário
Amarrado as contas de um rosário
Maldizendo a boa vida do vizindário
Caindo em contos do vigário
Verga-se contra o primeiro adversário
Eu sou a sua derrota, antes que a possa reconhecer
Minha praga é o que te faz lutar em meu nome e morrer

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Encontro das Águas


Me diz o que é que eu faço dentro dos teus olhos,
Olhando assim de perto eu pareço parado,
Mas o certo é que eu não estou preso
Como também não estou no lugar errado.

Só pra você saber,
Não é normal como também não tem nome,
Como não tem definição de cor ou tamanho,
Mas ocupa um único lugar.

O coração do mundo está aqui
Porque todos vieram pra ver,
É o que todos pretendem ser
Pela vontade de Deus.

O meu Deus não usa jeans no Oriente
Em respeito ao que lá cala e consente,
À tradição de toda gente
Que não deve se traduzir intolerância.

Então me diz o que é que eu faço dentro dos teus olhos,
Olhando assim de perto eu permaneço calado,
Mas o certo é que eu não estou sujo,
Em outro lugar eu não estaria limpo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Você entende se eu sair correndo,
Não são as pessoas que estão em julgamento,
São os conflitos.
Mas com certeza elas estão em conflito
E são elas que julgam.

Não precisa essa tristeza toda
Se o que eles dizem não é o que você procura,
Deixe pra lá.
O ciclo teve início
E sobre isso eu não sei o que fazer.

Mas deixa eu te dizer outra coisa
Não relacione tudo o que eu falar, com a gente,
Você pode ficar louca ou chata
E não vai ser legal.

Você entende se eu sair correndo
Atrás do rodoviária, do vendedor de picolé
Com um sol desses você sabe como é.
Não estou me sentindo bem, estou de cabeça quente
E parece que vai explodir.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Who wants to sleep in the city that never wakes up

Deus, cadê o tempo que eu pedi pros meus vícios?
O meu suor já vai todo em sacrifício
E obrigado pela motivação.

Cadê o espaço onde eu me sinta a vontade,
Aqui cansado de andar sem graça
E quanto menos espaços existem mais o tempo passa,
Não sei se você está entendendo.

Que eu poderia dar esmola a quem quer que fosse,
Que eu poderia dar carona se tivesse um transporte,
Mas a questão não é essa e nunca esteve em pauta,
Ou se esteve não foi discutida com todos.

Não escolhemos nem quando nascer,
Que dirá com quais regras crescer.
Há um consenso que é falso,
Uma representação que não existe,
Mas e aí, eu quero meios de ser provocado,
Opções para dançar e ser arremessado,
Eu quero o ar pra mim.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Seu coração tinha fome de devorar carne nova
Sua língua derramava um veneno que precisava ser inoculado
Ela precisava de um novo amante, uma nova presa..."
E.N.S.E

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Constatação


Deus...,
Deus é detalhista.
A Natureza, retalhada.
A humanidade, Atolada.

domingo, 30 de outubro de 2011

Significa















Sonhar é de tal forma, alcançar a mente sem usar os dedos.
Chorar é beber da alma fora do corpo.
Viver é fazer externo o que se carrega nas veias.
Sorrir é cuspir nos olhos da dor.
Amar é perder todos os dias um pouco de cada verbo
E ainda assim ter algo para conjugar.

                                              (Halifas Quaresma)


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fantasmas

Fantasmas assustam.
Quantos fantasmas me assustaram durante a vida.
É ruim por dentro, mas inevitável. Às vezes sobe com força querendo causar nauseas.
Bem que seriam uteis essas nauseas, se pudessemos direcionar o vômito em cima de tais fantasmas.
Deixá-los, imundos, fedorentos. Destruí-los de nós mesmos.
Destrui-los da forma que quisessemos.
Cuspir, pisar, chutar.
Tenho medo de mim mesmo, de meus delírios e vontades guardadas.
Sou frio, violento.
Violento com as minhas negações. Com meus conceitos pré elaborados.
Se não aceito, quero extremo, quero fim do que não aceito.
Me perco na loucura que me move.
Me alimento e me perco.
E não consigo viver sem.
Se julgam que eu falo, enganam-se. Não falo um terço do que vem por dentro.
Se falasse, eu mesmo me perderia nas palavras e no tempo desses pensamentos.
Uma coisa fala: meus olhos.
Certo de quando olhados de verdade, eles mostram muito. Desdenham, renegam, ironizam.
Ah olhos os meus!
Já ouvi uma vez sobre medo. Medo deles.
Eu ri. Não é um medo absurdo.
Aprovo o medo.
Não sei se é lamentavél que tudo permaneça ali. Talvez melhor.
Caso contrario eu já teria destruído muito dos outros e até de mim mesmo.
Fantasmas me testam a paciência ao doer.
Paciência ao pensar em ações e guardá-las.
Em calcular e guardar.
Em executar na mente.
E guardar.
Lamento fantasmas, tirem o dedo do fundo meu peito!
De minha carne.
Fantasmas?
Me são apenas testes.


Fernanda Paz




Um ser vivo está fadado a estar vivo, enquanto vivo. 


Vivendo em abrigos, tossindo pro mundo e assoando seu destino. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Eu tenho certeza que expliquei tudo o que (ela) queria,
Não sei se como você gostaria...
Minha intenção não era causar intriga,
Ficar na mídia nem promover a oposição,
Eu não sei o que ganharia com isso.
...Se eu não tivesse nada a ver...
...aquela pessoa não teria me procurado,
você sabe bem.
Bem..., você não sabe nada...
VOCÊ não sabe nada,
Não tem ideia,
Sem noção...
FILHO da P...!

sábado, 22 de outubro de 2011


Fala!
Essa é a única chance que tem para falar.
O que é que você tem?
Talvez a gente ainda possa consertar,
Mesmo que eu não possa te ajudar de alguma maneira,
A conversa pode fazer você se encontrar.

Anda!
Mostra que o tem pra mostrar,
Chora o que deve ser chorado,
Não há mistério algum no pecado.
Não deixe que o tempo mude as coisas pra você,
Vá direto a elas
E não pense em como poderia ter sido,
É que divinamente não foi permitido,
Mas disso ninguém entende.

As vezes minha coragem me arrepende,
É que muitas vezes me fez passar por estúpido
E ver depois que eu realmente fui assim
E não há nada que me impeça de continuar sendo
Sempre que eu não for correspondido.

Eu sei que há vezes em que meu Deus não me entende...
Não somos como você, Deus e queremos ser mais.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quem é você?

Parte de um plano secreto
amigo fiel de Jesus
eu fui escolhido por ele
para pregá-lo na cruz
Cristo morreu como um homem
um mártir da salvação
deixando para mim seu amigo
o sinal da traição.

(..)

Se eu não tivesse traído
morreria cercado de luz
e o mundo hoje então não teria
a marca sagrada da cruz
e para provar que me amava
pediu outro gesto de amor
pediu que o traísse com um beijo
que minha boca então marcou.






JUDAS    ( RAUL SANTOS SEIXAS)
Aquela garota que todo mundo agora comenta,
Motivo de boatos que a sociedade alimenta,
Tinha a nossa idade, levava a nossa vida.
Para onde levaram a vida dela?

Tenho amigos que reclamam de solidão,
Para mim algumas amizades são em vão,
Pois quando você se julga esperto,
Acaba convencendo a si mesmo apenas,
Até a ingenuidade lhe trair.

E descansar em paz a opinião pública não consegue,
Sempre olharei para a obra quando passar em frente de São Cristóvão,
Quando imaginar cenas, montar estórias para me satisfazer,
Lembrarei das amigas que não tenho para conversar sobre as noites:

O que tem pra hoje?
Voltar como?
Tem certeza?
Indignidades mais tarde então!!!

Muita coragem para aquele lugar,
Aquela hora,
Com aquela(s) pessoa(s)?

Eu tenho isso tudo, pois como disse,
Estávamos na mesma fase,
Poderíamos até ter passado pela mesma fossa,
Vivo.

Verdade Absoluta de Sempre

Deus sabe o que faz
E a gente nunca sabe o que diz.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

She's gone

A vida da vaquinha moreninha

No brejo esqueceu seus garrotes

Em seguida descansou ao som do silvo dos pássaros

A morte se distanciou daquele pátio.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Era tudo o que ela queria:
Um clique a mais.
No mais ela não sabia
Encontrar a Paz...
Falava sem sentimento,
Fazia coisa a toa,
Tinha como contentamento-
A dor é boa.
Nem vai sentir quando se for,
Nem vai dormir quando se for
E nem vai sorrir, quando se for.

sábado, 17 de setembro de 2011

DO OUTRO LADO

À sombra das mangueiras
Os prédios e os homens
Clima calmo, quase harmonia
E a mão que afana não é a mesma que apodrece.

sábado, 10 de setembro de 2011

Você não é perfeita
E eu te Amo.
Não está satisfeita?
Eu te Amo.
Com o tempo nada se ajeita,
Foi engano...,



Mas essa não é a conclusão
Havemos de aprender a viver com isso
Ou sem isso não vivemos não.
Não vivemos não bixin.
Eu gostei daquele abraço
E de estar em seus braços.
Estou aprendendo a pegar coisas no ar
E estou lendo devagar
O seu olhar.
Uh..., o seu olhar,
O seu olhar...
Uh...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


A revolta está no olho de quem chora,
Já a tristeza na satisfação que explora,
É inconcebível,
Mas não precisa querer mudar o mundo,
Basta fazer o mudo falar.

Se for embora
Vou querer xingar o amor de todo jeito,
Vai ser só por uns tempos
Até eu me arrepender
Pois me engano sempre com algumas coisas,
Com as mesmas pessoas.

E mais do que meu sentimento,
Me desanima tanto tua mudança de comportamento,
O Interesse descarado dessa forma de tratamento
Vai dizer que não é bem assim
Que nunca esperou ouvir isso de mim.
Você queria mesmo então o quê?
Não era a mim que você queria?
Pois toma,

Eu também sei me fingir de louco
Pra depois pedir perdão,
Mas o pior, sei que não é pouco
O quanto machucam teu coração.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Como vão confiar em você

Se fazia coisas só para chamar atenção?

Agora você sabe o que realmente conseguiu,

Não consegue mais nada de ninguém.

Isso lhe deixa mal

E faz acreditar que está sozinha,

Mas eu conheço alguém que quer te comer.

Que medo é esse de ser,

De ser o que não é ainda.

Quando você agradece só tem certeza de uma coisa:

Não foi fácil.

E agora, está feliz?

E agora é a vez de quê?

Eu não sou a fim de você

Só quero entender as pessoas,

Mas vejo que estou ficando louco.

Do que precisa para achar que é melhor?

Passar em um concurso

Ou que apenas todos te digam a mesma coisa?

E quando se cansar de saber,

Você não saberá mais de nada,

Está vendo? Tá entendendo?

domingo, 14 de agosto de 2011



A Revolução Dos Espelhos

Quando o carro de trás não mais se aproximar
A batida no sinal, o caos na marginal.
Eles irão maquiar sua aparência, amigo.
O narciso em poucos dias morrerá.
Você sairá de casa aborrecido e feio.
                                                    
De nada adiantará a arrumação do cabelo.
Os espelhos estarão livres e à vontade pra te enganar.
Tempos antigos, mito da taberna.
A mulher de cabelo em pé
O galã não mais galã.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Loucura?

O proponente que propõe
De repente pressupõe
O mal feito cometido
Escarrado e não cuspido
O bravejo revelava
Que sua cara deslavada
Era fonte de loucura
Parecia mal sem cura
Tentando remendar o feito errado
Pois quando era feriado
Numa noite de inverno
Mandou um jovem pro inferno
O expulsando de sua casa
E com fogo frente em brasa
Foi queimando sua bunda
O jogando numa lama imunda
Onde os olhos quase choravam
E os porcos se esbaldavam
Pelo fedor que aquilo era
Mas sorrindo da janela
Com a loucura em pleno ataque
O velho sequer lembrava
Que o jovem queimado em brasa
Era o mesmo que um dia
Quando ele, no chão se rebatia
O salvou de sua morte
Foi um golpe de sorte
Ter encontrado tal menino
E acabou se redimindo
Lhe dando um teto e de comer
Mas vez e outra sem o reconhecer
Quando a loucura entra sem pedir
O jovem sofre a duras penas
O resultado de um mal dito sem cura
Que muitos chamam de loucura
Mas que é transmitido pela pobreza
E tem como sintoma a fome, o cansaço e a tristeza 

sábado, 16 de julho de 2011

Já percebi que muitas vezes o que mata o homem é a fé,
Mas isso é uma flecha de duas pontas.
Às vezes olho as coisas que eu queria ajeitar,
Porém eu sozinho não dou jeito
E isso sempre revelou minha impotência,
Também por isso não creio mais na ciência,
Quero agora fortalecer minha demência
Que ninguém me leva a mal
Que aí pra mim nem haverá juízo final.
Mas de que vale um homem sem juízo,
Um dia sem sorriso
Não tenho mais paciência pra reciclar minhas idéias,
Se meu cérebro virar uma geléia
Vou dar meu cú que nem uma tetéia,
Já fiz as contas, ganharei 1920 por mês,
Trabalhando só aos fins de semana,
Sem contar com um trabalho de 8hrs/dia de segunda a sábado,
Pronto.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Homem com Tinta Guache


Moço de faces pintadas
Vermelho no nariz-bola
Não  bastava ares de graça de palhaço
Ainda anda em pernas-de-pau...
-Como é a vista daí de cima?

Porque Vida a ser posta em cores
É saga de Palhaço
Que anda na rua
Catando cada sorriso perdido no asfalto:

Atrás dos vidros dos carros

Aos pés dos transeuntes

Nos pneus das bicicletas...

(Em teu bolso cabe tanta Alegria, Palhaço?)

Será quantas destas ruas
Quantos tantos destes carros
Correm pra dentro das tuas veias?

Será que Coração-Asfalto?

Há que se colorir...
E outros tantos pintados Palhaços
Costuram a vida da gente em seus monociclos
-Arte de coser colcha de retalhos coloridos.
E riem-se!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ultimamente a única coisa que tenho feito 
É ouvir de muitos o que tenho que fazer. 
Quando muito, faço sinal de positivo.

domingo, 10 de julho de 2011

Meu maior dilema é comigo
não sei se sento e escrevo
nem sei se vivo

Viva desapareço
se sumo quem sabe cresço

Viva uso mordaça
se sumo quem sabe passa

Meu maior dilema é comigo
não sou ousada
nem sou abrigo

Vida que quer ir só passando
Vida que deixa-me ir ficando


Fernanda Paz

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Antes do que se escreve




















Desmembrado punho
Lamenta-se, profundo,
Os únicos desenhos que pôde fazer.

Adormecidos sonhos
Queimados, em papel,
Na pele que se molda ao que se resta escrever.

Letra por letra,
Marteladas vezes,
Penduradas uma a uma
Na parede do que se resta dizer.

E lamentavelmente,
Despedindo-se frio,
Vai-se sangue a sangue
Formando-se ser.

Surgido de dores,
Provocável riso,
Adormenta-se em pontos,
Diz adeus ao branco incontido,
Saudando as cores daquilo que se lê.

                                          (Halifas Quaresma)

domingo, 3 de julho de 2011

"Que desça rasgando e me destrua as palavras
Que queime, que arda e que evapore!

Que me corroa
Que me adoce
...Que me me estrangule a angústia
Que me dilacere a tristeza

*Que exista, enfim,astro fulgido
E tal como a vida,
Consuma a mim..."

*Última estrofe escrita por Lucas Bruno.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

NO ESCURO



É noite
Ao meu lado, uma vela
e um copo de whisky
É noite.

Mais uma daquelas velhas noites...
A solidão nem é tão ruim
Hoje mais parece me abrigar
Que me bater.

O calor e o tédio é que são terríveis.

Ao olhar para a chama da vela
Minha lembrança vai longe
E viaja ao embalo do whisky
e de Cazuza.

É noite...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Além do Sonho

Rolando entre lençóis
Acordo apavorado
Sonhei ter te encontrado
Estávamos a sós

Você sempre me guiando
Por seus caminhos incertos
De desejos incompletos
E eu sempre te amando

Mas o eterno sempre acaba
E acordei sozinho novamente
O pavor que atormenta minha mente
Que em lágrimas desagua...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

OUTRA NOITE



Um vinho barato
Um tal de Chico
Um violão em repouso

Uma noite qualquer
Nesta cidade dormente
Na solidão de um quarto
Na solidão de uma casa

Não sinto mais tristeza por não saber dos teus passos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Basta você existir...

No silêncio da noite 
 Eu fico a te imaginar
como será você?
Onde você está?

Sei que você é perfeito
Sei que você é real
Sei que você é mais belo
Sue o nascer do sol matinal
 
Venha para mim
Meu sonho ideal
Não me deixe a esperar
Na minha busca surreal

E quando você vier
Não vou deixá-lo partir
Irei encher-lhe de amor
... Basta você existir...

domingo, 19 de junho de 2011

O BLOCO DA RIMA

Poeta sempre foi um bicho malino.
Bicho doido, maluco
Dono de brincar com letra!
Monta tudo, depois desmonta
Nem dá tempo de meia-rima!
-Mania desgraçada de mexer com palavra...
Ou será que Palavra mexe contigo?
(Rum, morre quem souber da resposta.)

Mas é justo essa gente
É essa gente que bate pé
No ritmo do pingo da chuva
E gente que toma banho
Na letra do Samba
Se atrepa em cima do muro
Pra ver o sol se por mais bonito
E fica abestalhado, com cara de Estátua de Mármore;
É justo essa gente quem pinta o crepúsculo da cidade.
Ou será que é crepúsculos pintam a gente?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vício

Nefasto e sombrio
Perdido ao luar
Dopado de embriaguez
Sou eu a vagar

Bailando ao vento
Doido a delirar
Ao vicio me entrego
Não vou suportar

É o alcool do inferno
A me embriagar
Numa taça de tinto
Que estou a tragar

É esse vício de você
É esse vício de amar
Que me faz perder os sentidos
Que me faz delirar...

sábado, 4 de junho de 2011

Magia Poética

Fiz uns versos avulsos
Pensando em você
Revelei meu lado obscuro
Na magia de te ter

Te conquisto lentamente
Com minhas modestas rimas
Num suspiro que desatina
O mistério de tua mente

Sou poeta
Sou amante
Sou mago solitário
Que segue avante...

sábado, 28 de maio de 2011

Sem Teto

Na rua deserta
Fico eu a vagar
Como alma penada
A te procurar

Sou eu um moribundo
Que quer se salvar
Mas para curar-me
Preciso te encontrar

Me salve das trevas
Me salve do frio
Sou aquele teu amante
De rosto sombrio

Quando estavas a chorar
Era eu que te amparava
Quantas vezes te acolhi
Nas mais longas madrugadas

Mas aqui estou eu perdido
Destinado apenas a te procurar
Na minha ânsia de encontrar
Em teu peito um abrigo...

SOZINHO



Se é da tua vontade, então vá
Deixa-me aqui com o peito ferido
Com meus versos
Sozinho

Vá, e deixa-me estancar este sangue
Cicatrizar mais este corte
E aprender, mais uma vez
Ou tentar
Sozinho

O mundo seguirá seu curso
"Na dor, ninguém chorará contigo"
E o que me resta é ainda acordar
Dia após dia
Ainda que me falte o brio
E continuar
sozinho.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Transmutação

A palavra deixa de ser abstrata no momento em que ela te dá um sentido concreto,
O Amor deixa de ser abstrato quando a menina (mais do que merecedora)
Recebe o meu carinho como afeto.
A fome ganha nome quando se cai de tontura,
O castigo por ser castigo não vem lá das alturas,
Pois o mal que se faz e não se vê,
A fé que se prega e não se crê
Será vexame para a hipocrisia
Nesse ato falho de total heresia
Porque Deus deixa de ser abstrato quando amanhece o dia,
Pois sempre que amanhece se renova a esperança
Do lamento da noite anterior quando não se alcança
A bondade birrenta cometida apenas por vingança,
Por orgulho, o que é pior...não sei,
Mas no final do drama gera uma comoção maior,
Uma Emoção melhor.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sim, era Eu teu poeta

Você fica me olhando
Com esse jeito espantado
Não fique atordoado
Sim, era Eu teu poeta

Quando você precisava
De alguma inspiração
Eu te enchia de emoção
Sim, era Eu teu poeta

Era eu que te confortava
Quando estava em agonia
Com paixão e poesia
Sim, era Eu teu poeta

Não te apavores a me ver
Não precisa se esconder
Não queria assustar você
Sim, era Eu teu poeta

Tenho você como inspiração
De meus sonhos mais belos
De meus sentimentos mais sinceros
Sim, sou Eu teu poeta.

domingo, 22 de maio de 2011

Loucuras ao Luar


Sereno ao luar ele me esperava
Me encarando prontamente
Aquele seu jeito meigo
Sacudiu a minha mente

Me despiu completamente
Com seu jeito de amar...
Um belo homem me dominando...
Fizemos loucuras ao luar

Até hoje estou te esperando
Espero um dia te encontrar
Para novamente fazermos
Nossas loucuras ao luar...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

 "Uma menina com corpo de mulher
Ou uma mulher com corpo de menina?
Um "ponto de equilíbrio" entre a vida adolescente e a vida adulta?
Um "meio-termo' ,café-com-leite?

Tanta ansiedade
Tanta pressa de viver
          ( como se o mundo fosse acabar amanhã)
Tanto medo do futuro
Tanta saudade do passado
Tantas dúvidas, oh! quantas perguntas
Pra ninguém responder...

Tanto amor
Tanta mágoa
Tanta alegria
Tanta tristeza
Como se tivesse a dose máxima do elixir da vida
injetada na veia, correndo a 100 km/h ...

Com um vulcão queimando em brasa no coração
Adrenalina!!!

TANTO                ...                                            TANTO


PRA QUE TANTO??
                                                  PORQUE TANTO??

                                                                                             PRA QUEM TANTO??!!!


TANTO                                                                           TANTO

      TANTO                                                          TANTO

                  TANTO                                TANTO

terça-feira, 17 de maio de 2011

Branco

Lembro ainda daquela sala
de como meus olhos viam coisas fixas e tortuosas nas paredes brancas.
Como cheguei, pouco sei. Mãos emboladas, corpo duro e retorcido em formas quase impossíveis.
A consciência estava meramente naquela lágrima que escorria da face alagando a camisola branca.
Não conseguia sair.
Errado. Não queria mesmo sair.
E ele ali. Senti mesmo sem ver. Sentia sempre a presença. Quem não estava ali era eu e cedo ou tarde ele descobriria e seguiria em frente.
Sala ou quarto. Cadeira ou cama. Ali era lugar nenhum. Algum lugar em mim. Nenhum lugar de mim que eu quisesse realmente estar.
Por isso o branco. Agora entendia as roupas, o chão, o teto, as cobertas.
Durante maior parte do dia as coisas simplesmente passavam diante dos olhos naquelas paredes.
Alguns momentos, de súbito as mãos, o corpo, a dor, a lágrima. O grito rasgava a garganta. E não via ninguem, e via muitos. E agulha para voltar às paredes.
Quando saía do quarto branco, sempre eles. A me olhar com olhares de sabedores de mim.
Mesmo eu não o era. E como quisera ser por tanto tempo. Mas não sabia nem de mim nem de ninguem e pior, nem do mundo.
Agora lá, só olhares no lugar estranho de mim que não era mundo. Que não era nada.
E nem queria que fosse.
Também lá fora não.
Queria outro. Outro lugar no qual eu não conseguia ir sozinha, mas tinha pressa em ir.
Talvez ele tenha culpa.
Tinha sim o poder de me mandar para lá, mas não quis. Sozinha não. Não conseguia nem podia.
Lembro vago do jardim. Sempre fechei os olhos quando estava lá.
O cheiro das flores era torturante. Minha cabeça doía, doía, e o corpo começava tudo.
De volta ao branco. Ao furo na pele.
Acordei.
Ele.
Porque insistia? Eu não queria mais estar em lugar nenhum. Como ele podia saber se eu estava ali ou não.
Eu ficava invisível com força. Mas o olhar dele estava em mim.
Outrora, me afagaria como fez nas primeiras vezes naquele lugar e me pediria para ficar perto, para voltar, para não ir embora.
Eu voltava. Sempre.
Como foi duro vê-lo sendo arrancado de mim naquelas horas em que eu não conseguia sair sozinha.
Trêmula, saliva escorrendo, olhar fixo. Ainda sim eu sabia que no canto alguém o segurava para que ele não corresse até meu estranho corpo apertando contra o peito.
"ela não compreende" diziam.
Só me olhava desde então.
Também acariciava meu cabelo.
Talvez falasse. Nem sei.
Talvez não ouvi.
Virei as costas deitada na cama por muitas vezes.
Deixava uma flor do meu lado e saía.
Louco. Insitir no inútil é loucura.
A flor murchava no mesmo lugar em que havia a colocado. Sem toque algum. Depois sumia quando os panos estavam limpos.
Um dia, o pior de todos. Um amontoado de coisinhas enlaçado com uma fita.
Já estava por dias. Eu olhava apenas de longe.
Jardim de olhos fechados, pessoas sabedoras, de volta e ainda estava lá. Arrisquei tocar. Cartas velhas que não ousei ler, caiu do embrulho uma fotografia. Algo parecido comigo, mas rindo. E ele. Uma flor em meu cabelo. Felicidade.
Angustia tomando conta parte por vez e alastrando pelo corpo. Sentir as dores do corpo contra parede com força fazia amenizar. Gritos também.
E logo eu não estava só.
E dormia contra a vontade.
Acordava, ele e a flor. Olhar fixo em mim.
Sentia-me paralisada como que anestesiada. Nem um sussurro. Nem uma menção.
Mas algo em mim talvez quisesse não estar mais ali.
E voltar como mágica para dentro da fotografia.


Fernanda Paz...

Ao Relento

Triste ser das profundezas
Que a luz quer alcançar
Zombam de mim as estrelas
Que ficam no céu a brilhar


Sai pelas ruas sozinho
Como um louco a divagar
Pelo espaço a delirar
Tonto a te procurar


Vem a névoa
Vem o frio
Somem as estrelas
E fico eu, perdido...

domingo, 15 de maio de 2011

Para IPT

Descobri minha falha com o seu problema,
Você as vezes pensa que está sozinha no mundo,
Quem não, mas com você é recorrente.
Você tem um remorso interno,
Um sentimento eterno de falta,
Era você quem atravessava seu irmão na rua
Enquanto atravessava a fase de perguntas á Lua,
Perguntas sinceras, resposta nenhuma.
De quando em vez o pai liga pra dizer que está vivo,
Eu não ligo, eu não sinto. Sintu multo pai.
A mãe que entra e sai não me vê, não me chama,
Quando estou feliz ela liga pra dizer que está preocupada,
Nem sabe que quando eu sair vai ser pra não voltar,
Que quando eu sofrer será por Amar e não por ter culpa,
Pois tudo o que quero é uma razão
Para Ser como sou e não Ser em vão.

Valciãn Calixto

sábado, 14 de maio de 2011

INOCÊNCIA DE AMAR

Eh esse teu jeito inocente
Que me faz delirar
Quando me olha nos olhos
E me chama pra amar

Tão puro e singelo
De olhar tão profundo
Amor meigo e inocente
Que me faz saltar do mundo...

Britto

Continuo vagabundo

Acabei de acordar
As escolhas feitas ontem foram as mesmas
Sem tempo pra nada, vegetei no leito.
Sem escolha de nada, continuei do mesmo jeito.
A rotina dura se repetia,
Como o girar da roda gigante que vez em quando eu via.

Neste momento estou na frente da tv
Querendo enteder as cortinas vermelhas,
Na parede preto e verde
E no fundo nenhum som, só a surdina.
Que quando o ouvido escuta e o olho vê,
Estremece a alma, martelo e a retina.

Agora estou na fila do banco
Esperando o tal do atendiemento:
Que promentem ser mais rapido que piscar.
Mas é não camarada, eu lamento.
O dinheiro rege a vida, rege tudo, rege o mundo
E eu na perifeira, continuo vagabundo!

Acabo de chegar do centro comercial
Que os grande empresarios chamam de coração da cidade
Que a população desfruta com olhos de fome
E ninguem percebe o tamanho da desigualdade:
No mesmo centro que orferece a fartura
Exclui do privilegio seu nome.

Agora estou deitando na minha cama
Descansando a cabeça no traveseiro
Esperando o sol surgir e tudo começar de novo
Anotando o que vou fazer primeiro
Mas na lista não tem espaço pra transformação
Se tento colocar, perco dinheiro

E o dinheiro rege a vida, rege tudo, rege o mundo!
É isso que os grandes empresrios dissem.
E ninguem percebe o tamanho da desigualdade.
Mas na periferia, continuo vagabundo!
Esperando o sol surgir e tudo começar de novo.
Como a roda gigante que gira a vida, gira tudo, gira o mundo!



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Meu cinema

Meu cinema

Queria que minha vida
Fosse meio assim
Um filme de Rock´n Roll

Sexo, drogas e Rock´n Roll
Sexo, drogas e Rock´n Roll

Mas tenho que acordar cedo
Tenho que trabalhar
Conta pra pagar
Ônibus lotado
Chefe enchendo o saco
Medo de ser assaltado
O dinheiro não dá pra nada
Vida cão
Vida cão
Vida cão
Vida cão

"Todo bom filho a casa retorna..." (Adeus, Romeu)

Me chamem de bem-educado por voltar àquilo que jamais fora meu.
Me chamem de indolente por jamais retonar àquilo que um dia foi eu.

Penso se a mãe da casa morreu...
Ou se o filho poeta caiu aos braços de morfeu.

Importaria se todas cartas que ao lar escreveu?
Será que um dia, sequer, leu?
Não importaria, pois a magia do coração adormeceu.

quarta-feira, 11 de maio de 2011


Se eu morresse hoje
Que lição teria aprendido comigo-
Que o orgulho é seu,
Mas a honra é sempre do inimigo?

Se tivéssemos feito planos juntos
Será que você daria prosseguimento
Ou faria outra vez
Com outra pessoa em novo momento?

Sei que não se preocupa como eu
Com o que pode ser
Você sempre manda eu calar a boca
E me chama pra viver...
Que é o que importa.

Quando eu não puder mais atender,
Quando eu não puder mais retornar,
Quando eu não puder mais abrir
Estarei contigo no lugar que deixar.

Enquanto ainda puder só sentir,
Enquanto ainda puder só recordar,
Enquanto você lembrar de mim
Estarei contigo no lugar que deixar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

O Baile Fúnebre

E começa uma valsa
Suave a tocar
Teu rosto risonho
Estou a admirar

No baile da vida
Estais a bailar
Qual estrela perfeita
No céu a brilhar

Mas de repente
Ouve-se um gemido no ar:
O som estridente
Do Tango a tocar

Uma taça de tinto
E um vestido escarlate
O batom cor de sangue...
Meu peito por ti arde

Da valsa inocente
Ao Tango Fatal
O baile continua
Num som colossal

Um brinde a vida!
Um brinde a Morte!
Venha a última dança:
O Tango da Morte!

Britto

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poeminha (Pó em mim ,ah!)

A chuva limpa cai.

Cai limpa
E limpa tudo

Limpa o mundo e limpa o fundo
Leva a sujeira pra dentro do chão
Como menina traquina que esconde a poeira debaixo do tapete
Pra acabar logo e ir brincar 
Dizendo 'mamãe ,já terminei minha missão' !

Uuuuaaaghhhh!




Um poeta angustiado
É como ânsia de vômito
Sente-se um enjôo terrível
Mas não põe nada pra fora

E quando finalmente sai, vai rasgando tudo
Deixa um gosto amargo na boca e a garganta ardendo.
                                                                                

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Você tem medo,
Não é só isso,
Tem desejo
E se reprime.
Não é de hoje
Que te observo,
Você sabe do seu crime.

E tanto faz,
Faz bom tempo
Depois que um tempo bom
Chegou pra mim
E posso dizer,
Tenho é certeza
"Deus não é tão mal assim",
O amor as vezes dói sim,
Mas é só uns tiquin,
Depois passa rapidão.

Cigarro (Mundo gira)

Cigarro mata garoto
Meu pai me dizia
E eu fumava outro
Com aquele whisky
Falsificado
E no fim da noite
Começo do dia

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

O mundo e mais real
Mais surreal
E coisas ficar mais fácil
De se entender...

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

Translação ou rotação
Como tudo é fácil
De se escolher
Fecho os olhos e escolho...

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

No fim da noite começo do dia
No fim da noite começo do dia
No fim da noite começo do dia

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que há de concreto

Foi o dia que passou:
Preenchido, corrido, cheio de nada.
É a hora que passa:
Olho para o teto, suspiro... Mais uma hora despediçada.
Séra a folha escrita:
Branca, humilde e calada.
Mas me responda só uma coisa,
Quando você pensa em sumir
A morte é o caminho mais certo
Ou você tem para onde ir?

E você desaparecendo
O que é que vai mudar?
A dúvida some,
Mas o erro vai ficar.

Quem sabe sua ausência ajude a entender
Porque dentro de casa não conseguia mais viver.

Você se queixa dos amigos
Ou da falta que eles lhe fazem,
Passa a tarde inteira comigo.

Sei que não queria estar me dizendo
Tudo o que já me confessou,
Mas tem horas que o povo enche o saco,
Quando vai ver já desabafou.

Por que não se discute uma tema como suicídio?
Conheci vários casos nas rodinhas de amigos.
Por que não se debate temas como suicídio?
Preferem contar mortos em antigos genocídios.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Alvorada

Na Alvorada do meu coração
Você me deixou confuso
Sozinho com a Solidão

Na Alvorada do meu Coração
Meu mundo despencou
Com a frieza da Aflição

Na Alvorada do Meu Coração
Não tenho mais mundo
Estou em Abstenção

Na Alvorada do Meu Coração
Está tudo Vazio
É tudo Emoção...


[Britto]

Basta você existir

No silêncio da noite
Eu fico a te imaginar
Como será você?
Onde você está?

Sei que você é perfeito
Sei que você é real
Sei que você é mais belo
Que o nascer do sol matinal

Venha para mim
Meu sonho ideal
Não me deixe a esperar
Na minha busca surreal

E quando você vier
Não vou deixá-lo partir
Irei encher-lhe de amor
...Basta você existir...

[Britto]

domingo, 1 de maio de 2011

Póstuma ausência

Falta aquele sorriso do retrato
que prometi que você teria
este, que meus lábios, e um pouco de ousadia
beijariam num gesto sem recato;

Faltam, inda, seus dedos inexatos
rascunhando com certa teimosia
em minha pele, indecência e fantasia
e sua língua fazendo artesanato;

Também faltam talher, e copo, e prato
mas pra que disso eu precisaria
se já tenho as mãos, olhar, olfato?

Sobra ar, mas confesso que eu queria
que o ar me faltasse todo dia
se tua boca tomasse-me de assalto...

[Gil Costa]