sábado, 28 de junho de 2008

MAIOR QUE O MUNDO

A Terra é azul
Este é o disfarce
Mas a Terra é negra!
E se afunda em seu próprio buraco
Não estou cavando
Mas como todos estão
Também estou afundando

Que o mundo se acabe!
Já estou morrendo
Ninguém puxará meu tapete
Pois nem gosto de tapetes
Ninguém poderá me comprar
Pois bugigangas são inúteis!
Estou rindo de vocês
Assisto a toda esta comédia
Cheia de sangue e angústia

Que o mundo se acabe!
Talvez o paraíso exista
Nós iremos, não iremos?
Todos tem seus paraísos
E o dinheiro em muitos deles
Mas já que todos aceitam
Que o mundo se acabe!

Que o mundo se acabe!
Já que somos mesmo animais
Já que este amor é ilusão
E mero fruto de instintos
Se isto tudo é verdade
Então que o mundo se acabe!
Se isto aqui é a vida
Não vale a Pena viver

POEMA AO SOLDADO


Estarás perfilado, organizado em batalhões
Marchando corretamente, um dois três quatro...
És um número apenas
Para teus superiores
Uma peça de xadrez, se morta, não importa...
Põe-se outra, jogo diferente...

Perderás o coração e a mente
Serás um corpo, uma arma manipulada
É assim que eles te vêem, soldado
Lá estarás para somar, quantidade de bonecos
Ganha a guerra quem tem mais, armas letais...

Serás a concretização do meu sonho
Todos juntos, unidos, mas que causa nobre...
Meu sonho tão às avessas, há um general!
Tu apanharás dos fortes, baterá nos fracos
Assim vai a hierarquia...

Até que tu subas, serás general?
E verás, soldado, que a vida passou
E poderia ter sido mais...

ARDENTE SANGUE EM BRASA


Sussurros e gritos sensuais e quentes
Forma feminina a desfalecer
Louca, em frenesi, a urrar de prazer
Olhos pequenos mirando-me ardentes

Teu corpo suado, toquei ferozmente
Penetrando no íntimo do teu ser
Teus seios, tua boca, demente a sorver
Estava eu, em febre, na noite luzente

Transpiravas toda, sentia-te arfar
Tremias, em chamas, no extremo do amar
O orvalho das pétalas era calor

E as almas, os corpos, em sua união
Clamavam assim pelo mel da paixão
Perdidos, dementes, no intenso torpor.

Gaivota


Olha lá.
Passou.
A gaivota dos meus sonhos
Tão rápido voou e levou
A minha alegria.
Não vi.
Não vi os seus olhos
Nem suas asas batendo no ar.
Esperarei ela voltar,
Para levar minha saudade.
Para que eu possa esquecer
De lembrar de você.
E não mais sofrer.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

TRADIÇÃO DO TÉDIO

Os avós ensinam aos pais
Os pais ensinam aos filhos
Os filhos ensinam aos netos
A mesma lição
De geração em geração
Valores tradicionais
Tornando as vidas banais
Por isto o mundo é um tédio!

CONSOLO



Outra volta em torno do sol
Minha musa me presenteia
Está tão linda hoje no céu
A lua cheia...

Meu lindo medalhão de prata
Com dó deste coração
Brilhou mais forte, aliviou
A escuridão...

Lembru-se do seu poeta
Que nos tristes versos chora
Trouxe algum consolo à vida
Nesta hora...