sábado, 25 de fevereiro de 2012

Degradante


Eis que no picadeiro
Entra o circo da família
Com seu baixo calão grosseiro
Expelem as piores anomalias

Não é melhor dar um passeio?

São como animais no cativeiro
Onde o laço afetivo é irrelevante
Prole e cria se agridem o tempo inteiro
Que geração degradante!

Que tal morar num sanatório?
Se defendendo do parceiro?
Pode até apelar ao carcereiro
Que monta ali seu escritório

Não há lugar melhor que o lar (alheio)

Bom exercício de mediocridade
É externar o que há muito não existe
Temos soado como um desafinado falsete
Que geração degradante!

Não é fácil viver em reclusão
E fazer o tipo irreverente
Estar em casa não é como um jargão
De anúncio de refrigerante!

A quem me é próximo, gravei grande receio...

Afrodite


Eu nem ensaio recusa
Tua ordem dispensa palavra
És autêntica musa
Ainda mais bela quando brava!
Nunca sei bem o que fazer
Me contento em te admirar
Estar lá para quando quiser
Um ombro para repousar
Peço que acredite
Não é palpite
Em você reconheço
A deusa Afrodite!
O teu sorriso insiste
Em abrilhantar o meu presente
Eternizando o instante
Agraciando o descontente
Traz o paraíso ao abismo
E vida ao inóspito
É brandura e bálsamo
A revigorar o meu espírito
Do muito que tenho a oferecer
Fica a vontade de te proteger...