sábado, 30 de outubro de 2010

Em poucas palavras.


Às vezes sinto a necessidade de ser mais rude
Mais fria
Mais grossa
Mais bruta

Uma rosa sem espinhos têm suas pétalas mais facilmente arrancadas.

CORPO ESTRANHO



Olhei-me no espelho
Mas não me vi
Toquei minha face
Mas não senti
Estranho corpo estranho
Repeli-me.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um dia me falaram que não tinha pra onde ir
Que não havia mais estrada, caminho ou solução.
Um dia me falaram que não havia mais porque lutar
"Porque pior do que estar não dá pra ficar".
Um dia me falaram tanta coisa
e tanta coisa me foi dita, dita, mal-dita!

Mas meu caro, não faça confusão
Não confunda por favor
Sem essa de que não há contradição, alienação.
E nem venha com essa historia: de tudo tudo acabou.
O inimigo esta a espreita e pronto pra atacar
Esperando só um vacilo seu, um desavisar. 

A historia que foi dita
E continua a ser escrita, com gotas de sangue e de suor
Não acaba, nem dilui.
Não enfraquece nem reduz.
E se pareci, não apareci.
Porque sofrido é o sofrer ao se entregar
Porque a historia é finda quando não se ousa lutar.

E ela não há de acabar.
E ela não há de acabar.

Afinal qual é mesmo a discussão?
Faz horas que espero que espere uma solução.
Aliás, qual era mesmo a questão?
O subjetivo é complexo, é individual
Por isso não cabe padrão.
Mais meu Deus não estou acreditando!
Não faz sentido não!
Querem liberdade junto com fiscalização,
Ah, fala sério
Também não tem nenhum mistério,
A verdade não precisa ir ao salão.
Não é que eu seja contra,
Não sou eu quem está fazendo o contrário.
Não existe mais revolução,
Isso hoje é coisa de otário.
Também não há mais subversão,
Não faz parte do nosso calendário,
Essas lutas estão fora de horário.
Não há pelo o que lutar,
Não há pelo o que morrer
Por isso que abraçamos tudo
E berramos que isso é viver
E no fundo não há mais nada
Porque há muito o que fazer.
Não acontece nada
E a gente queria ver acontecer.
Diga-me o que é justo,
Qual é o ideal.
(Re)união agora
Só no juízo final
E mal, e ma(i)l.

Obs.: O poema se refere à lógica do processo que não faz sentido, que não tem razão e está sujeito ainda a alteração.
As vezes você dorme quando estou empolgado,
Fico tão paia, chego a pensar que era melhor nem ter começado...
É egoísmo meu lhe querer a noite toda para me ouvir, eu sei.
Será que também é lhe querer a vida toda para amar?
Se é para eu me sentir só, melhor não ter ninguém,
Solidão a dois é foda, a sensação é maior.
À noite os lobos saem para caçar e você dorme,
A noite meu pau fica duro e seu corpo está mole.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu sei que era

Ela é assim,
Mesmo quando a noite a desvendava.

Ela me dizia tudo,
Mesmo quando sua boca em palavras calava.

E ela cala,
Como a noite cala-se diante do dia;
Como o dia cala-se diante da noite.

Mesmo nem tanto,
Com senso ou sem consenso
Eu amo. E basta!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Umberto Eco colhe flores (Fogo Cruzado)


Está tudo certo, meu bem
E eu não sei para onde correr.
Eles têm razão e não têm,
Tenho dúvida no que escolher.

Tenho medo da escolha me prender,
De a chance me determinar,
De a oportunidade me corromper
Ao ponto de dizer que não podia deixar passar.

Medo de ser igual à você,
Pois você é só uma parte de mim
E ainda e melhor assim que assado.

Programar a distância pra dar uma sensação de ausente
E se fazer de vítima para uma chantagem emocional.
A propaganda é como um câncer tomando conta da gente
Transformando em verdade o que nem mesmo é real.

Tudo nos "conformes", amor,
O mal beijando o bem.
Não há arte, não há dor
Nem nós e ninguém,

Mas está tudo filmado
E ainda é melhor assim que assado
como o futuro-presente é pior que o passado.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um dia

Entre histórias
E retratos
E outros fatos
O meu peito queima
Como um dia de calor
Em Teresina
Teresina
Teresina

Sinto a minha vida rumando
Pra lados
Que nunca imaginei
Acordar cedo
Antes de o Sol nascer!

E nem deliciar o dia
Só ver ele passar
E o dia sendo só um passaporte
Pra outro...
Outro... E outro dia!

Acho que te conheço
Não de hoje ou de ontem
É... De outro tempo
Quando Sol batia mais leve!

Pois,

É por pensar tanto
E falar tanto.

É por escrever loucuras
e viver-las intesamente

Que as vezes não tenho nada a dizer!
tampouco escrever.

Voz















Se eu não cantar por hoje não se desespere.
Ás vezes minhas cordas vocais se acham no direito de calar o que o peito sente.
É que depois de dias inteiros de gritos
O sal das horas começa a corroer a voz.
Mais isso nunca foi motivo para aflição.
Ainda posso falar com os dedos...

(Halifas Quaresma)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Espera

Espera,
Que diabos você está fazendo?
Você é um idiota, um louco, um insano.
(Nem santo, nem profano.)
Você não sabe o que faz, nem mede a medida?
(Nem remédio, nem ferida.)

Agora eu já sei,
As palavras erradas já foram todas ditas,
Por que as certas não existem.
Eu só buscava ser feliz, sabe?
Sem ferir, magoar, decepcionar.

E eu entendi,
Que nessa busca, nessa procura.
Me perdi e não me acharam.
Fui, mais um fez e sem pensar,
Um ser irracional, inconseqüente.

Espera,
Que diabos você está dizendo, agora?
Não vem como esse lance de tudo ou nada.
Eu só quero você e só quero se feliz! Entendi?
Quero viver a mesma vida, que dias a trás.
Quero ter o mesmo amor.
Quero ter os mesmos amigos.
Quero ter o mesmo sentimento.
Quero viver da mesma forma.

Vai... O que te prende?
Ta esperando o quê?
Sem essa de mãozinha na cabeça, de lágrimas no rosto!
Sem essa de ser o mais mimadinho da mamãe;
A vida é dura, meu caro. Ela dói, machuca.
E não te avisa quando vem ou vai embora.

Os rodeios e mais rodeios,
Que sempre te levam ao mesmo ponto.
Os encontros desencontrados
Armados ou desarmados
Não te dizem nada?

Confesso que quando acordei
Por um instante pensei ser sonho
Por instante apenas.
Mas não durmo mais, abro a porta.
Quando quiser entrar, estende mão, ta?!

Por que... Sabe-se lá da vida,
O que a vida quer de mim!
Mas deixo que ela me puxe pela mão!
As vezes com alegria no peito.
Por vezes com amor, raiva, sem sentido ou sensação.
Mas aprenderei. Não é isso vida minha?
Não e se não,
Larga-me, larga minha mão!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nem Mesmo Eu

Quando nem mesmo,
E pode parecer estranho,
Aquele sorriso mais sincero
Aquela gargalhada mais gostosa
Aquela voz que sempre te fez feliz.
Quando nada disso te arranca um sorriso?

Quando busca em te mesmo algo para rir?
Não te perguntas se é loucura, não.
E nem com o que tanto gosta,
E não sabes tu como gosta.
Mas ainda não adianta.
Parece não ter efeito.

As buscas sempre são para as mesmas coisas
Os pensamentos sempre levam ao mesmo lugar.
Os arranhões parecem virar feridas abertas
O convite parece agora recusável
O amadurecer é conseqüência
O crescer não parece querer mais tanto tempo.
As palavras perecem soltas,
Sem sentido.
Mas é que o sentimento também é confuso.
Ele não tem nome, cor ou definição
Loucos são os tentam definir.

Eu só queria um abraço, um beijo.
Mas só tenho meus farrapos
Meu resto de mim,
E meus panos que pouco me dizem.
Mas ao pior, me aquecem,
Quando quero ter frio.

Luan Santana

domingo, 17 de outubro de 2010

Sabe dias.

Sabe dias.
Alguns dias,
Onde a música é teu único alento,
Onde a solidão é teu maior tormento
Onde qualquer pequeno abraço e beijo seria bem-vindo
E se tornaria o maior e melhor de todos.

Sabe dias.
Poucos que se fazem longos dias,
Onde tu pareces vazio.
Oco, seco por dentro.
Que não sente, não há fome ou sede, calor ou vento!
Ate parece aparecer, mas desaparece.

Sabe dias.
Em que pensa que destruiu o mundo
Que acabou com tudo.
Como o coração de tantos,
Com o amor de um, e de outro.
Ate o conjunto.

Sabe dias.
Em que a vida, a gente pensa na vida, pensa em tudo,
E percebe que não sabe de nada.
Mas que precisa saber.
E busca, corre, pula, chora. Chora tanto.
Destruído.

Sabe dias
Aqueles... Que a memória torna-se,
E sem pensar, parar ou penar,
Tua maior e pior sensação.
Mais triste que teu lamento.
Que nem palavra há.
E nem mais tenta procurar.

E quando vou fechando os olhos pra esquecer
Me pergunto onde estou, quem sou eu, quem é você?
E o dia parece amanhecer,
Quando as estrelas se vão, o escuro pareceu sumir.
O vento insaciável acaricia teu rosto lacrimejado.
Surge como um raio.
Me coloca diante de mim mesmo. Do meu maior inimigo,
Do meu mais perverso e temido ser.
Que não quero ser.
Aquele que não obedece
Que não calcula, é inconseqüente, desmedido. Decepcionante (e nado)

Sabe dias
Dias, sem dia. Sem clarão, sem sol, sem sabor.
De boca seca, de coração vazio, de pernas tremidas,
Sem fome, sem sede, sem vontade.
Parece até um depressivo rumo ao suicídio.
Mas não! É um homem amante, que ama e descobriu o quanto pode ser cruel.

As desculpas não valem mais,
Os beijos podem ate dizer o que a boca poderia ser cúmplice.
E a boca até falar o que o abraço sente ou sentiria.
Mas a verdade é que não há palavras,
Versos, vozes, canções, pedidos, suplicas,
Soluções!
Há apenas a espera. A terrível espera.

sábado, 16 de outubro de 2010

Versos pobres, versos.

“Cansada de doces ilusões românticas
Hoje quero o amargo ,o azedo
Que é pra diluir a dor
Pra apagar as manchas.

Açúcar dá cárie...
E já sinto meus dentes apodrecidos, e meu sorriso borrado

Com o azedo e o amargo, o estrago é por dentro
O borrão fica escondido...
E assim conservo meu sorriso intacto.”
{Evelin Edlin}

sábado, 9 de outubro de 2010

...

“Tento parar e pensar ...
Eu não consigo definir
Vai além da minha compreensão, vai além de mim!
Eu sei que têm alguma coisa
Porque eu sinto que mexe comigo de algum jeito
E sei que eu quero alguma coisa
Mas não sei se estou preparada
Para seguir uma estrada que eu não sei onde vai dar
Não sei se estou pronta pra cair em um abismo ,que certamente vai me machucar
E essas dúvidas pairando em minha mente parecem uma tortura
Meio que sensível
Uma dor leve e lenta que consome minha sanidade
E agora as coisas conseguem ser mais estranhas que nunca
Vou desviando pensamentos enquanto posso, mas tudo me faz recair nisso
Parece um ciclo vicioso...
Dizem que o tempo cura tudo
Faz tempo que eu espero o tempo curar
Acho que o tempo já é um remédio fora da validade
Está vencido...
E agora?!”
Evelin S. Edlin

Esquece Prometeu


Eles se resolvem,
A gente se ama.
Esquece um pouco e fecha os olhos.

Não preciso que me conte,
Mas conte comigo se quiser um abraço.
Eu lhe prometo o que posso, não posso lhe enganar.

Onde já esteve você sempre vai estar
Como o que a gente faz que não pode mais mudar,
Pára de tirar de tempo e tire um tempo pra você.

E não confundir admiração com amor
Para não parecer traição.
E não julgar o que quer que for
Para que não seja tudo em vão.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tempo militante

É tempo de lutar, de construir, é tempo de resgatar, de reagir.
É tempo de erguer e reerguer, é tempo de reorganizar e reestruturar.
É tempo de se doar, de se doar por inteiro, é tempo de se permitir.
É tempo de compor, repor, é tempo de correr, pular, cantar.
É tempo de alegria e de seriedade, é tempo, sobretudo de compromisso e responsabilidade.
É tempo de entender que não sou mais eu nem você, que somos nós, juntos, no mesmo coletivo e na mesma direção.
É tempo de erguer a voz, de se impor, é tempo de transformar e de comprometer-se com a transformação, é tempo de transição.
É tempo de estar junto, lutar junto, de errar junto, é tempo também de acertar junto, de construir, manifestar, protestar e de se indignar junto.
É tempo de forma, de informar, é tempo, sobretudo de falar a verdade, é tempo de liberdade.
É tempo de respeitar o outro, de saber ouvir, porem é tempo também de falar, de falar alto, é tempo de gritar, no seu devido tempo, é tempo de gritar.
É tempo de mostrar... De mostrar nossas vísceras, nosso sangue, nosso suor, é tempo de mostrar que somos estudantes, que somos militantes.
É tempo de mostrar que não somos apenas esponjas enxutas que só absorvem a água, mas que somos também as torneiras que a fazem jorrar.
É tempo de se perguntar e de se responder, é tempo de desconfiar e duvidar do mais trivial e costumeiro, é tempo também de se reafirmar.
É tempo de companheirismo e de compreensão, de escrever sob pedras nossa vitorias e derrotas, é tempo também de caminhar e aprender com os caminhos.
É tempo de emancipação, de coragem, é tempo de força e de composição.
É chegado o tempo de questionar: O que me trouxe aqui? Porque estou aqui?
Nós temos os mesmo objetivos e lutamos pelas mesmas coisas, acreditamos na mudança e queremos mudar e precisamos mudar...
Agora É tempo de abrir os olhos.
De abrir os olhos e ver o mundo ao nosso redor.
É tempo de unir as mãos no mesmo centro.
É tempo de olhar, um nos olhos do outro.
É tempo de se perceber no outro, de se sentir como o outro, é tempo de nos desprendermos do que é banal. É tempo de ser um só, não sejamos aqui fulano, beltrano ou cicrano, sejamos um, mas um no coletivo.

Pouca Miséria?



A miséria não consome só o corpo não.
Consome o espírito também.
E mais que consome,
Corrói, dissolve, desintegra.

A miséria não é só a falta de comida            
Ou de dinheiro, ou casa, ou dinheiro
É a falta de respeito, dignidade perdida
É ausência do status Ser, do Ser Humano.

A miséria, sem forma, sem cor
Mostra a cara limpa e sem vergonha.
O mais profundo escuro e sem sabor,
A mais triste situação do homem

A miséria chega a fazer o ser enlouquecer
Mas não só o miserável
Por ou sem querer
Acaba atingindo, não o alienador o alienável.

A miséria não é só a falta de comida
É o mais profundo escuro e sem sabor
Mostra a cara limpa e sem medida
A destruição do homem pelo homem e desde pelo rancor.

A miséria, sem forma, sem cor
Chega a fazer o ser enlouquecer
Ou pela falta de dinheiro, ou casa, ou dinheiro.
Por ou sem querer.

Mas a miséria não o bixo papão
Ela só existe por que é alimentada
Ela não é um ser vivo, com0 um gato ou um cão.
Ela é invenção do homem, e a ele dada.

Do homem, em seu ser homem.
Que a intensifica, aumenta e potencializa.
Muita Miséria!
Muita Miséria!



Dona Zilá, olhe quem está em seu jardim.
É o senhor das flores.
Ele entrega rosas para quem lhe abre um sorriso.

Que sorriso belo, Dona Zilá.
Receba minha flores.
Ande,deixe de dengo, venha cá.

Sou homem de bem, Dona.
Ando por entre os quintais.
Deixo agrados a quem me apraz.

A mulher vivida guardou seu presente.
Tardes voaram e noites se foram uma a uma.
Zilá, continuou a esperar.


Nícolas




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Lá entre nós.

Cá entre nós
Coisinhas e delicinhas
Acabam por desatar
Nossos nós

Lá entre nós
É o lugar mais
Lindinho
Que eu já vivi

Por Carol Sousa

A encoberta

Olhei para o céu e só vi ventos escuros.
Por que ela não estava ali
Velando meus passos e fomentando tropeços?

Senti-me no mar aberto e fechado,
Cercado por predadores selvagens
E pela minha consciência barulhenta,
Com apenas os membros e a coragem a me acompanhar.

Nuvens amigas, não a prendam dessa forma.
Não queiram ver transeuntes desorientados.
Na noite acesa, ela é a rainha
E minha amante.

domingo, 3 de outubro de 2010

Para salvar uma vida

Aquilo é uma mente em conflito,
faz diferença pra você
ou apenas acha que ele tenta parecer estranho?
O que será que ele ouve antes de dormir:
Pais discutindo, vizinhos em orgia, polícia rondando?
Pode não trazê-lo de volta,
talvez impeça outros de irem pela mesma sombra.
Que bom você pensa em estudar,
esquecer e ir pra bem longe disso tudo,
e se lá começar outra vez?
Meus amigos todos riem, eu acredito que não há problemas,
minha turma é engajada, eu sou uma pessoa engraçada,
sofro com antecedência, isso é ruim para os negócios.
Meus me viram crescer, parece que foi só isso que viram.
Meus pais me viram crescer, parece que foi só isso que viram
e agora é comigo, e agora é comigo mesmo
se eu souber o que não devo fazer.
Tenho conselhos de sobra e preciso reciclar,
O mundo não é o mesmo, tem mais deficiência,
o amor não é mais o mesmo, é outro sistema,
e eu não quero fugir disso tudo pra ser feliz escondido,
pra ser o que não existe,
viver o que é triste.
Todo tipo de laço com o corpo,
todo tipo de laço.