quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O TEU OLHAR


Dedicado à Marcell  Diniz


O que ocultas neste penetrante olhar

Que desperta minhas vontades

E que faz meus sentidos afervorar?

Ah! Tu és nos meus sonhos a majestade

E o teu olhar eu não canso de apreciar.

E nessa minha simples realidade

Com teu olhar intenso a me provocar,

É você quem quero para a eternidade

É o único que me dedicarei a amar.


Suzan Sioux 
10/01/2014

Poema nada digno!


Estou desistindo de mim.
Estou desistindo porque não poderei ser muita coisa
ou muito gente longe dessas questões de nós dois.
Se não quiser que eu vá me dá teu abraço, me dá
tua palavra.

E apenas Deus pode me salvar de mim, e peço a ele que
venha, que não se ausente e que me transforme.
Sou descendente de senhoras loucas que doaram a vida por amor,
que renunciaram o tempo, as denúncias e a dor.

Eu já desisti de mim, estou perdida,
insana, dentro da doce loucura de contemplar o teu
ser. O que de pior pode acontecer?

Não permita que eu vá!
Não permita. 


Haia Saer'

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Homem de Negócios




É polindo tua grandeza
Que expõe tua fraqueza
Trajar a avareza
Não te faz da realeza
És homem de negócios
Ou placa de anúncios?
Tosco resquício
Desse falido hospício
O reverbero humano
É perecer insano?
Tolo artifício
Mal presságio
Gozo fictício
É o truque propício
E caro benefício
Exibe satisfeito
Demasiado desgosto
O que lhe é bonito
É velho e decrepito
Guarda seus remorsos
Como brilhantes espólios
Troca o lúdico
Pelo fatídico
Afirma fazer planos...
Inequívoco engano
Vil ofício
Doce ludibrio
Vazio auspício
És malévolo indício
E Empurrão no precipício...

sábado, 18 de janeiro de 2014

PERDIDA



Perdi-me enquanto estive sozinha

Durante alguns meses de insatisfação

Por descuido tornei-me instintiva

Deixei desabrochar em mim a ilusão.


Não esqueço das palavras ardilosas

De quem vive a ludibriar os outros

Carrego em mim a culpa dolorosa

De ter acreditado num ser monstruoso.


Fui ingênua, eu sei, que decepção!

Tinha-me refugiado ao mundo ordinário

Os fatos quebraram minha intuição

E fizeram de mim um ser detestável.


Mas há de ter alguém entendido

Que acredite na minha declaração

De que às vezes errei sem desígnio

E com tudo garanti essa revelação:


Ser excêntrica não é minha pretensão

Apesar de uma vida simples e normal 

Estou em harmonia com a introversão

Pois não me ajusto a esse cenário trivial.



Suzan Sioux
18/01/2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Cianeto



Sobre os olhares depravados
Este desnaturado cresceu
Exemplo de filho deserdado
Faz do declínio o apogeu
Criança sem jeito
Menino ingrato
Como podre fruto
És talento nato
Recusa o fato
De que é melhor morto
És reto quando torto
Vai exalando Cianeto!
Ser confinado a uma mente claustrofóbica
É detenção com truculência
É como ter uma arma contra a nuca
Com certa recorrência...
Até o bom sujeito
Parece suspeito
Falta com o respeito
E deixa fio solto
Asno quando astuto
Calmo quando puto
Amor sem intento
Beijo com Cianeto!
Marcha com voraz paixão
Para a auto destruição
Conduz sua atuação
Por um roteiro de contradição...
Cospe no prato
Desfigura conceito
É a sombra no vulto
Do ultimo ato
Ódio no rosto
Belo defeito
Trato desfeito
Coração de Cianeto!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CORAGEM



Vai em frente,

Vai menina!

Agarra e abraça

Tua sina.

Vai sem medo

E com estima.

Não demore,

Não desista.

Suzan Sioux

(27/11/2013)


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Estilhaços



Aos cacos
Estirado
O teu espírito é como um favo
Do mais grosso pecado
Tão afiado...
Aos trancos
Avariado
Quando algo é quebrado
Por menor que seja o pedaço
Ficam Estilhaços
Espasmos
Solavancos
É o medo vindo a seu encontro
E no teu farto pranto
Sobra desacato
Tão mudo
Devastado
Se debate no lodo
De mentiras com respaldo
Que fardo pesado...
Apagando lentamente
Como cinzas de cigarro
Sufocado pelo não dito
Preso ao pigarro
Permite que o inimigo
Se acomode do seu lado
O desgosto é palanque
Que lhe dá respaldo...

Sem Orgulho



Não importa se tu goza
De grande reputação
Vão te por de joelhos
Sem direito a reação
Irá apanhar
Antes que possa revidar
Pelas mãos de um zé ninguém
Vindo de lugar nenhum
Vai mordiscar as sobras
Com faminta resignação
E se alojar na penumbra
Máxima precaução
Engole tua honra
Morra sem fazer barulho
És o escolhido
O homem sem orgulho
Saber o que quer
Não implica no que vai ter
Fará o que puder
E mal ficará de pé
Marcas permanentes
Não te fazem altivo
A dor é benevolente
Por te manter vivo
Vão te abafar
Antes que possa dizer
Vai parar pra orar
E pragas irão te benzer
Fez da própria História
Páginas de ato falho
És canção a escória
Homem sem orgulho