sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Votre.

Abraça-me forte
Deixa-me sentir teu coração
Pra saber que há vida em ti

Pede-me a mão
Tira-me na próxima valsa
Pisa-me o pé
Pra saber que tu existes deveras

Seja meu
E deixa-me ser tua por essa noite

Dê-me tua companhia, afasta de mim a solidão
E eu dedicarei a ti os mais doces versos
Os mais longos beijos
Os mais ardentes desejos...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Marcianita

É duro alugar uma pedra pra falar de dureza.
É a burrice mais ajuizada que existe.

É duro manter de pé o pontiagudo sem o sofrimento da superfície mais frágil.
É dolorido, lastimável, sufocante..


Nícolas Marcos



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Não acredito na felicidade alheia
E sim no tapa de mão cheia
Em quem não vira a outra face.
As pessoas não são boas por natureza,
A natureza das pessoas é a sobrevivência
Nem que isso nos leve a atitudes covardes.
Não há quem duvide da nossa capacidade
E nem há capacidade maior que a nossa de duvidar.
Nunca aceitaremos o que não entendemos
Nem entenderemos o que nos faz aceitar.
Não queria julgar nada nem jogar com ninguém
E nem sei se o que quero vai me fazer bem.
Nós temos essa ilusão, bando de abestados,
Tudo bem que podemos nos adaptar,
Mas não seria isso Vender a alma ao diabo?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Eu aceito você quebrar alguma coisa,
Natural você perder a cabeça.
Desespero insano quando o sangue esquenta,
Não seria loucura, se o que te fazem não é direito.

Por quanto tempo o sentimento vai errar de coração?
Por quantas noites vai criar essa pressão?
Há tempos isso não é mais situação,
Qualquer coisa parecida com rotina.

Ele nem sente mais quando é você que chora,
Nunca mais nem prometeu parar
Porque acha que o mesmo lugar
Está sempre esperando ele voltar

Pra consertar uma lâmpada pela metade,
Criar filhos pela metade,
Fazer compras pela metade,
Viver uma vida em duas metades.

De mim, uma parte.


É como se faltasse o ar
Eu preciso de um lugar meu
Qualquer buraco pra me enfiar

O clima aqui tá pesado
A nuvem negra não quer passar

Desculpa te decepcionar
Mas o mundo é pesado demais pra eu levar
E com esse peso nas costas, eu não consigo voar

Sinto muito te abandonar
Mas eu preciso cuidar de mim
Isso não é ingratidão
Talvez beire o egoísmo...
Mas se por mim eu não fizer, ninguém mais o fará
Liberdade!
É só disso que eu preciso...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Escrevi lágrimas
Foram-se todos os pingos de chuva
Agora escrevo estrelas
Que dançam e fazem festa
Sobre o papel em branco

Embaladas pela melodia do arco-íris
E se misturam
Dia e noite
Sol e chuva

Minha alma flutua sobre as cores do astral
Como em um nado
No fundo escuro do oceano

Fernanda Paz

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Em dias de pesadelo
Me embrulho
Me encolho
Te peço proteção.
E quando me abraça, és o meu maior medo.


Fernanda Paz

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Reflexo|oxelfeR







Hoje olho no espelho e vejo uma mulher de quase 20 anos
Com uma expressão imprecisa no rosto
Seus olhos miram um futuro não muito distante

Uma casinha simples
Uma grama verdinha
Um lençol secando no varal
E no ventre ela sente um chutinho pra lembrar a mamãe que ela está ali

A mulher do espelho ri como uma criança brincando
Imaginando como será o rostinho dela
Seus pezinhos
E sua alma enche de alegria ao ouvir ao longe o primeiro choro

A mulher do espelho sabe que será boa mãe apesar do medo que sente
A mulher do espelho não espera uma vida de felicidade plena
A mulher do espelho apenas sabe o que valor que têm
O quão importante é a dádiva de se conceber outro ser
De guardá-lo dentre de si, e preservá-lo como um tesouro

A mulher do espelho têm uma chama queimando na alma
É o desejo de viver intensamente
De completar o ciclo - ‘Nascer, crescer, se reproduzir e morrer’
[Se assim não fosse, como poderia ser?]

É natural
É simples
É só sentir e deixar-se ser...

E a mulher do espelho está indo embora de novo
Como seu olhar impreciso
Ela têm o olhar distante, a mulher do espelho

Uma casinha simples
Uma grama verdinha
Um lençol secando no varal
E no ventre ela sente um chutinho pra lembrar a mamãe que ela está ali

E nessa hora ela dá um belo sorriso, a mulher do espelho
E nessa hora ela parece se dá ao luxo de dizer que está feliz
Até mais mulher do espelho, foi bom te ver de novo...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Queria dizer coisas boas,
Não é o que vejo
A não ser em você.
(Besta esse verso, eu sei)
Não é preciso que todos sejam iguais,
Só que tenham as mesmas condições.
Ah, os programas que deviam unir pedem que apostemos
Criando mais diferenças,
Causando mais desavenças
E tudo isso para quê?
Só para justificar um grupo que não pode perder?
Depois se você perde a cabeça no trânsito
Ou na hora de pagar a prestação,
Eu entendo.

As pessoas só parecem legais até se conhecerem melhor,
As vezes, então a falsidade impera,
Mas espera só eu ver seu novo projeto.
Confio em você
E você acredite, só não se convença.

Fale de coisas que já sei
Para eu não esquecer
E não me queira do mesmo jeito
Quando eu não puder mais sentir,
Os governos mudam,
Os salários são os mesmos, medíocres.
Não quero quadros para alegrar a casa,
As crianças são boas nisso.

Aos Homens.



Moça com quê de Anjo,
Onde há quê de Demônio.
-Cigarro?
Se quer a Ruindade,
Não há cão que te aguente,
Nem demônio que te corte.
-Morte aos ínfimos!
Há quem diga ao violão:
-Não há corda que te aguente!
Ou lençol. Ou dedos,
Ou um olho, sequer.
-Morte aos ínfimos?
Infame.
Cale a boca, você.
Você mesmo!
Que mal vale um verso.
Serve, assim sim!, a uso.
Mas a usufruto de infla-ego.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Tem sempre muita coisa acontecendo
E tanta teoria ao mesmo tempo
Não me deixa acreditar em nada,
Mas me coloca por dentro de quase tudo
Que nunca será completo.
Parece um elefante franzino e sem tromba.
Parece um hipopótamo desdentado.
Parece uma barba feita de aço;
Juro que vi uma luz acesa.

Parece um tamanduá errado.
Parece com aquilo que um dia imaginei ser legal.
Prometo que sem comida, eu nunca mais deixarei um animal.

A visão que tenho parece ser de um zoológico sem árvores.
As árvores estão ausentes assim como as jaulas estão abertas.

Os macacos selvagens viram que era inútil tentar voar.
Assim, preferiram de galho em galho saltar.
E bananas aquáticas eu vi boiar.

É culpa do mamífero que vi sem teto.
Ele tinha sete pernas e uma era rosa.
Tudo que eu olhava parecia estar livre.
Um dia, sóbrio, conseguirei entender
Todos os meus devaneios
E mais aquilo que deixei de ouvir por completo.

A última vez

Eu vou arremessar as cordas e afundar-te.
Irei até o fundo e com um ferro pontiagudo e inexorável
Rasgarei tuas entranhas fétidas e embaraçadas.
Arrebatarei o brilho da tua pele e cortarei tua face.
Mostra-me tua alma imunda e percorre a selva a qual pertence.
Vá e enfrente os seus sonhos e viva seus pesadelos.
Só assim saberás quanto amargo é teu pesar.
Nunca te perdoarei, nunca.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Daquilo que não posso amar






















Desprezo-te por tudo que roubas de mim.
Desprezo-te por toda essência de sono que arrancas de minhas noites.
Detesto tua forma de arrancar-me os olhos,
Como se meu, nada fosse.
Como se a ti houvesse dado,
Aquilo que outrora nunca saiu de mim.
Desprezo teus olhos.
Eles arrancam de mim as atenções que o mundo precisa.
Eles me enforcam nas mil maneiras que consigo imaginar-me dentro deles.
Desprezo-te por todas as horas que arquiteta em minha testa,
Moldando o tempo a tua maneira,
Esculpindo o ar com teus segundos intermináveis.
Tudo o que me resta odiar
É o sabor líquido daquilo que amo.
O amor diluído no calor da sanidade,
Derretendo o gelo do silêncio
E deixando escorrer por dedos as palavras ditas verdades.
É que não posso ter por bem
Aquilo que tira de mim essa força que me faz pulsar.
Por que dentro do peito, eu tudo posso carregar.
Mas se peito não tenho, por te dar, nada posso guardar.
A não ser o nada que me fazes amar,
A ausência que carrego de ti
E o vazio que me fazes odiar
Por não achá-la dentro de mim.

(Halifas Quaresma)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


O ser soberbo cospe no mar que lava sua aspereza.
O ser magnífico acha injusto quando é expurgado.

Depois de um dia de praia exaustivo
O mar é apenas uma piscina barulhenta
Majestosa e para vida inteira.

Anos Dourados

Se eu voltasse aos dez anos de idade
Todos me invejariam e me expulsariam de suas vidas.
Eu enlouqueceria sem descobrir o cume do móvel antigo.
Abriria todas as portas que encontrasse e gritaria eufórico.
Acordaria vizinhos e monstros do armário.
Isso é certo.
Preciso de novas paixões
Novas ilusões pra serem desiludidas

Algo que faça esse coração gelado bater mais forte
Uma razão pro sangue correr mais rápido e mais quente

Algum motivo pra ser romântica novamente
Algo que faça bem, não sou muito exigente

Um olhar
Um cheiro
Um toque
Algo bem singelo

Preciso de novas paixões

Novas ilusões pra serem desiludidas
 

Novas lembranças pra serem esquecidas ...