terça-feira, 31 de agosto de 2010

Rotina

Saudade faz frio na barriga
Faz o tempo passar lento
Faz noite quase não virar dia

Saudade de monte de coisas
De pessoas
Situações
Música e perfumes

Saudade do tempo em que se era
Mais doce, menos mulher, mais criança
Saudade de tocar um instrumento
Saudade de sair e entrar em casa como antes

Saudade das madrugadas procurando Vinícius de Moraes
Das músicas descobertas
Das poesias de encher os olhos de brilho
Saudade da sensibilidade que hoje some

Quisera eu sair da rotina
Pra, quem sabe, parar de ver saudades
Pois é lá, fora da rotina
O local que mais me atrai

Que mais me fascina...

Por Carol Sousa

A culpa

Influenciar? Acredite, ainda não tenho esse poder.
Opinar sim. Isso eu faço e com prazer.
Não se preocupe que ela não age assim por qualquer palavra de negação minha
Ela (re)age assim por única e exclusiva atitude moralmente vergonhosa da SUA parte.
Veja, SÓ sua!

Quer dizer então que ela está te fazendo de otário por você ter TRAÍDO-A? E não falo só da traição de pele, desejo, falo de TRAIR mesmo, DESLEALDADE, COVARDIA, essas coisas...

Pois bem, alegre-se! Para a tristeza dela, você conseguiu o que queria
Você acaba de perder a mulher que estava disposta a mover céus e terras por sua causa
A mulher mais pacífica e amorosa...
A única que vi pular de alegria com uma mensagem sua
A que estampa um sorriso no rosto só por saber que quem está ligando é você
Que estava disposta a mudar alguns hábitos de sua vida tranquila só pra te ver feliz

Me desCULPA, mas se alguém influencia ela a não te querer mais, esse alguém chama-se VOCÊ.
O burro e patético na histórinha é VOCÊ.
E VOCÊ, sim, é uma lástima!

Você sabia que ela conseguiu te aceitar mais de duas vezes mesmo você ainda sendo um grosso, ignorante e covarde? Sabia disso? Sabia que todas as pessoas dela consguiram tal proeza também, só pra vê-la feliz? Você não sabia né? Imaginei depois do que você fez...

Clichês à parte, todo mundo tem defeitos, mas também todo mundo recebe chances para consertá-los e se redimir. Pelo que me consta ela ja te deu pouco mais de 345 chances, você só não soube utilizar nenhuma.

Aliás, a única coisa que você ainda sabe fazer é transferir culpas...

Foi mal, mas o papel de otário não foi dela. Nem meu...

Por Carol Sousa

A dose que me embriaga

"Só por hoje não vou tomar minha dose de você..."

Não, de você não, mas do velho conhaque sim. Uma parte da culpa foi minha, embora eu não me ache tão culpada assim. A outra parte da culpa, parte do meu coração acha que é sua. Sim. Mas você insistiu em não pedir desculpa por nada, pois "nada" foi sua afirmação categórica. E eu, como eu fico? E você, como você fica? Não sabemos. Uma hora você me pergunta até onde eu acho que isso vai dar. E não faço a mínima idéia levando em consideração a realidade dos fatos. Porém, levando em consideração apenas o que eu sinto, sinto que isso vai durar algo em torno do sempre. Mas bate um medo, pois parece-me que alguém algum dia me falou que o sempre sempre dura pouco... Nervoso, tensão, estômago cheio de frio... o sono falta.

Queria eu estar hoje munida de armas e armaduras para que nada de mais ruim me acontecesse. Não posso. Não tenho como comprar armar nem armaduras. Agora não. O jeito é entrar na guerra de peito aberto. Sim, guerra! De peito aberto e olhos fechados. Fechar os olhos, engolir seco e manter o sorriso virarão atividades corriqueiras, dia-a-dia, besteira. Vamos ver onde essa brincadeira vai dar.

A vontade é minha. A vontade é sua. Para que isso dê certo precisamos de nós dois unidos, munidos, aliados e apaixonados. Eu sei da sua parte. Isso só tem sido mais forte do que eu. Mas e eu? Eu tenho mesmo essa força para suportar qualquer besteira aquém de nós dois? Ainda não sei. Mas tentarei...

Tentarei até que os meus tímpanos consigam suportar esse barulho...

Por: Carol Sousa
Aspas: Na Sua Estante - Pitty

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amor que ninguém mais quer ter

Não me venha com segundas intenções.
Eu não quero ser sua última opção.
Não quero ser apenas uma noite de prazer,
Quero aquele amor que ninguém mais ver.
Não deite do meu lado só por Sacanagem.
Eu não quero só sentir sabor da sua carne.
Eu não to afim de te satisfazer,
Eu quero aquele amor quer ninguém mais ver.
Que não seja apenas um minuto de tesão
Eu não quero viver nessa eterna imaginação.
Vai para rua talvez encontre sua satisfação.
Poder ter com homem ou mulher
Mais não vai ter o que eu quero ter.
Não beije minha boca, você tem gosto cigarro,
Não escreva meu nome em seu calendário
Eu não quero ta em seu pensamento indecente,
Não quero ta em sua pornografia diária de sua mente.
Eu não vivo por vejo outro cara viver
Eu só quero aquele amor que ninguém mais ver.

sábado, 28 de agosto de 2010

Vestido


Um Vestido
Pequeno,apertado
Um Vestido de dor
Eu vestida de dor

Meu corpo adapta-se
Meu corpo se confunde com o vestido
E mesmo tendo ganhado este
Este de felicidade que tu me destes
Ainda há marcas no corpo

E eu não sei como tirá-lo
Mas quero vestir o novo
Vestir suas cores,seus risos
Quero vestir você
Preciso do Vestido de felicidade que tu me deste.

Fernanda Paz

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TAIGUARA BRUNO


Eu odeio tudo que eu preciso ter
e todos que eu preciso ser
a cada camada social.

Eu não tenho mais nada para ver
e por isso eu preciso dizer
que o mundo me faz mal.

Ele disse que eu tava louco
e se ria achando que era alguma coisa.
Ele virou a própria coisa,
mas que coisa ele não sabia.

Eu não tive infância,
preciso da contradição para sobreviver.
Não é minha ignorância,
o que eu percebo não dá para entender.

Eu odeio listas, odeio números, odeio identidade,
principalmente vendo que a mentira é de verdade
e nojo aos artifícios que forjam a Arte,
pseudo-arte que forja Personalidades

em transe, em transas, em crises
sem senhas, sem sonhos, atrizes.

Ele disse que ia construir um império,
achava isso grande coisa.
Ele já era a própria coisa,
mas que coisa, Ele não percebia...

Isso não leva a lugar nenhum
a não ser a nenhum lugar
de cada camada social.

Não tenho mais nada para ver
a não ser meu filho crescer
longe de tudo que faz mal.

P.S.- O Progresso acelerado tem um Ritmo desigual...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DISTRAIDA

Estou indo embora
Talvez eu volte,
ou não!
DISTRAIDA
Meu casaco de general
e minhas trinta e duas estrelas
postas porventura num mural!
Minha carapaça que tortura
Minha insana loucura.
Minha vida, sem vida
Meu orgulho ferido
Minha mente corrompida.
Por minutos estúpidos, distraída.
Não tive força
Não tive olhos para ver,
nem boca para falar.
Falar o que afinal?
Como fazer sair algo que não entra!?
Minha verdade destruída
Minhas ideologias distorcidas
Minhas construções vão a baixo,
como que atingida
por 8.0 à escala hyster.
Quem sou?
Talves ainda não tenha essa resposta!
Descobrir que quem eu pensava ser alienado
na verdade era quem estava
tentado me desalienar.
eu não conseguia ver.
juro que não!
Mas... é obvio!
hoje eu sei!
Sob a luxemburgo e seus roserais,
meus olhos liberam alguns sentimentos a mais.
como que sentir as correntes que me amarravam?
Se os movimentos sedidos  sempre erravam
Sem movimentos, erravam.
E minha vidinha, pobre, chula, desmedida
Meu casaco agora desbotado
Minhas vitórias remendadas
Minha carapaça inchada
Minha historia tendo que ser recontada,
seguia seu rumo
Rumo ao abismo.
destraida!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vermelho

Era Vermelha.
Era.
Eu tenho certeza, eu tenho certeza.
Era Vermelha.
Apesar de meus olhos vez por outra
Serem ofuscados por uma palidez cintilante.
Adquirindo minuto por minuto
tal coloração.
Era vermelha eu tinha certeza.
Mas como?
Como poderia?
Não deveria ser vermelho!
Mas era.
Pé ante pé, afastei-me.
Por medo, confesso.
O céu em crepúsculo,
Anunciava noite sombria.
Ao passo que meus passos
Me afastavam.
Uma espécie de imã
Me puxava, e com tanta força
Que mesmo meu reforço
Não foi suficiente.
Lentamente aproximei-me.
Mais lentamente ainda
Pus minha mão sobre a sua.
E de imediato,
Há segundos que não contei...
O vermelho me toma.
E minha palma se agrega a coloração.
Era Vermelho.
Agora não tenho duvidas.

Em carne viva
Estendes sua mão.
Sua outra mão.
É... era sangue de LUTA!
Labuta!

terça-feira, 10 de agosto de 2010


Minta,
Não fale sobre nós.
Não diga o que querem.
Não dê explicações.
Olhe tudo que lhe mandaram,
Uma carta e dinheiro
Pra que ficar com tudo isso?
Vamos logo eles não vão Esperar.

Olhe, é o nosso pôr-do-sol.
A lua já está pronta
Já vem nos converter.

Vai ser só por mais uns dias,
Pare com esse julgamento.
O mundo já está com os seus cacos,
Vamos fazer o que queremos.
Todos querem só o mesmo
Não use mais esse pretexto.
Já passamos da fronteira.
Agora resta só o que está por vir.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Subway. Azzurra. Mcdonalds.
Fusion. Civic. SW4
Onde eu estou?
Lado B da cidade.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Oposição


O que para mim era prazer tornou-se angustia;
Tinha fascinação pela noite, mas agora me encontro
Em situação de desespero, pois o que almejo não acontece.
Espero um sinal, uma saída, uma ligação..
Espero um toque, um beijo, um sonho...
Espero um talvez, um possível talvez...
Espero tudo o que a vida não me dá.
A noite funcionava mais abrangente, perfurava o incômodo
Sucumbiam-se os problemas, os martírios, porque antes
Eu tinha o que não tenho;
Eu fazia o que não mais faço, e ria por isso.
Hoje me encontro só, na dor, neste martírio que me faz pirar
Nesse ímpeto horizonte avassalador;
Antes eu era mau, hoje estou mal.
Antes havia um riso, hoje há um semblante;
Antes havia um olhar, hoje há uma dor;
Antes havia um beijo, hoje apenas o suprimento do desejo;
Antes havia alguém, hoje ainda há esse alguém,
Só que o detalhe é que antes eu tinha,
Hoje eu não tenho mais. E isso faz toda diferença!

Esperanças Resolutas

E fica esse desejo ardente de ter uma vida passante
E fica esse desvio alucinante de rir da vida errante
Sem nem ao menos ter vivido nem tampouco sentido
Todo ou qualquer ilusão de uma morte sem paixão.

E fica esse doce desejo de sobreviver mesmo estando só
Permutando valores extremos postos à frente como um nó
E servindo de ajuda aos mais fascinantes brilhos celestes
Iluminando todo ambiente e situação que deste!

E fico assim, sem chão, sem pó, sem nó, sem chão
Fico sim, pois tenho de ficar e lutarei para melhorar
Não esquecendo da grande esperança que tenho na mão.

Perdas


Eu não pude fazer nada por mim neste momento;
Traí o mais doce carinho que obtive,
Traí a quem tanto me quis bem.
Não tive chances de sair do mar quando as ondas estavam baixas,
Não consegui apagar a luz antes de o sol nascer;
Nem consegui vestir minha roupa quando fiquei mais gorda,
Consegui o fim de todo meu brilho, a treva de minha Luz;
A dor de qualquer parte que tenha surgido em meu peito
E a morte acima de qualquer vida.
Eu sei o que fiz, mas não consigo mais conviver com essa dor
Dói demais enganar a mim mesma, porém é a minha foz.
Consegui quase tudo o que quis, só não o que realmente queria,
Por que o que eu queria o dinheiro não pode dar,
E isso é um problema quando não se tem o que fazer.

Desculpe minha intolerância, e minha inconstância,
Mas é que eu não tenho mais forças para continuar,
Minha fraqueza é maior que meu olhar, e isso é um problema.
Desculpe-me o mesmo gesto, a mesma ação e a mesma reação.
Eu não posso mais, é uma parte indestrutível de meu eu
E esse EU me torna mais inconstante do que o costume;

Quiçá eu tenha dado mais do que esperara,
Quiçá eu tenha recebido mais do que devera,
Quiçá nada me tenha restado, a não ser uma vida regrada
Pelo que mais quis e não tive.
Quiçá os sonhos sejam vãos, ou mesmo eu tenha caído em mim
E tenha descoberto o que eu fiz e não me perdoei por isso,
E por não ter-me perdoado, não pude dar o meu amor a outrem.

A vida tem desses princípios, de onde saem os desafios de um amanhã
Dotado de invasões, e em uma destas aconteceu o garantido sofrimento,
E o imaginável fim.
Por que essa história acabou sem ao menos ter-se consumado,
Acabou; talvez porque não tivemos forças para levá-la à diante
Ou por não termos coragem de um encontro real,
Acabou por que eu fui fraca em ter começado, posto que me fosse mais fácil
Se nada tivesse ocorrido e mesmo não tendo ocorrido, só eu sei o que tive.

Desculpe a quem chorou, pois as minhas lágrimas nada importam,
E as de quem chorou valem mais que mil palavras;
Preciso estar sozinha, afinal é o meu destino mortal;
Assim sei que o mal será cometido apenas em mim,
Mas afirmo com as doces ilusões que carrego
Que quem me ama peço perdão, e quem eu amo
Que por Deus também me perdoe, pois as forças que haviam
Foram-se embora quando pensei que tivesse alguma!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Só não tem rimas

Recebo-te, poeta, como quem recebe flores nas mãos
Recebo letras como quem recebe frases completas
Não feitas
Recebo amor, com cuidado, com regado

Era tudo o que eu queria? Era.
Falta alguma coisa? Falta.
É muita coisa? Não.
E o que é? Não sei.

O tempo tratará de dizer
Ele dirá em ritmo de poesia
Em rimas de músicas
Em abraços festivos
Em beijos ardentes
Em olhares singelos
Em sentimento bem sentido

É o que acontece quando se encontra o que hà muito se procurava...
Laiá la la laiá...

{Carol Sousa}

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ontem

Ontem foi noite de Sarau
Foi dia de noite maravilhosa
Foi noite de conturbação
O dia da noite do Seu Manoel de Barros
Foi a frieza
A estranheza
Foram os novos amigos
Novos e velhos poetas

Foi ontem que a poesia
Se fez poesia
Que "um fim de mar
Coloriu os horizontes"

Dia do cara que quebrou as cajuínas
O microfone
E o pedestal
Foi a noite do beijo

Foi a noite da fotógrafa
Dos bons e velhos amigos
Foi a noite de correr, pular, brincar, conversar
Até se embriagar

Com tanta poesia que havia...

{Carol Sousa}

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Jogue comigo



Tenha um jogo
Um plano
Jogue comigo sim
Arme
Talvez eu me perca
Jogue comigo
Só não se perca

Encontrá-lo será fácil ou difícil
Jogue comigo e se perca
encontrá-lo será o objetivo

Saberei todas as regras
Sabotarei todas as regras
Jogue comigo


Fernanda Paz

Postes em suas casas fixas.
Ruas esburacadas e achatadas sofrem aos primeiros sóis.
Caixas assassinas de alta velocidade nos ultrapassam.
Andarilhos no silêncio,
Programados para o horizonte encoberto por construções.
Bancos alinhados e bem pintados.
Por que não deitar e sonhar ali mesmo?
Sinais afirmam sem impedir a nossa caminhada.
Fitas dançam ao vento, harmoniosas e leves sem rigidez alguma.
Parecem efeitos especiais, mas são apenas movimentos coordenados,
Por outra dança aliada a contrações de membros e vértebras
E uma mente sagaz bem treinada.
Caixas maiores param constantemente
Transportando e desbastando pequenos sobreviventes.
Ficamos por aqui.
Outros seguem se perdendo por entre árvores e paralelos.


Nícolas Marcos