sexta-feira, 8 de julho de 2011
Antes do que se escreve
Desmembrado punho
Lamenta-se, profundo,
Os únicos desenhos que pôde fazer.
Adormecidos sonhos
Queimados, em papel,
Na pele que se molda ao que se resta escrever.
Letra por letra,
Marteladas vezes,
Penduradas uma a uma
Na parede do que se resta dizer.
E lamentavelmente,
Despedindo-se frio,
Vai-se sangue a sangue
Formando-se ser.
Surgido de dores,
Provocável riso,
Adormenta-se em pontos,
Diz adeus ao branco incontido,
Saudando as cores daquilo que se lê.
(Halifas Quaresma)
Autor:
Halifas Quaresma
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Identifico-me com a forma caudalosa como você poetiza. E acredite, não é nada pessoal, apenas sinto que seu eu-poético convence ao passo que mitiga. Mas, e daí? Se os "lamentos profundos" permanecem.
ResponderExcluirTernura sempre!
De fato permanecem. Que honra ouvir que aquilo que escrevo, existe de um modo quase igual em outro alguém, que não meu reflexo. Obrigado mesmo.
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