sexta-feira, 25 de março de 2011

Vozmundo

Abro e fecho os olhos
Nada pra fazer
Mas se pensar um pouco
Existe ainda muito a se fazer

Suor na testa
Barba pra fazer
Cabelo grande
Livros espalhados pela casa

Efeito global
Mudança global
Violência cotidiana
Prisão domiciliar pra população

O mundo é cruel
Esse cotidiano
Fazer o tempo
Encontrar o tempo
Não ser levado pelo tempo

Até o fim
Creio nas coisas que faço
Nas minhas palavras
Por isso que estou tentando
E acreditando nessa porra!

terça-feira, 22 de março de 2011

Formador de Opinião

Esses peitos são seus ou você que botou?
Quanto tem de quadril? De bíceps? E de bunda?
Seus olhos são azuis mesmo ou é lente?
Quantas horas por dia você malha?
O que não pode faltar na sua alimentação,
No seu show, no seu banheiro?
Por quanto posaria?
Já recebeu algum convite?
Sobre a imprensa ter falado aquilo de você...
Se não fosse artista o que seria?
Balada ou fim de semana com a família?
A mulher ideal?
O que lhe agrada num homem?
Perdoaria traição?
O que você fazia lá na sua cidade?
[...]

domingo, 20 de março de 2011

Todos riem lá fora
E no meu quarto
Meu coração implora.

Eu quero viver,
Eu quero fugir,
Eu quero paz,
Eu quero andar,
Eu quero amar,
Eu quero dançar,
Eu quero transar,
Eu quero beber,
Eu quero chorar,
Eu quero xingar,
Eu quero morar com você,
Eu quero chorar
Eu quero fazer tudo que Eu Quero
E muito mais...


Autor(a)- -Bem

sexta-feira, 11 de março de 2011

Não faça dos nossos sonhos uma coisa absurda,
Não use meus argumentos contra mim.
Você não tem a minha experiência,
Não entende de religião ou ciência.

Você nunca viveu a ilusão como eu,
Você nunca sentiu um amor como o meu.
Pode se fazer de louca desentendida,
Quebrar a cara sem estar arrependida.

Diga o que disser eu não queria dizer
Que posso não ter chorado, mas eu avisei você.
Do que adianta qualquer coisa agora,
A tua vergonha te faz ir embora.

Eu fico apenas para cumprir meu papel
De homem traído e ainda fiel.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Terça do Carnaval.

Oxente, Poeta
Que doença te acomete
Que não escreve nem um lá?
-É que minha poesia foge
Vai mexer bumbum no samba
Sua melhor máscara põe
E sai a beijar seus mil foliões.
Ah, mas ela volta!
Desbotada e cinza numa quarta-feira
Sem pulmões, com meio-fígado,
-Ressaca de Amor, das piores!
Mas ela volta, vivinha.

quinta-feira, 3 de março de 2011

AUSÊNCIA



Madrugada, velha companheira
Novas repetidas noites solitárias
Não há tristeza, nem vazio
Mas falta poesia
A poesia que encontrei nos olhos dela...

terça-feira, 1 de março de 2011

Sessão da Tarde


Ontem a tarde chovia.
Eu largado no sofá às cinco.
Via uma chuva linda, dramática.
Reparava um ambiente frio, sem contrastes, castigado.
A toalha esquecida sobre a cadeira solitária, na área.

Esperava não sei o quê. Talvez um quê a mais.
Sabia do meu estado sonolento e ressacado.
Curti o momento sem ninguém por perto.
O relógio chegava perto das seis.

E mais chuva, mais benção.
O dia se tornou curto e previsível, pra não variar.
Era fácil encostar pra dormir.
Não havia claridade. A samambaia pendia para baixo e ganhava o seu dia.
Era uma visão muito tranquila para um dia normal.

Me vieram pensamentos sobre inspiração e ócio.
Tratei de salvar informações e fiquei quieto.
Voltei o olhar para a TV, involuntariamente, depois de um ruído.
Já era hora de tomar um banho congelante.
Acordar de vez, ou não.