sábado, 29 de maio de 2010

Sinto...


Sinto um árduo sentimento agora,
Sinto um forte calor entre os dedos,
Sinto sair de mim o mais profundo suspiro,
Sinto a abstração de estar dentro e fora.
Sinto um pesar estranho, coisa real por fora,
Sinto uma dor imensa, coisa real por dentro,
Sinto a cabeça zonza de tanto imaginar,
Sinto o coração infame por tanto sentimento.
Sinto falta daquilo q jamais tivera outrora nem agora,
Sinto saudade do que foi sem amenos ter sido,
Sinto a ausência de um Amor sublime que me ronda,
Sinto a incerteza de um amanhã que me apavora.
Sinto muito por não poder estar onde deveria,
Sinto mais ainda por estar onde estou,
Sinto mesmo,pois assim sei de tudo que faria,
Sinto por ser dessa forma agreste que sou.
Sinto também por não lutar com todas as forças,
Sinto por sorrir e mentir minha real condição,
Sinto não conseguir encontrar outras bocas,
Sinto viver a vida como um cão.
Sinto se sou melhor assim, se desejo ser assim,
Sinto se preciso correr e se preciso voar,
Sinto não querer mais estar onde estou,
Sinto por querer sutilmente me soltar.
Sinto também me sentir bem melhor que antes,
Sinto estar bem dessa maneira,
Sinto..mas amo de tal forma inerente
Que todos os outros sentimentos ser-me-iam inconstantes.

Oscilação



O amor que trago em mim simplifica
A emoção que sofro quando penso em
Alguém que, por conseqüência de minha
Fiel inconstância, não se sabe quem é.
Ora sofro, ora penso, porém não me alegro
Nem tampouco me satisfaço; o que faz de mim
Uma mortal com amores imortais.
Não preciso estar com um ser para amá-lo;
Digo e sempre hei dizer: o amor só vale se for
Inatingível, o risco da decepção é inerte rompendo
Todos os possíveis rumores.
Amo sim, sempre... e sempre hei de amar!
Tenho anormal vocação para tal, pendendo um pouco
Mais ao sofrimento.
Sei que estou certa (pelo menos para mim) e
Pensarei assim sempre estar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Poder Imprevisível da dor (ou do amor)



Hoje sei o que perdi, sei também o que vivi
E quanto mais tento esquecer
Menos consigo expelir de mim o que sofri
O que sofro, por assim dizer. Não almejo ser
Algo que permanece com uma doce quimera
Desejo sangrar os mares doces do meu desespero
Com o motivo concreto que me dilacera
De saber que sou fruto do fúnebre enterro.
Saio de mim porque já não posso em mim estar;
Porém permaneço-me, pois não há saída
Sou assim, vale-me apenas sonhar
Afinal, construo meu caminho só de ida.
Dói, como dói, e sei que acima do nada
Serei tudo o que a dor puder transformar
Pois minha vida assim é bem maravilhada
Permitindo-me, apesar dos ares, ainda amar!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Desalento vital


Pretendo triunfar minha desconformidade
O momento me congela e faz-me ausentar o riso
Estou triste, como sempre permaneço!
Cessarei minha indolência e, quem sabe
Um dia hei de impregnar o conforto em meu leito.
Agora estou sólida, como se estivesse para amar
Posto que não há ninguém em minha estrada.
O que faço agora, se tudo para mim é nada?
Se o meio garante-me o pranto?
Se o sol brilha fora de mim?
O que almejo, se já nem posso?
Por onde andei, se nem sei onde estou?
E aonde irei?
Sou uma eterna pergunta, conquanto sem resposta.
Meu lado esquerdo até parece sorver a inspiração
Que já provém de tamanho desalento disperso
Em emoções que optaria por não descrever.
Poderei viver até o fim de meus dias sozinha,
Poderei até estar com outrem aqui ou em qualquer outro ambiente,
Contudo sei que a interrogação prevalece.
Preferia melodias nas veias
ao invés de sangue.
Assim quando de subito meus cortes ficassem expostos
Encheria-lhes os ouvidos
ao invés de sujar-lhes os tapetes.


Fernanda Paz

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Não sinto


Sinto muito por não sentir nada
Eis que o meu sentir atordoado

Transbordando de repetidas dores


Derramou você como água.
Expeliu de mim teus sabores.



Fernanda Paz
Já perdoei e pronto não é bom ficar pensando mais nisso,
Chega de atraso, vou honrar com meu compromisso.
Se a incerteza bater, abre os braços, diz que estou seguro
E se for pra não prometer mais nada eu até juro.

Senta aqui do lado, vamos conversar calados,
Não diz nada, que é pra eu entender.
Deixa o celular ligado, se o coração está parado
Achei a porta pra eu bater.

Então fica como é, deixa como está,
O que mais te deu raiva foi fazer lá o que não fez aqui.
No mais, deixa como é, fica como está,
Se precisar ainda estou ali,
Se precisar ainda preciso de ti.

Fiel angústia

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Essa dor meio confusa ainda ronda meu íngreme personagem,
Personagem de um filme bom, com boas idéias e mais ainda,
Um amor maior que o normal e tão perfeito que até distrai
Essa dor está presente até mesmo durante sua presença.
Essa dor que é minha,
Que é desesperadamente minha e por nada no universo quer-se evadir
Ou mesmo disfarçar que existe, porque essa dor
Nasceu do mar que não nada em mim,
Cresceu no oceano que desconheço e agora
Não há como voltar à superfície!
Desconheço quem sou neste momento, tudo parece novo
E insano; tudo serve como despreparo natural
Como coisa real que insiste em estar aqui, sem ausentar-se por nada
Nem tampouco por ninguém que valha a pena.
Ou esse alguém não valha tanto, exatamente por saber
Que não posso ter nem ao menos por perto.
O que mais me difere do subúrbio apertado e elitizado da sociedade
É que tenho em mim uma dor tão grande, tão espaçosa
Que as vezes nem ao menos dá para respirar,
Essa minha angústia angustiante contorna meu radar,
Transpõe meu ensejo e alimenta meu desprezo
Preciso viver ao menos para viver,
Preciso respirar ao menos para continuar viva
E continuar viva ao menos para poder sonhar.
Se eu sonhar mais do que posso, talvez possa agir;
Agindo, suprirei essa minha tão fiel angústia,
Que se transforma em dor e almejo pelo sofrer,
E Sofrendo jamais poderei sofrer.

domingo, 23 de maio de 2010

Amo-te


Dias iguais, horas sempre iguais, as cores são as mesmas e eu continuo aqui, circundando meu horizonte em busca de um novo ser, facilitando demais as maldades desta vida.

Amo-te com a essência expugnante que isso causa, pelo tempero a mais que uma comida deve ter, pelo acúmulo dilacerador de pensamentos introspectivos e pela surdez exacerbada que ocorreu em mim.

Amo-te pelas simples coisas, e também pelas mais complexas, como se um arco fosse-me lançado a cada suspiro, desobstruindo todos os meus vasos internos.

Amo-te pela dor devastadora que tal fato se abate. Amo-te por todo o azul do céu, pelo cantar dos pássaros, té mesmo pelo renascer da Fênix.

Amo-te e basta. Janelas do meu quarto mostram-me a parede vizinha, e olhando para aquela parede, penso, cogito e lembro-me de tudo que pudera haver.

Amo-te pelo fato consolador de sofrer como há muito não fazia, por estar sempre à espera e por ter cansado de procurar, pela trava que pus em meu peito e mesmo pelo amor exaustivo que vos devoto.

Amo-te e jamais poderei suprir a falta de tua vida, amo-te até mesmo por que há em mim o sentimento do amor, ser-me-ia improvável não amar-te.

Este amor é somente meu, e tudo se resume no meu amor, e também no meu clamor; clamor por tudo que acho certo e por ter de sofrer por ti.

Amo-te por todas as primaveras, sempre te amando e te desamando, deixo de te amar durante a primavera, todavia volto e amo-te no verão, porque no verão o sol parece aquecer minha paixão e faz-me apreciar seu rosto tão sublime quanto o mar.

As estações são mesmo assim, faz-nos prestar mais atenção no que nos ronda. Os ventos que te desejo, são os que possam te trazer para mim, a música que te ofereço é a mais perfeita canção, só porque é para ti.

Amo-te e esta é a essência de minha vida.

sábado, 22 de maio de 2010

Desconsolo


Detesto quando o mundo gira contra mim;
Detesto estar com um peso na garganta;
Detesto ter esses pensamentos marginais;
Detesto não conseguir estar bem e ficar bem;
Detesto simplesmente chorar quando eu quero rir;
Detesto ficar mal por pequenos delitos;
Detesto sugar de mim mesma esse brilho tênue;
Detesto ter em mim um eterno mal-estar;
Detesto detestar ser quem eu sou;
Detesto estar assim, queria ajuda..
Queria salvação..
Queria algo que me fizesse parar de detestar isso tudo;
Queria alguém que me mostrasse o lado A da vida;
Queria ser feliz!

Sinto sua falta



Sinto sua falta...
Sinto como se me faltasse o ar;
Como se minha vida dependesse de você;
Como se com você eu teria chances!
Preciso de você...
Preciso, e essa ausência está tirando de mim o meu alicerce;
Estou perdendo minha razão, minha única razão!
Não queria estar assim...
Sinto como se fosse metade;
Como se eu necessitasse de algo para viver;
Como se fosse necessidade!
Preciso de um motivo...
Preciso talvez, de coisas como um coração;
Ou um pulmão, um sangue mais vermelho!
Preciso de você...Realmente preciso de você!
*sobre um anjo que se evadiu de mim..*

SEM VOCE...

Não há mais nada;

Não tenho vida;

Não tenho ar;

Nem motivos;

Nem sonhos;

Nem desejos;

Nem razões;

Nem ilusões;

Sem você estou só...

Estou como se fosse um nó;

Estou à toa;

No nada, em vão;

Por que você é a voz que acalma o meu coração;

O ar que eu respiro;

O meu coração que pulsa;

O Amor que tenho na vida;

O sonho que sonhei para mim;

O Amor de meus dias;

O calor que há em meu sangue;

O fogo que me mantém viva;

O suor que escorre em meu corpo;

O meu céu e meu inferno;

Meu desejo mais profundo e mais gostoso;

Você é a minha paz;

É toda a esplêndida, e a única alegria da minha vida!


(a um amor que encontrei por ai- mas que foi embora sem nunca nem ao menos ter vindo)

Um, dois, três cachorrinhos

Eu tenho um, dois, três cachorrinhos

Que me servem de apoio sereno

E se o acaso impuser-me espinhos

Encontro neles apoio e terreno.

Quero tê-los como constam os ninhos

Os pássaros guardam-no vivendo

Como um amante dos vinhos,

Que por amor a eles, acaba morrendo.

Meus cães dão-me seus carinhos

E sei que, em vida sempre terei.

Jamais a dor há de me encontrar.

E, de tanto amor que louvarei

Jamais poderei sequer acabar

Com meus um, dois, três cachorrinhos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Refúgio

Sinto um profundo amparo nas letras;
Os pensamentos correm mútuos...
Venço ao menos assim! O que escrevo
Não me engrandece, contudo é meu refúgio
Sou calma em minhas inscrições.
Não tire de mim esse poder, sou tão fraca...
Estou tão forte!

Um domingo qualquer



Em verdade só queria que minha vida
Fosse como uma tarde de domingo:
Calma, simples e tranqüila. Não queria
Ter de saber que “amanhã” terei um novo problema;
Vivo sonhando e não julgo tal fato como benéfico.
De que adiante sonhar? Não quero saber que um inseto
Apenas vive um mês ou que meus amores me foram
E ainda virão...
Desejo uma vida regada por bons motivos, queria poder
Sempre estar bem e passar aos meus semelhantes tal conforto
Viver em plena tarde de domingo.
Quero poder ir aonde quiser e voltar, se assim eu decidir
Mas se não quiser, o que haverá de ter se eu ficar?
Quero viver em paz, ou não viver!
Desejo, sobretudo, ter um amigo para passar minhas aflições
Obter um verdadeiro amor para abrigar minhas dedicações,
Um animalzinho se acaso sofrer, e um bom chocolate.
Não vejo motivos para não ter isso, tampouco para tê-los.
Contudo, almejo viver e não mais ser eu!

Fênix

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A vida é uma escola mórbida de ensinamentos insanos e incompletos, a ponto de tornarmo-nos alucinantes precoces e inadequados ao belo.

Sou a fênix.

E ainda sou tão sutil como nem mesmo posso observar.

São tantos os perigos terrenos, flutuantes e inigualáveis, que mais vale um par de asas que um de pernas.

O medo é um albergue, e estou nele sem querer estar em outro lugar, escrevo para vos provar que tenho medo.

Entretanto, medo de que? De viver? De estar aqui ou acolá? Medo de transbordar minha incompatibilidade com o universo, ou medo de mim mesma? Desafio-me a toda hora, tentando vencer-me a todo custo.

Em suma, tudo me faz estranha, escalar, estática e bastante complexa, permitindo que ainda assim, somente o escrever me sirva, é uma questão de compromisso “além-fúnebre”, renascendo e me RE-transformando.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A um chicle, que por acaso eu estava comendo

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É engraçado mascar chiclete
Naquele momento, inúmeros ossos descontraem-se,
Os músculos brincam com a vida e provocam prazer áspero.
Mascar chiclete exige e exibe a coragem de movimentar
A boca sem estar falando, é em verdade um falar calado.
Quando se masca chiclete, sorvemos um doce paladar,
Sem falar que, no momento em que expomos
Nossas habilidades artísticas, e fazemos o chicle
Transformar-se em um enorme balão, infiltramos um novo mundo
De seres minúsculos, que passam a existir em nós, maus ou bons.
É divertido e excitante mascar chiclete.

AS PERGUNTAS DA MINHA VIDA



Por quantas provas terei eu que passar a fim de encontrar meu verdadeiro destino?
Quantos medos terei de enfrentar para suportar meu horizonte?
Quantas vidas viverei para transformar a minha existência?
Quantas pessoas terei de amar para que uma delas salve a Minha vida?
Quantas canções terei de ouvir para saber qual é a que mais se identifica comigo?
Quantas canções terei de ouvir para saber qual me lembra você?
O que eu terei aqui para fazer quando não mais tiver sonhos?
O que farei se não tiver você algum dia?
Tudo o que faço hoje é apenas vão, ou tudo tem um motivo certo?
O que eu faço agora com minha vida? O que me permitiria ser feito?
Quantos sapatos terei de calçar para que no fim, um deles se encaixe?
Quantos sorvetes terei de tomar para saber qual o mais saboroso?
Quantos brinquedos terei de comprar para fazer uma criança realmente feliz?
Quantos anos terei quando tudo se transformar?
Como? Quando?
Não sei, essas são as perguntas de minha vida, de meu mais sublime pensamento.
Eu sei o que sou. Não posso nem quero ser outro alguém, e sei também o que me aconteceria se não fosse eu mesma. Minha vida é minha música! Minha paixão.
E é tudo o que me resta para continuar o ritmo da canção...

Distúrbios de uma vida terrena




Calafrio, sussurros, desmentiras redescobertas,
Tudo faz parte de um universo que me sorve
Desvencilhando-me de tudo que acho certo
Sinto como se estivesse expelindo uma rocha
Entre a cabeça e o resto do corpo, por que
Esta dor que me atormenta, enche-me de pranto
Desfolhando em mim um novo ser, tão dotado
De desesperanças, que me impressiono com meu poder
Notavelmente cético.
Sensação diferente, como se minha vitalidade estivesse ameaçada,
Como se meu coração fosse chegar aos pulos por algo que
Agora pouco era tão estranho...
Mentira diferente aqui no peito, porque toda a minha vida
É uma hipocrisia. Sou hipócrita e vivo em uma nação hipócrita,
Talvez isso me faça tão normal.
Mais uma vez encontro-me doente, como se a dor que sinto
Fosse-me deixar presa neste mar de perdas e desilusões
Que me encontro, onde as pedras devoram-me como que
Por metragem, como se os desesperos terrenos fossem-me
Presentear em cada amanhecer, sem chances alguma de
Um erguimento. A dor que sinto hoje se resume em
Meu ceticismo, sonhos não existem, amores nem tampouco.
O que há é mentira, é ilusão, força sobrenatural que a natureza tem
De fazer com que as pessoas sintam que podem ser algo,
Que podem fazer alguma coisa por si mesmas, contudo
Não podem, não mais, não agora, porque tudo está perdido
Não há mais nada, e minha dor é maior que tudo isso,
É como se estivesse sendo morta aos poucos, de forma brutal
Como se alguém estivesse tirando de mim cada parte de meu corpo
De forma a doer tragicamente, porque isto foi apenas o que restou de mim,
Perdi meus sonhos e o que mais temo é por minha saúde mental.
Amores vêm e vão, acontece assim com as outras pessoas, mas também
Há aquelas que são bloqueadas para o amor, pessoas que vivem como
Hipócritas. Fiz mil e duas coisas na vida, a fim de encontrar meu real horizonte
O que encontrei foi apenas pó, vestígios de um caminho que deveria existir
Mas que o tempo e as arestas da vida trataram de exterminar.
Para esses fatos restou apenas a mim, um ser disperso, insolúvel e bastante
Mesclado em refúgios.
Refúgios que ultrapassam as 2 da madrugada, já são mais que isso agora, e
A única coisa que penso é em como dormirei, se meus pensamentos
Limitam-se a sofrer? O que farei para exorcizar de mim este eterno mal estar?
Meu sorriso é tão sincero, demonstra minha tristeza, que é tão imensa que
Faz-me pensar que de agora em diante, apenas chorarei e limitar-me-ei a isso.
Meu refúgio de nada me serve, ou serve e não percebo, porque tenho
Esse defeito qualitativo, não pareço querer perceber o que me ronda.
Esta sou eu, refugiando-se sempre da vida, dispersando-se no resto do universo.

O brilho que seus olhos têm


O brilho intrigante que seus olhos têm
Enchem meu coração de desespero
Creio estar mal, estando ainda bem
Vivendo em prol de um mundo inteiro
Esse brilho sai de tudo que vos convém
Transpassando o barril dos marinheiros
Causando a todos o maior dos devaneios
Em um universo entorpecido pelos que vem.
E esse seu brilho que não acaba. Causa dor
Transforma o Amor em cristal quebrado
Misturando-se com o mais tênue rumor
Talvez brilhar seja seu intimo dom ditador
Ao passo que os sonhos, quando juntados
Tornam-se meramente estranhos enclausurados.

Só hoje

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Só hoje

Hoje eu tive um dia de cão...
Hoje cogitei que pudesse estar onde almejara...
Hoje sonhei com quem mais me convém...
Hoje sofri pela angustia do nada, do não poder...
Hoje fui irônica comigo mesma, a ponto de rir...
Hoje vivi as maiores sensações tenazes em mim...
Hoje almejei bem mais ...
Hoje sonhei com você... só por hoje não vivi...
Só por hoje fui Feliz!!!

Encanto

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Cada vez que me lembro da minha fiel sensação de encanto,
Relembro das vezes que quis me encantar.
Boca, olhos, mãos, seios....todos muito excitados para o mar.
Olhos cheios de ardor, esquecendo de todo pranto.
O mar tem esse poder, faz-nos amar a metade de nosso ser;
E a outra metade se transforma no todo que devemos ver.
Adoro o mar, e o desejo de vê-lo faz-me enlouquecer...
Abstenho-me em rios e lagos, porém é do mar q sinto mais saudade.
Sei quem sou, quem fui e o que o mar fez!
Sei o que sou e o que o mar fará!
Angustia perene...
Sensação de abandono...
Confesso que parei em meio ao vão...
Aonde irei não sei; virei ao avesso...
Sei apenas do que já sei!

PRISIONEIRA

PRISIONEIRA

Como pode alguém tão vão, íngreme e estático
Conseguir ser assim tão ímpio e insano?
Como conseguir a liberdade desejada e aludida?
Como poder ir além do além?
Como?
Sou prisioneira de mim mesma, como devera ser;
Histórias e estórias conto para enganar minha intimidade;
Vícios e linguagens percorrem meu semblante inerente;
Prejuízos a toda hora, posto que não Haja duvidas!
Dois corações em jogo... um só coração preso aos dois.
Como evadir-se do perigo que é jogar algo assim?
Como sair desta história sem haver estórias?
Como sentir o coração livre dessa prisão?
Como?
Quando e onde poder ir para que haja um maior amanhã?
Seria assim tão imaginário poder ser livre do que me prende?
Como conseguir escolher um coração que já foi escolhido?
Como livrar-me do outro sem que haja a prisão de uma dor?
Como?
Será que sempre serei uma pergunta?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Das grades













Sinto-me fraco.
Domado, invisível, mudo.
As grades de aço que sussurram velhas,
Prendem-me fora da mente.
Num mundo que parece não ser meu.
De vilões aveludados e inimigos disfarçados.
Doe, mas não por uma fraqueza ao circo de horrores que bate à porta.
Doe por que de mãos atadas, meus pensamentos se vão.
Escorrem no vão do tempo.
E de grão em grão,
Vão enchendo meu passado.
É das letras que preciso.
São as frases que me dão o viver.
O mundo lá fora é morno.
O mundo lá fora é doente e não a de ter cura.
O mundo aqui dentro é calmo, individual.
Sou preso pelo externo e livre no que vem de dentro de mim.
Que vontade de ser casulo de metamorfose interrompida.
Passar a vida com asas fechadas, em um abraço sem saída.
Tecendo a vida com lã de segundos.
Saindo do estorvo de ser igual aos que voam
E me enlaçando à liberdade
De ser alimento dos meus próprios medos.
De encarar minhas próprias verdades.
De sujar minhas mãos com o que tenho
E não manchar os pés com a vaidade.

                               (Halifas Quaresma)

domingo, 16 de maio de 2010

Dá-me




















Mostra teu rosto solidão.
Vem com tua mão adormecer os meus sentidos.
Distribui sobre meu corpo a tua calma,
Declama ao meu ouvido a tua poesia.
Seja sutil.
Ponha-me pra dormir.
E prometo sonhar com teus olhares.
Não caia sobre meus dias em momentos vãos.
Dos amigos que tenho,
Quero o cheiro, as brigas.
Quero os dias.
Dos amores que perco,
Quero o sabor da alforria,
O peso das correntes partidas.
Os bons momentos
São fendas no tempo,
Brechas.
Que rompem a regra geral dos minutos que chegam,
Insistem em passar
E tendem a não voltar mais.
Agarrá-los pra mim parece ser em vão.
Afinal de contas, no escuro do sono,
Tudo o que me resta é a tua companhia.
Tudo o que me sobra é o teu prazer
De me ver frio em um leito.
Esquentando-me com os pensamentos.
Aquecendo as mãos, com o fogo das lembranças.
Conte-me uma história,
De um desses poetas que acompanhastes.
Espere que meus olhos estejam fechados,
E apenas lembre-se de deixar a porta entre aberta.
Gosto de sentir que existe um lado de fora.
Gosto do sabor de alguns pingos de luz que entram no quarto.
Se acaso amanheço,
Prepara meu alimento.
Algo como o desejo de alguém,
Com um tanto de condimento.

                                        (Halifas Quaresma)

sábado, 15 de maio de 2010

ESTRANHO

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Cabelos ao vento
Ruas, movimento
Prazer de andar só...

Estranha calmaria
Estranheza de um poeta
Que já não ama
E não mais declama
Seus versos à sua musa
Lua de noites passadas...

Outras ruas, ruas novas
Novos olhares de mundo

Talvez tenha me perdido
De mim.

sexta-feira, 14 de maio de 2010


Eu não sei falar de amor
E dizer que te amo é tão desse mundo
Se o que sinto é vezes mais profundo.
Você não sabe ouvir o que quer,
Nunca está perfeito
Nem ao menos dá-se um jeito.
A gente não conhece nada mesmo,
Só de pensar que tudo pode acabar assim
Sem ninguém perceber.
Tantas questões lá fora,
A vida que se devora
Para sobreviver.
Nem choro nem grito nem vela,
nem quando o sangue em Abril amarela
É capaz de mostrar o quanto se pode perder,
No mínimo o que podemos é amar
Para no máximo sentirmos a dor do próximo,
E aí sim a coragem vai sangrar
Querendo deixar o mundo ótimo.
No mínimo eu penso em você ao máximo
E me preocupo bastante,
Um filho que a gente possa ter
E que a gente possa ter o bastante.
BASTANTE AMOR PRA VIVER,
BASTANTE VIDA PARA AMAR.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

PARE


Correndo em círculos barulhentos

Paro e penso,

Que venha o ócio
Para suprir o nosso tumultuado vazio.


Fernanda Paz

Fique com minha sorte por enquanto,
Fique com meu amor pra você,
Não quero nada que é seu.


Fique comigo mais um tanto,
De você eu só quero você,
Eu gosto do que não é meu.

Valcian

quinta-feira, 6 de maio de 2010

POEMETO


Ando estranho
Absorto, disperso dos dias
Opaco.
Pensando demais
Sem resposta alguma
Vivendo de menos...

Quebra-cabeça


Ainda em mim uns pedaços teus
Pedaços de ontem
Quebra-cabeça incompleto
Peças inexatas

Peças suas que não cabem mais em mim

Por muitas tentativas
Me concluí despedaçada necessariamente da tua distância.


Fernanda Paz