segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Viver é um dom!Mas saber viver
é tentar,sem medo de fracassar...
, pois errar é sinônimo de aprender...
Aprender que é possível ser feliz
em meio a tantas contradições
carregada por nossas ações
pois ás vezes sem intenção agimaos sem pensar...
Mas pensar pra agir..
é viver progamado,
sem sentir o gosto do irreverente,
do presente...
(continua...)

domingo, 28 de dezembro de 2008

DIMENSÕES


As crianças, mesmo que não saibam
Da fugacidade da vida
Brincam e se divertem o tempo inteiro

Os adultos, cientes da tal fugacidade
Trabalham e reclamam como autômatos...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

FRUTA PODRE


Estes últimos dias foram tristes
Tristes, secos, enfadonhos
Até a poesia me abandonou...
Pois mesmo em profundo tédio
Nada tenho escrito.

Não tenho mais grandes inspirações
Nem emoções nem cores
A vida agora é nada
E sinto-me apodrecer dia após dia

Nem mesmo a grande lua cheia amarela
Que nestes dias despontou no céu
Foi capaz de dizer-me alguma coisa
Estava bela, mas apenas bela...

Talvez esteja mesmo apodrecendo
Como uma fruta caída no chão
Feio por fora e horrível por dentro
Indigerível vazio...

VIDA PEQUENA


Querem-me burguês padrão
Macho estereotipado
Capitalista-gelo

Querem-me seco, podre
Sujo e entregue a crueldades
Querem-me sem mente

Querem-me religioso
Rezando por seus deuses
Pagando para ser salvo...

Querem-me igual, banal
Ignorante ludibriado
Festejando o pão e o circo...

TARDE VAZIA


Dedico-me à escrita de versos sem viço
Sem perfume e cor
Numa tarde vazia

Só tenho lembranças
E uma mente inquieta
Ninguém mais por perto

Só tenho a mim mesmo
Por isso nada tenho
E escrevo vazio
Numa tarde vazia.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

VIOLÕES

Violão Roubado

Pobre violão roubado
Tirado de mim às escuras
Onde estarás? Em que mãos?
Talvez possam tocar-te hoje
Bem melhor do que eu tocava...

Podes estar esquecido
Abandonado em um canto
Sem produzir nenhum som...

Seria este o pior destino
Pior que ainda estar aqui
Pois minhas mãos ficaram hábeis
Já poderiam dedilhar-te
Pobre violão roubado
Fostes criado para arte!

Novo Violão

Ganhei outro violão
Com este aprendi a tocar
As mais belas melodias
Que se podem imaginar

Acordes, músicas tantas
Brasileiras e estrangeiras
A cada dia aprendo mais
As mãos ficam mais ligeiras

Ainda há muito a aprender
Sei que longo é o caminho
Da bela arte do som
Mas talvez eu tenha o dom...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Seja você

Dias e mais dias já se passaram
E você continua fingindo que não percebeu;
Vive se escondendo por trás dessa velha máscara
Enganando-se em sentimentos que ninguém nunca te deu.

Pare um pouco e pense:
'' Foi isso mesmo que eu sempre quis? ''
Se for sim, continue com seu papel de atriz;
Se for não, mude e viva sem nenhum peso na mente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O QUARTO


Fico vagando em meio a um quarto
Pequeno
Nestas horas observo tudo
Todas as pequenas coisas
Todas tem outro sentido
Outra face a me mostrar

Livros na estante
Roupas jogadas no chão
Tudo me observa
Como fugir dos olhares?

Há poesia até num canto com poeira
Companheira solidão...

ESQUECIDOS


Onde está a menina
Que nos presenteava com seu sorriso
E seus belos verdes olhos?
Onde está o rapaz
Que outrora pensava em ser cantor
Que outrora sonhava tanto?
Onde está aquele homem
Que vivia pela família
Mas quase não via os filhos?

Morreram todos
Brutalmente assassinados
Por anônimos infelizes

Esquecidos ambos
Mortos e assassinos.

O MAR


Incrível a grandeza do mar
O mar é infinito!
Ainda que o mecem e o limitem
Ainda que se saiba a dimensão e o volume
O mar é infinito!

Tem magia infindável
Poesia infindável
E força infindável

O mar é infinito
Atravessou os séculos
Viu guerras e navios
Caravelas e jangadas

O mar é infinito
Mas mesmo com toda sua imponência
Deixa-me admirá-lo
Quando poderia me engolir
Deixa-me navegá-lo...

O mar é o maior dos reinos!
Sem rei.

POBRE POESIA


Procurei a resposta, achei as dúvidas
Procurei o amor, achei a dor
Procurei uma poesia...
Escrevi esta pobre poesia.

SOLITÁRIA


Teus tristes meus olhos muito me comovem
Andas a soluçar, abandonada
A percorrer sozinha a longa estrada
És um anjo morrendo entre os mortais

Tenho pena de ti, não deveria
Ser passiva de pena é tua desgraça
Minha piedade mais te faz sofrer
Mas como não sentir ao ver-te assim?

Vejo-te ao longe sentada num banco
Na praça as folhas secas aos teus pés
Compõem um cenário tão sombrio...
Mas só eu tenho olhos para ver

Os outros não percebem, és mais uma...
O mundo não sente a dor dos sozinhos
Apenas eu, estranhamente, sinto
Comove-me a poesia dos teus olhos...

Não és pobre, nem rica, és dispersa
Talvez tenhas surgido por acaso
Neste mundo de dor e desespero
Que não sente o sofrer dos solitários.

TÉDIO II

Que sono!
Que tédio!
Que vida!
Que morte!...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

NÓS DA FÉ III

Em vós residem todas as verdades
Vós sois a salvação do nosso mundo
Os outros são ignorantes pecadores
E queimarão para sempre no inferno...

Vós sabeis que esta é vida é passageira
Mas Deus já está esperando vossas almas
Pois vós sois a salvação deste mundo
Quem não vos segue, sempre pecará...

Pobre de mim, que vos critico tanto
Pobre de mim, poeta profano e burro
Minha alma já tem seu destino certo
Já está condenada às mais frias masmorras...

NASCIDO PARA A MORTE


Talvez nascido para ser sozinho
Talvez nascido para nunca ser
Para de amor e ódio padecer
Certamente nascido para espinhos...

MORTIFICAÇÃO


Na sede da ganância e do poder
Os corpos se torturam e se matam
É o frágil e peçonhento ser humano
Lutando por suas vis convicções

Coitado deste planeta em que vivo
Tão torturado cotidianamente
É o homem destruindo sua casa
Casa esta que um dia vai desabar
E matará todos que ali viverem...

E há quem diga que somos racionais...
Fazer robôs e artificialidades
Nunca me aparentou evolução
Apenas inanimação da vida.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A JAULA


Puseram o indivíduo numa jaula
Por descuido, nela ficou a chave
A porta poderia ser aberta
Pois o indivíduo tinha olhos abertos...

Mas veio o mundo que o rodeava
As vozes e sombras lhe sussurravam:
"Você é cego, mudo e aguenta tudo!"
"Você é cego, mudo e esta é sua vida!"

Então o ser que tinha olhos abertos
Acreditou mesmo que era cego
E nunca pôde ver a sua chave...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

LIBERTAS QUAE SERA TAMEM


Veja estes loucos homens discutindo
Suas pobres verdades absolutas
E eu, que assisto à cena irresoluto
Medito sobre a luz que não se curva

Melhor é ter a mente aberta e livre
(Mesmo sabendo: fruto de influências)
Do que tão impregnada de mentiras
Que conduzem a vidas algemadas

Melhor amar e seguir rumo ao sol
Fazer felizes outros e a si mesmo
Ter consciência e boas amizades

Melhor amar as artes e as mulheres
Tentar um mundo mais fraterno e justo
Sem destilar o ódio e a escuridão...

DERIVA


Disperso das coisas do mundo
Pairando em meio ao relento
À deriva o barco ainda vai
Sem saber se há alguma terra...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

AOS AMANTES DAS AREIAS

Na areia da praia, perto do mar
Uma lua minguante a iluminar
Beijos adocicados e ardentes
Olhos e bocas a se encontrar

Meu corpo nu junto ao teu a rolar
Noite de sonho e pura inconsciência
Meu amor, meu fervor, sob o luar
Toda a união do corpo e da essência

Depois do amor, nas águas mergulhar
No balanço das ondas, dar-te um beijo
Voltar à areia, um vinho tomar
E dormir como anjos, sem pesar...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

NÓS DA FÉ II


O fogo ateado queimou tantos, tantos
A hipocrisia, o dogma, o poder
A alienação que acometia o ser
E não havia pena daqueles "irmãos"
Tantos padres, sacerdotes, sacristãos
Uma mente escura sob alvos mantos

Verdade absoluta, não minha
Condeno, protesto, insulto
Nunca farei semeação desse fruto!
O ópio, a mentira, ordem vigente
Que tanto sombreou a mente...
Creio em Deus, não na instituição mesquinha!

NÓS DA FÉ I


Por que irei louvar a Deus
Nestes seus templos de pedra?
Eu ainda acredito Nele
Mas se Ele é onipresente
(Como todos vocês falam)
Por que então teria uma casa?

Por que vocês arrecadam dinheiro?
Para que tanto exagero?
Tanto fundamentalismo
E vidas tão limitadas
Por causa de um culto?

A casa Dele é o universo inteiro
E de todo o universo
Poderei eu rezar
Ele não me escutará?

Se Ele é pai de todos
Por que os não batizados
Não crismados, não casados
Já estarão condenados?

Vocês nunca questionaram
Pois desde que eram fetos
Já tiveram em suas mentes
Todas as "verdades absolutas"
Destas pífias religiões

Sabem como elas nasceram?
Melhor saberem, irmãos
Não fiquem na escuridão
Neste desreipeito mútuo

Melhor saberem, irmãos
Pois só o amor é verdade!

VAGÕES VAZIOS

Dias inteiros vazios
Pessoas passam por outras
Com amesma velocidade
Trens-balas pelas ruas
Com seus sentimentos
Fechados nos vagões
Onde estão as emoções
Deste mundo sem freios?
A
LI
ÁS
UM
FREI
O
A
MOR
TE

***

E então, de repente
Vê-se ao raiar do dia
No meio da selva cinza
No mieo dos out-doors
No meio dos carros loucos
E da velocidade
Um ponto parado
Um ponto de cor
Cinco pontos
Cinco pétalas
A flor do mundo
A flor dos poetas
A Flor

O QUE JÁ FIZ

Eu vi o que já fiz
Será que era bom?
Só sei que a luz se fez
Posso ter errado o tom

Não sei o que fazer
É triste meu viver
O sol nasce e se põe
Sempre na mesma hora
Mas não quero esquecer
Aquilo que já fiz
Faz parte do meu ser
Feliz ou infeliz

HAICAI IV

Capta, capta, capota
No fim nada tem
Mas nunca sossega

AS FRONTEIRAS

Eu sou nacionalista
Mas minha nação é o mundo
Deus não fez fronteiras
O homem as fez
E as nações, meu caro
Lutam tanto para superar as outras
Arrecadam, matam, bombardeiam
Boicotam, embargam, evitam
Tem raiva das estranhas...
Guerras, superávit, comnpetição
Mas somos da mesma nação!
Deixem apenas os esportes fronteiriços...

NÓS US-A (MA)MOS


Temos impresso nas camisas
"Harvard university"
Temos impresso nos bonés
"NY (New york City)"
Temos impresso nos ouvidos
Todo o hip
Todo o hop
Todo o swing
E todas as letras
Que não entendemos
(Esqueci de falar da Coca?)
Esqueci de falar dos ossos
Que agora estão aos cacos

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

QUALQUER COISA

Como dá-se um homem destes
Que não se encontra na vida
Que na vida não encontra
Qualquer coisa que o alente
Qualquer coisa que o alegre
Como vive um homem destes?

Como dá-se um homem destes
Que não se encontra na vida
Que na vida não encontra
Qualquer coisa que reavive
O brilho dos seus olhares
Como vive um homem destes?

Como dá-se um homem destes
Que não se encontra na vida
Que na vida não encontra
Quatro versos diferentes
Para fazer um poema
Será? Vive um homem destes?

ASAS QUEBRADAS

Crianças e jovens abandonados
Colapso nas gerações
Mentes deturpadas tão intolerantes
São flechas e flechas nesses corações

Jogados de um lado pra outro
O mundo em constante vertigem
Solidão, multidão nessa grande cidade
Falsa alegria resulta em prantos

São poucos que escapam
Dessa decadência, influência
Direcionada ao poder da lente
As cordas quebraram e nada mais serve

O lápis quebrou e a tinta acabou
Diálogo triste em bocas perfeitas
As novas sementes germinam tão podres
Os anjos já nascem com luz apagada.

LUZ

Agora, meus caros
Ela está tão longe
E não irá voltar para meus olhos
Que brilhavam ao vê-la
Faiscavam...

Agora, meus caros
Não há timidez
Hoje só saudades
E ela está tão longe
Ela nunca soube...

Agora, meus caros
A roda da vida girou
E me deixou sozinho
Assim como antes
Agora sem luz...

APOCAPITALIPSE


Viveremos sem porquê
Só para juntar tesouros
Entregando-se a mitos
A templos e ilusões
Dissecados e dementes
Paz será um termo esquecido
Agarrar-se-ão à Deus
No auge de desespero
Mas religiões são inúteis
E só trazem a mentira
Quando o caos dominar tudo
Nossa extinção será boa

***

Nossa extinção será boa
Deveremos ser cuspidos
Pois profetas foram ouvidos
Pensadores pouco foram

Igualdade é algo ruim
Todos querem ser maiores
Sem saber que este desejo
É o que os torna piores

Não é tempo de utopias
Que domine o ceticismo!
Pois nossa vida é tão boa
E melhor é o egoísmo!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

ESTRANHA BELEZA


Estranha beleza esta
Da palavra Solidão
Tão bela que ao ser falada
Parece ser dedilhada
Nas cordas de um violão

HAICAI III


O amor é um prédio antigo
Já estão colocando os explosivos
No lugar: uma bolsa de valores...

HAICAI II

Conheço superficialmente muitas coisas
E profundamente nada conheço
Nem a mim mesmo

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Saudade companheira

Um dia espero saber
do mesmo jeito que dois mais dois sao quatro,
Porque a vida me deixa sem você
Porque é tão dificil estar ao seu lado;

E só para tirar essa saudade,
Uniria a chuva com o fogo
Sofreria por toda eternidade
E te daria a minha vida mil vezes de novo

NOITE DE NOVEMBRO


Noite de novembro
Os vento são quentes
Sozinho no quarto
De tudo me lembro

Livros e papéis
Luz fraca a luzir
Perambulo à noite
Sozinho no quarto

Menos agonia
Ao estar de pé
Pensando de pé
Em coisa qualquer

Com pouca vontade
De algo escrever
Apenas de pensar
Relembrar o tempo...

E este é um mundo
Poderia ser seu
De qualquer pessoa
Mas este é o meu!

O da solidão
Do pensar frenético
Da insana atração
Pelo diferente

Tempo não existe
Tempo irá existir
Só ao sair daqui
Redoma de espírito...

Luz fraca a luzir
Viagem de volta
Sono a me tomar
Para ir dormir...

TEMPO


Não me dou com o tempo
Uma hora tão de-va-gar
Outroratãorápido!
Perco-me com relógios

Badaladas na hora certa
Perturbam, inquietam
São tantos relógios...
E meu "relógio" interno
Está para dar uma pane
Está perdendo a sincronia

HAICAI

Perdoem o generalismo
Mas a culpa disso tudo
É desse capitalismo!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

POEMA À UMA QUALQUER

Só porque vi aquilo pude crer
A menina que amei, já tão mudada
Não falo de minha atual paixão
Falo de outra, já cicatrizada...

Estava diferente, até mais bela
Porém beleza não revela nada
Perdeu sua pureza e sua essência
Não era conquistada, era comprada

Menina a qual amei, por qual chorei
Hoje é matéria desvalorizada
A qual nos lábios uma vez beijei
Não passa de uma beleza apagada

Apagada por beijos sem amor
E por assassinos da madrugada
Menina a qual amei, por qual chorei
Hoje é apenas outra desprezada
Hoje é apenas outra desprezada...

A SOLIDÃO DOS VELHOS TÚMULOS

Desejo ir a túmulos
De poetas, loucos, pensadores
De cientistas e escritores
Desejo ir a túmulos
De grandes mulheres e homens
E ler alguns epitáfios
Frases marcantes escritas nas lápides


Desejo ir a túmulos
Em cemitérios europeus também
Com cenários bucólicos e tristes
Desejo escrever um poema qualquer
À beira de algum túmulo desses
Sem motivo algum
Só para pensar sozinho
Só por ser sozinho
E adorar a solidão dos velhos túmulos...

REDUNDÂNCIA

O burguês favorece o candidato
Milhares e milhões em suas campanhas
Quando aquele não é o próprio candidato...
Os explorados confiam no candidato
Que fala de melhoria de vida
Mas candidato é boneco de burguês
Quando aquele não é o próprio burguês...
E o explorado é boneco de candidato
O explorado é boneco de burguês
E o explorado é o funcionário do mês...

SAUDOSISMO

Hoje lembrei-me de antigos amigos
De antigos amores, de antigos sonhos...
Lembrei-me de Parnaíba, minha cidade!
Hoje não tenho mais as brincadeiras
Infantis despreocupadas
Hoje já não há mais tempo
Para brincar de nada

Desejo rever os velhos amigos
E reflito sobre a vida que passa
E vai distanciando pouco a pouco
Aquelas pessoas de outrora
São pequenas lembranças comoventes
Meninas a brincar pela calçada
Meninos jogando bola na praça

Toda uma poesia do dia-a-dia
Que naqueles tempos não era escrita
E assim falando dirão que sou velho
Porém sou só um jovem saudosista.

sábado, 30 de agosto de 2008

SOMENTE OS SECOS NÃO AMAM


Meus olhos me traem
Logo eles, meus olhos...
Captadores de luz
Que grande termo para eles...
Acordei no meio da noite
De quem era a voz que me chamava?
Madrugada fria, frígidos ares
Lamentações e pesares
As luzes se curvam
Tudo distorce tudo
O prisma talvez seja eu
Só há um céu acima
Mas quantas noites existem?
Noite, noite, vasta noite
Ajoelho-me frente teu manto
Venero-te, noite de mistério
Noite aberta ao sobrenatural
Noite propícia aos amores
Somente os secos não amam...

Tanta luz hoje tem a noite
Meus olhos se perdem
Numa contemplação mística
Algumas nuvens pairam
Negras nuvens se aproximam
Esconderão teu brilho, ó noite?

Amei tanto sob este manto
Amei tanto e só amei
Nem sei se ainda a amo
Somente os secos não amam!
E seco sei que não sou...

Noite, noite, vasta noite
Deixaste-me aéreo e confuso
E os versos pareem fugir
Qual o tempo? Qual o espaço?
Parecem sair na hora que querem
Versos em liberdade...

Muitos estarão em chamas
Muitos estarão desfalecendo
Muitos sentirão balas e adagas
Penetrando a pele, sangue...
Assassinos da noite!
Lembro dos outros acordados
Nas ruas, nas casas, trancados
Copos, damas, jogos, vícios
Bordéis na cidade, noite...
Sexo, homens em fúria

Noite da vida incomum
Dê-me um copo, ó noite estranha
Dançarei contigo, com a lua
A dança dos etéreos sonhos
Viajarei nos teus caminhos
Dê-me logo uma garrafa
Este líquido é o contato
Com a natureza viva
Com os vapores flutuantes
Os sóbrios, secos, tão retos
Têm medo, tão limitados
Sempre dirão que é pecado
Noite, noite, vasta noite
É triste viver os dias
Todos os dias do ano
Todas as horas da vida
Preso ao mundo, a estas correntes
Preso à natureza morta
Não, nunca, ó minha noite!

Diga-me, ó minha noite
Por que o amor é condenado
Neste mundo embriagado
De tristeza e dor?
Noite, noite, vasta noite
Teus mistérios mais me chamam
Outro gole eu tornarei
Sairei do mundo onde
Somente os secos não amam...

COTIDIANO

Luz dos postes amarela
Calçada, gente indo, voltando
Comércios e carros correndo
O coletivo vai levando para as casas
Os trabalhadores de sempre, as pessoas de sempre
Só alguma morte chamaria a atenção
Destes reles mortais
Eles adoram ver o sangue derramado...
Ficariam atônitos cercando o corpo
Depois tomariam de novo o rumo para as casas.

sábado, 16 de agosto de 2008

Min Pataxónado


Eu Pí
bem_______>>_______Aqui!
Tú lá...
a olhar-me bem,
eu, te venerar tanto
pensar em te, Pí!

Desavenças


Em nossas neurastenias
conjugamos louças e venenos
Meninos pequenos, chorão ao ver-nos.

Tudo que eu fazia, você reciprocava,
e quando a raiva passava...
cacos pelo chão,
No fim, o perdão óbvio estava

O olhar brilhava, tanta foi a ofuscação
a desavença tremenda atuada...
tanta foi a confusão...
-Tem nada não!

Denotas ao Apolo Vivo



Humildade...
Tal palavra a consagrar-te altivo
sem perceber tamanho meretíssimo
sega a ser eloquente

E quando a gente percebe,
ele antece o guapo.
oculta para se, tudo que scribere

Deveras percebe, o envoltório social
que neste abismo que se faz a vida
no colegio, na poesia e no quintal.

Aos mortais escreve seu edito poético
cujos quais a quimera não compreende,
a nossa gente toda a embuçar no alheio
conhecimento

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

VAZIO


Triste assim estou
Triste não pelos outros
Triste por mim mesmo
Ai de mim, só eu entendo
E nem entendo o que se passa

Tenho carência de amor, de beijos
E quem irá escutar este apelo?
Só minha amada deveria escutar
Onde ela está?

Tão triste, neste tédio
Tentativas de tentar
Tomado por timidez

Meu fluido, sangue estagnado
Tão longe do que me completa
Meu Deus! Triste pequeno poeta...

***
Outra manhã, pesada
Lá vem as sombras
Não desejo a tristeza
Não estou triste por querer estar
Triste não nasci
Triste hoje estou
Por amor, por falta
Lá vem mais sombras
Mas este tempo deveria ser
O período em que o sol nasce
Não é mais...
Não há paz
Há descontrole e tensão
Nervosismo, ânsia, tremor
Tudo por uma paixão?
Tudo isso por um amor...

APATIA


"Menino, sai à rua para distibuir tua simpatia!"
Não, não tenho simpatia alguma
Tenho uma apatia absurda
Isto sim, tenho!

Sim, sou apático!
Olham-me, não sentem afeto ou desafeto
Sentem raiva por causa do rosto de tédio
Até eu sinto...
Mas para mim não minto.

MINHAS LETRAS


Poesias fracas, poemas...
Rimas pobres, rimas fracas
Frases sem sentido
Estrofes sem métrica
(Como deveria ser)
Poesias tristes
Poemas pessimistas
Sonetos de protesto
Quatro quartetos
Um caderno cheio
De palavras feias
Comuns, de todos
Um amor distante
Almas e espíritos
Razão, emoção
Eu sou o culpado
Desate crime hediondo
Matei tantas folhas
Assassino em série
Que ainda nõa cansa
E sequer alcança
Um pouco de felicidade...

DIA VAGO


Não há mais manhã
Acordo ao meio-dia
E fica a pergunta:
Café ou almoço?

OUTRO LUGAR


Longe deste lugar a mente está
Imaginando algum lugar melhor
Melhor que a escuridão a torturar
Imaginando sol, música e amor

Longe deste lugar, a divagar
A meditar, embalada num sonho
A mente está; cansada de pensar
Cansada deste mundo tão medonho

Ansiosa por criar e por amar
Querendo se ver livre da impureza
Que contamina a todos do lugar
E a distancia da real riqueza

A mente anseia por natureza...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

OS OLHOS FALAM


O que me dizem teus olhos?
Não me dizem nada...
Porque tu perdestes a linguagem!

Tu vives a olhar para baixo...
Olha para o sol!
Olha para a lua!
(Sabes em que fase ela está?)
Olha para o céu!
Olha para o crepúsculo!
"Ergue os olhos!"

Ei! Algo ainda dizem teus olhos
Mas dizem a outro, que é rico
"""Estou à disposição..."""

Mas que diabos!
Como é podre tua linguagem!
Como é pobre!
Como teus olhos são secos!

PSICOSE


O sol queima minha pele
Mas por que ainda sinto frio?
Por que o desespero e a angústia?
Por que não findo a procura
Por minha essência
Por minha plenitude
Por que estas caras, rostos
Sorriem tanto assim?
Por qual motivo depois choram?
Se é que choram...

Há tempos não choro
Desde a infância
Pranto por uma dor física
Hoje o físico não importa...
Onde está aquele menino
Que ficou eternizado nas fotografias?
E que antes sorria
Pois tudo lhe era um sorriso
Hoje ele ri por vazio
Nem ri, nada é diferente...

Quando algo, alguém, sei quem...
Ainda arranca-me uma lágrima
Por uma impetuosa força
Esta lágrima é contida
Quando um dia explodirá?
Complexos, dúvidas
Medo, incredulidade
Tantas adversidades
Ainda estão só em mim

PARNAÍBA II


Parnaíba,
Futebol na praça
Havia um poste no meio
Do nosso grande campo de areia
Quando lá estávamos
Eu e os meninos da rua
Aquele era o maior estádio...
Os ônibus passavam
As motos e carros passavam
E a bola seguia seu curso

Parnaíba,
Praia no fim de semana
Ir até Luís Correia
Fazer castelos de areia
E apostar uma corrida até o mar
(O mar limpo e a areia nem tanto...)
Socar e chutar as ondas
Depois comer caranguejo

Parnaíba,
Feira no Porto das Barcas
Incessante Igaraçu
Quase ninguém mais pescava
E lá a noite chegava
Eu via o Bumba-meu-boi
Comia típicas comidas
A arte da terra apreciava

Parnaíba,
Tuas ruas, tuas praças
Ainda conservam poesias
Ainda és uma bela cidade
E de ti guardo as saudades
Pois teu chão foi o primeiro
A ver meus pequenos passos
Vistes toda a minha infância
Vistes minha primeira vida
E um dia a ti ainda retorno
Volto para aí viver
Mais outros felizes dias.

AULAS DE VIOLÃO


Todo poeta merecia
Um violão para tocar
Suas belas poesias
Em música transformar

Tentei tocar violão
Fui à aula de violão
De tão grande a intimidade
Logo um foi parar no chão...

Coitado do violão
Foi cair em minha mão
Quebrou-se uma corda
Quanta distração!

Deixaram-me pegar outro
Aquele era de canhoto
O professor era louco
Deu-me outro violão...

Mas não vou desistir
De aprender a tocar
Já aprendi algumas notas
Na outra aula estarei lá!

PARNAÍBA

Amada Parnaíba
Agora tão distante
Como de ti me lembro
Minha terra triunfante

Lembro de minha infância
No teu seio acolhedor
Brincar sem nenhuma ânsia
Vida cheia de amor

Lembro da inocência
Da minha ingênua vida
Daquela pura essência
Na cidade querida
Naquela convivência
Amada Parnaíba

A PROSTITUTA


Mulher do mundo atroz
Feroz, vil, humilhante
Andante das ruas
Nuas tuas pernas
Acalentam tarados
Homens mal-amados
Que teus seios sugam
Babam em tua boca
Gozam em tua face
E tem os prazeres
E tu, o que queres?
Trocados restantes
Da noite da cidade

sábado, 2 de agosto de 2008

BELEZA NAS ARTES

(Seria impossível achar alguma imagem...)

Farei um poema para exaltar tua beleza
Mas letras não bastariam
Farei uma pintura para exaltar tua beleza
Mas cores não bastariam
Farei uma escultura para exaltar tua beleza
Mas formas não bastariam
Nem que fossem gigantescas
E farei uma música para exaltar tua beleza
Se a melodia for tão bela quanto tua alma
Ecoará por todo o universo...

O NEVOEIRO


Meu amor tão contemplativo
Meu amor tão temeroso
Minha vida tão solitária
Como a de tantos que "vivem"...

Nem sequer tenho um objetivo
O futuro está embaçado
Vejo só a densa névoa em minha frente
Mas isto é o que a alma vê...

O resto é apenas resto
Mesmas ações habituais
O que me importa em mim
É aquilo que os olhos não vêem
Nem sequer imaginam
É o universo interior
A única coisa diferente
E que sempre está em pânico...

SOLIDÃO E MEDO


Só há pedras no caminho
Dos que querem caminhar
E eu, este temeroso tolo
Acomodei-me sempre a este lugar

Lugar solitário, escuro
Não tenho luz, não tenho nada
Minha flor ainda procuro
Mas não vou até o jardim...

E nesta vida, passou o tempo
Tempo e espaço, agonizantes
Joguei meus versos ao vento
Nunca os leu a flor distante...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

ERMO


Não sei dos meus passos
Hoje tão confusos
Pensamentos lentos
Não sei onde estou
Mas assim nasci
No ermo...
Completamente inconsciente.

Fugi dos trilhos
E espero na estrada
Como carga inútil
A mercê de quem passe...

Este é o ermo
O pensamento difuso
E os sentimentos perdidos
Tudo torna-se estranho
E a vida vira vertigem
Girando em torno de nada...

Este é o ermo
Um lugar dentro de mim
Não há portas ou janelas
Por onde saio ou entro?
Quando? Por que? Quando saio?
Serei da vida um lacaio?
Enquanto isso o tempo passa
E o trem passa à minha frente...

LUA


Linda lua linda lua
Louca lua louca lua
Leve lua leve lua
(Leve para longe estas lamentações)
Lenta lua lenta lua
Livre lua livre lua
(Mas sempre em volta da Terra)
Love lua love lua
(Move a alma dos amantes)
Linda lua linda lua
Eu não poderia dormir
Sem espiar tua luz na noite
Este teu sorriso de quarto crescente...

sábado, 28 de junho de 2008

MAIOR QUE O MUNDO

A Terra é azul
Este é o disfarce
Mas a Terra é negra!
E se afunda em seu próprio buraco
Não estou cavando
Mas como todos estão
Também estou afundando

Que o mundo se acabe!
Já estou morrendo
Ninguém puxará meu tapete
Pois nem gosto de tapetes
Ninguém poderá me comprar
Pois bugigangas são inúteis!
Estou rindo de vocês
Assisto a toda esta comédia
Cheia de sangue e angústia

Que o mundo se acabe!
Talvez o paraíso exista
Nós iremos, não iremos?
Todos tem seus paraísos
E o dinheiro em muitos deles
Mas já que todos aceitam
Que o mundo se acabe!

Que o mundo se acabe!
Já que somos mesmo animais
Já que este amor é ilusão
E mero fruto de instintos
Se isto tudo é verdade
Então que o mundo se acabe!
Se isto aqui é a vida
Não vale a Pena viver

POEMA AO SOLDADO


Estarás perfilado, organizado em batalhões
Marchando corretamente, um dois três quatro...
És um número apenas
Para teus superiores
Uma peça de xadrez, se morta, não importa...
Põe-se outra, jogo diferente...

Perderás o coração e a mente
Serás um corpo, uma arma manipulada
É assim que eles te vêem, soldado
Lá estarás para somar, quantidade de bonecos
Ganha a guerra quem tem mais, armas letais...

Serás a concretização do meu sonho
Todos juntos, unidos, mas que causa nobre...
Meu sonho tão às avessas, há um general!
Tu apanharás dos fortes, baterá nos fracos
Assim vai a hierarquia...

Até que tu subas, serás general?
E verás, soldado, que a vida passou
E poderia ter sido mais...

ARDENTE SANGUE EM BRASA


Sussurros e gritos sensuais e quentes
Forma feminina a desfalecer
Louca, em frenesi, a urrar de prazer
Olhos pequenos mirando-me ardentes

Teu corpo suado, toquei ferozmente
Penetrando no íntimo do teu ser
Teus seios, tua boca, demente a sorver
Estava eu, em febre, na noite luzente

Transpiravas toda, sentia-te arfar
Tremias, em chamas, no extremo do amar
O orvalho das pétalas era calor

E as almas, os corpos, em sua união
Clamavam assim pelo mel da paixão
Perdidos, dementes, no intenso torpor.

Gaivota


Olha lá.
Passou.
A gaivota dos meus sonhos
Tão rápido voou e levou
A minha alegria.
Não vi.
Não vi os seus olhos
Nem suas asas batendo no ar.
Esperarei ela voltar,
Para levar minha saudade.
Para que eu possa esquecer
De lembrar de você.
E não mais sofrer.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

TRADIÇÃO DO TÉDIO

Os avós ensinam aos pais
Os pais ensinam aos filhos
Os filhos ensinam aos netos
A mesma lição
De geração em geração
Valores tradicionais
Tornando as vidas banais
Por isto o mundo é um tédio!

CONSOLO



Outra volta em torno do sol
Minha musa me presenteia
Está tão linda hoje no céu
A lua cheia...

Meu lindo medalhão de prata
Com dó deste coração
Brilhou mais forte, aliviou
A escuridão...

Lembru-se do seu poeta
Que nos tristes versos chora
Trouxe algum consolo à vida
Nesta hora...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

À FULANA



O amor é um sentimento recíproco...
...CARPE DIEMs...

terça-feira, 27 de maio de 2008

CAUTELA


Medo de fazer a ação
Da reação, da reação à reação
Da ação posposta, da reação "tresposta"
Da ação pós reação da ação da reação
Morro sem fazer a ação
E isto leva à corrosão...

PEQUENOS POEMAS

Eu, do tamanho que sou
Tenho altivez ao ver os postes
Tenho veneração ao ver as flores

As mulheres precisam ser amadas
Mas tantas, meu Deus!
Preferem ser compradas...

Dizem: "Seja você mesmo!"
Mas como serei eu mesmo
Se nem mesmo sei quem sou
E tu que lê, sabes quem és?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O RITMO DAS HORAS


tic-tac
tic tac
tic, tac
tic; tac
tic. tac
tic,; tac
tic,;.! tac
Meu relógio não faz tic-tac
Mas as pancadas da lentidão das horas
Martelam minha alma da mesma forma.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O DELÍRIO II

(DEPOIS POSTO "O DELÍRIO I")

Não me desiludo
Só me desespero
Porque a espera é enorme
Espera pelo quê?

Tanta agonia, por quê?
Uma impaciência...
Espera, a vida um dia chega
Ela um dia também vem
Nas mãos de quem?
Virá só?

Trará mais dor?
Mais agonia à existência?
Quem sabe, paciência...
Um dia a luz ilumina
Sem fazer nenhuma sombra.