Meu coração gigante não cabe mais em mim
Quer fugir, se esconder assim. Em ti.
Acostumado com minha solitária pequenez,
sonha em partir.
Quer guardar um pedaço dele com você?
quarta-feira, 26 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Li
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poema exclusivo para o blog literesina
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Li Teresina
Li esta cidade
minuciosamente
A leio desde que nasci
Cidade-pessoa
Somos do que somos
feitos
Não precisei ler três
vezes
Pra responder a questão
Li Teresina
Li terra quente
Que racha o chão
Li povo quente
De bom coração
Cidade imperfeita
Cidade-pessoa
Tudo bem
Porque não sou lá
essas coisas
Não sou tão bom assim
Mas leio muito bem
Li Teresina quando era
Cidade-menina
Eu era menino
Voando sobre ti
Em carrinhos de rolimã
Li Teresina
Li num-se-pode na Praça
Saraiva
Depois que cresci
Fomos pra lá namorar
Eras menina e foi nesse
tempo
Que eu mais te amei
O inverno começa mais
tarde
Águas de Janeiro
Viraram águas de março
Prendi a respiração
E pulei no Poty
Da ponte da primavera
O medo me tripulou
Mas pulamos
Li Teresina
Ainda menina
Brincando à noite na
rua
Chuta latinha ou passe
o anel
Tempo de inocência
Li Teresina
Nas mesas de quadrinhos
Na praça Pedro II
Cidade de um cinema só
Uma rodoviária só
Um aeroporto só
Um mercado velho só
Um museu só
Um povo só
E um povo só
Éramos tristes
estatísticas
Nos livros de geografia
Mas éramos muito
felizes
Não há tempo
Não há tempo
Não há tempo
Pra falar tudo que li
O mundo pós moderno
Urge e ruge
E te transforma
Malditas urbanidades
Cicatrizes na cara da
cidade verde
Não vou falar disso
agora
Não do que leio
O olho que nunca dorme
Está olhando nossa
cidade
Céu cor de chumbo
Maquiagem pesada
Nada de presente
Nada de futuro
Vejo o futuro
Minha a mão enrugada
Segurando a tua
Li Teresina
Quis falar do que li
Do que vi
E vivi
Tempo de manga e caju
Que não volta mais
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