domingo, 30 de dezembro de 2012

Protetora



Não foram dias fáceis
Mas não direi que foi ruim
A culpa hoje é um fóssil
Encravado em mim
Fiz o meu melhor e ainda assim...
E foi recebendo o golpe da tua punição
Pude sentir o resvalo de uma boa vibração...
Te fazendo feliz
Desafiei a solidão
Você não age como diz
Só reverbera indecisão
Fiz o meu melhor e ainda assim...
Não sei bem o que fazer agora
Sem amor próprio
Nem uma musa inspiradora..
Mas desvendei na decepção
A minha protetora salvação!
Ficou a lição...
Ficaram farpas
Dolorosas marcas
Novos pesadelos
Lesados devaneios
Parcas esperanças
Em velhas desavenças...
Fiz o meu melhor e ainda assim...
Se sou arma em tua mão
Não seja a minha munição...
Se aprecia julgar por intuição
Deleite-se com a minha doce dedução...
Decepção...
Fiz o meu melhor e ainda assim...
És tão inocente
Pega em flagrante!
Foi tão presente
O meu melhor instante!
Fui o verso
Do teu inverso!
Por onde passo
É desfazendo laços...
Fiz o eu melhor e ainda assim...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pílulas


Riso consentido
Auto aceitação
Amor fabricado
Uma outra dimensão
Palavras dispersas
Pura imaginação
É o soprar da brisa
No olho do furacão!
Desvie minha atenção
Prescreva a solução!
Passe o alívio
Amigo imaginário
Seu aspecto sadio
Sai do receituário
Sintética salvação!
Sem contra indicação!
Leve retardo
Corpo inanimado
Parece apagado
Mesmo acordado!
Prazer assistido
Boa vibração
Mantra embalado
Gostosa alucinação
É teu entusiamo
A melhor solução
É o que te faz calmo
No apartar da confusão...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Rei do Ringue


Liguem os holofotes
Vou passar
Eu sou o golpe de sorte
Não vou fracassar
A alma inflama
Nos punhos em chama
A vitória certa
Então emana
Estou tão seguro de mim
Eu nunca agi assim
Durão demais para cair
Sigo decidido a persistir
Estou por cima!
Sou o rei do ringue
Quando o gongo soou
O jogo mudou
E meu rival se agigantou
Sobre a sombra do seu vigor
Morri nos momentos de terror
Até me mantive em pé
Mas perdi a fé
Senti o sangue e o dissabor
E nos espasmos de dor
Espancou meu status quo!
É o trauma
Do rei do ringue!
Estou contra as cordas
Quase em coma
Como o rei de roma
Passou tamanha vergonha
E beijou a lona?
Nem no meu pior pesadelo
Me imaginei fazendo apelo
Ele parece prever o que vou fazer
Antes que eu possa correr!
Volte pra casa!
Não quebre meus ossos
Onde estão seus modos?
És fruto do meu medo
Minha mente já perdeu mais cedo!
Fim em si mesmo
Adeus rei do ringue...

Sobreviver


Porque está possessa?
Viver é folia desvairada
O que te leva ao sucesso
Pode não significar nada
Você diz ter noção
Parece conhecer atalhos
Mas troca os pés pelas mãos
Como um bom trocadilho
Se tem tão pouco a oferecer
O que lhe sobra para perder?
Não fique aí a remoer
Se não fez por onde merecer...
Vá sobreviver
E deixar sua marca...
Não volte se vai dizer
A si mesma que é fraca!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

As vezes


As vezes mal existo mesmo quando vou
As vezes sou presente até onde não estou
As vezes a vida até vale a pena
As vezes eu só quero morrer e sair de cena...
As vezes insisto
As vezes reluto
As vezes encanto
As vezes assusto!
As vezes sou a formiga mais forte
As vezes sou um gigante sem porte
As vezes sou carinho que fratura
As vezes creio que a dor cura...
As vezes bem quisto
As vezes a contragosto
As vezes sensato
As vezes em surto!
As vezes penso ter achado meu lar
As vezes não pertenço a este lugar
As vezes me perco na solução
As vezes me encontro na contradição
As vezes preciso
As vezes confuso
As vezes conciso
As vezes recluso!
As vezes eu venço sem comemorar
As vezes na derrota sei celebrar
As vezes eu obtenho a razão
As vezes ter a certeza é precipitação
As vezes repudio
As vezes auxilio
As vezes refugio
As vezes exílio!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Eu Odeio Estar Certo


Eu odeio estar certo
Não queria chegar nem perto
É difícil seguir em frente
Sem parecer impaciente
Me mantenha altivo
Que lhe darei alívio
Eu odeio não ser forte
Para revidar contra minha sorte
Sou o egoísta que pede apoio
Sem prometer suporte
Seja como for...
Não me deixa com esta dor
Eu odeio estar certo
E repelir o que me é caro
Indisposto e farto
Sou distúrbio raro
Reluto por esporte
Espero que não se importe
Eu odeio ficar quieto
Para evitar outro conflito
Ter de aceitar o fato
Quase como um delito
Não deixa como está
Aceita quando eu falhar

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Pensei em te escrever uma poesia de amor

Aí uma voz seca soa na mente.
Não libera uma simples calma.
Nunca vai, recomeça somente;
Se condenar, ninguém se salva.

Uma face brilha como o sol solitário
Que assiste à nossa demência
E queima sem calor solidário.
Até um riso pesa como uma penitência.

São tantas tardes débeis. É dia,
Já sonho com sua esfinge nua,
E dança como louca, dança como vadia.
Não sabemos de nada, vamos para a rua.

Não rimo mais porque não sei.
As brancas folhas de meu caderno
Pretas ficam com tanta besteira.
Olha, ainda sobrou uma rima: Inferno!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vida Imperfeita




Meu começo errado trará futuro errante?
Não sei, sinto falta de tudo
Como undívago solitário berrante
Tenho fúnebre convicção da minha vida no mundo


Para sonhar, sofrer, não realizar e chorar
Afogo-me nesta triste conclusão
A depressão não demora a chegar
De morrer tenho bizarra convulsão


A fé no futuro me faz parar
O passado é a cara da derrota passada
Caminhos tortuosos só existem


Levanto-me corajoso, sem chorar
Sinto no peito uma coisa apertada
E tento esquecer o dia de ontem



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sábado, 1 de dezembro de 2012

Sobrevivente


Com o passar do tempo acabei me tornando uma criatura
Indiferente a si, ciente de nada.
A noite, que me fora uma hora bela, nada mais me é que uma hora escura.
Tento ouvir e pouco ouço desta cabeça calada.

Minhas euforias não são mais eufóricas;
Minha angústia esvai-se menos angustiante.
E assim vão: pobres, aquelas emoções ricas
E seco de tanto não ser constante.

Sou criatura, sobrevivente.
Pobre corpo, em pouca alma familiar.
Assim vou: não caminho mas sigo em frente,
Penso em seguir, contudo sigo sem pensar.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Junky Box


Esse povo é maluco
Depois de abandonados
Vão cheirar cola
Com as meninas da rua
Do outro lado
Batem na minha porta
Com pedras na mão
Querendo abraçar meu irmão.
Meu irmão!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Envelheço nas paradas e me deprimo nos ônibus com o trânsito
E quando vejo que velhos dragões estão soltos nas ruas
Forçando a vida em um mundo que não lhes pertence mais
Eu tento fechar os olhos para ficar em paz,
Mas sempre tem uma buzina ou uma freada brusca e no final
Todos os veículos se encontram no mesmo sinal,
Tanto faz alterar as rotas, os condutores são os mesmos
Que a STRANS não consegue prevenir,
Que a fiscalização não consegue multar
Que a morte não consegue remediar,
Que a polícia não consegue apreender
Como os velhos dragões que estão soltos nas ruas
Me vendo envelhecer como as paradas de cimento
E deprimir como os ônibus de ferro.
Sempre é o ferro que perfura o cimento,
Sempre é meu sentimento que se ferra e isso não é nada,
Apenas a hora de descer em outra parada pra envelhecer
E envelhecer como os dragões que estão soltos nas ruas
Forçando a vida em um mundo que não lhes cabe mais
E mantenha-se cuidado,
Sempre pode acontecer um mal a mais...
...um Amor a menos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Haikai Autobiográfico

Esse sou eu
Ao desafinar o tom
Forjei um dom.

Desabafo


Ontem tentaram extrair o melhor de mim
Não pude controlar o riso até o fim
Entenda, eu não quis desmerecer
Mas eu sei no que nos tornamos ao crescer
Não se deixe levar
Não se deixe mostrar
Não tente esperar
E talvez vá passar
Agradeço o modo como me elogia
Mas acho que prefiro o meu porão
Maus demônios me fazem boa companhia
Distantes de seus olhares de compaixão
Não se deixe agradar
Não se deixe calar
Não tente provar
Talvez isto irá
Sou mais um blefe neste lugar mundano
Moeda de troca em sabotagens
Tão confortável em ser comum engano
Encaro a vida como uma tola miragem
Não se deixe descuidar
Não se deixe ausentar
Não se deixe desarmar
Não se deixe parar
Não se deixe compensar
Não se deixe consolar
Não tente lembrar!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Cadafalso



Som do desprezo
Tua diversão
Eu guardo apreço
Tu me reserva aversão
Não sou malfeitor
Mas não tenho a razão
Eu lhe tenho purdor
Mas tu é a má intenção
És meu cadafalso
Meu passo em falso...
Eu sou o cristão
Tu fez o que quis
Me sinto a recreação
De uma meretriz
É o puro dissabor
Porém estou tão feliz
Pode ver meu rubor?
Escapei por um triz
És meu cadafalso
Me afoga no raso...
Minha falha na couraça
Homérica ressaca
Talvez eu mereça
Me chame de babaca
Anda ausente
Sou a tensa impressão?
Pesada corrente?
Quase voz de prisão?
A dúvida paira
Estou em colapso
Porque não atira?
Me mate no cadafalso!
No cadafalso
Meu repouso...

Erro De Percurso





Eu fui a sutura
Atenção rara
Mas quem me sara?
Te dei a desculpa
Lhe livrei da culpa
Porque não me poupa?
Hoje sou remorso
Erro de percurso
O peso no dorso!
Vergonha exposta
Derrota imposta
Tua última aposta!
Aos destroços novamente...
Meus cacos são tão reluzentes!
Era divino...
Parecer sereno
Rindo como um menino!
Era relaxante
E até relevante
Pensar adiante!
Para mim foi mágico
Mas o tempo é cáustico
E age lacônico!
Não abrirei o meu presente...
Não sei parecer contente
Eu estava quieto
Firme e reto
Porque chegou perto?
Deixou ranhuras
Pequenas diabruras
E foi embora!
Como o prazer de um trago
Tem o gosto do estrago
Sabor bem amargo!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que eu vou fazer
Quando encontrar com meu velho desejo?
O que eu vou dizer,
Porra, te amo e faz tempos que não te vejo.

Correndo atrás...,
Eu já conheço e até bem demais.
Eu quero mais do mesmo
Porque o mesmo não ficou em paz
[da última vez.

Outra ilha, outra constelação,
O mesmo céu, o céu é mesmo
O mesmo céu, o mesmo seu,
O seu é mesmo o mesmo meu.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A vida é bela







Princesa,
Bom dia!
A vida é bela
E não há surpresa.
Tudo é teatro, encenação.
O casamento já estava marcado,
A chave e o chapéu também.
Todos os encantos foram feitos pra você
E nenhum há de se quebrar
Como ovos em chapéu que alguém há de usar.
Eu poderia falar mais de encantos,
Mas não quero ser chato e descrever seu rosto.
E eu faria amor com você na calçada de sua casa,
Mil vezes se preciso fosse, até virarmos estrelas
Até meu beijo ficar com sabor doce,
Depois de tê-la,
Princesa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012



O mundo quer a sua revolta
E é preciso não colaborar com essa violência.
Deus, o mundo quer a sua volta,
Mas se divide entre a fé a e a ciência.

E eu desisti de ouvir todas as bandas do mundo,
Eu desisti de ler todos os livros do mundo,
Eu desisti de ver todos os filmes do mundo
Depois que conheci o Amor.

Sim, não passa de uma alienação,
Mas eu me alieno de coração aberto
Com a cara e a consciência limpa
Para fazer deste erro o mais certo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"Sá Menina"

Sai ela toda faceira
Como quem nada queira
Brincando de ser feliz
E de fato sendo

Sem eira nem beira
Desce a ladeira
Ao fim da qual
Vai se tornar lavadeira

Topa numa pedra
Mas de longe avista Pedro
Que sem cerimônia
Tasca-lhe um beijo

Descendo a rua da ladeira
"Sá Menina" vai pra vida
Como quem nada queira
Só quer viver a arte que a vida imita!!

Por Carol Moreno 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tratado sobre a ansiedade e o amor




Espinho amar espezinhar
Amor à flor da pele
Espinhos e flores
Escuros e cores

Não há espaço no amor
Para a terrível dialética
Estupre-me suavemente
Beije-me violentamente

Não, não me venha com o neutro
De cima do muro
O beijo é morno
Dá-me um tapa que perdoo

Amor montanha russa, não carrossel
Não interessa o que tu não fez
O que não alimenta a paixão
Separa-nos de uma vez





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domingo, 7 de outubro de 2012

Faço de Conta



Faço de conta
Que lhe tenho aqui...
Tal mentira conforta
Desando a repetir
Eu até sonho
E tenho planos
Mas o fracasso enfadonho
Cansa com os anos...
Faço de conta
Que está bem assim
Mas minha fé não aponta
Um começo no fim
Fico a deriva
Agarrado a culpa
Preso ao óbvio
De outra desculpa
Rindo no pranto
Faço de conta
Que o meu canto
Me reconforta...
Faço de conta
Que você volta
Ainda que tome
Uma outra rota...

sábado, 29 de setembro de 2012

Na Contramão no Maranhão


  1. Caminhos Distantes, caminho avante.
  2. Se no caso da estrada torta,
  3. uma garrafa de álcool e um pôr-do-sol  elegante.
  4. Não vou chorar na areia, nem pisar na água límpida
  5.  que surge na montanha.]
  6. Vou!
  7.  ..............................
  8.  Lembrando aos risos de sua linda dança.
  9. As texturas me colocarão acima, as pastagens, o clarão.
  10. O animal andarilho, vou adotar meu coração
  11. Pra toda vida. Que lambança.
  12.  .............
  13. Quero uma fruta molhada, uma manga, uma goiaba
  14. Não deixarei a minh’alma abandonada.
  15. Mesmo que cada fim de dia uma lágrima surja desamparada.
  16.  ...................................


  17. Nícolas

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Entre os Olhos



Um mês.
E já foram tantos os sorrisos
Os abraços
Os beijos
E tantos carinhos já trocados.

Um mês.
E já nos conhecíamos há tanto mais tempo...
Mas este momento é nosso, e apenas nosso.

Um mês. E eu que nem lembrava de datas...
Agora fico de olhos marejados
Ao lembrar de simples momentos.

E são por ti os sorrisos que dou logo ao acordar
É por ti que sorrio mesmo nas horas mais difíceis
E é do teu abraço que me lembro
quando o medo e a angústia vem me visitar

E é contigo
E apenas contigo
Que sinto não precisar palavra
É contigo que minha timidez se faz menor
E posso conversar com teus olhos

Dizer-te que te amo apenas com um olhar.

Mayara Valença.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Elo



Entrelaça tua mão na minha
E jamais deixarei-te
Andar sozinha.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ainda tem tanta coisa pra ser dita
Tanta coisa, amor, que você não acredita
Que eu possa mudar tocando
Enquanto eu puder gritar
E alguém quiser ouvir
Eu vou incomodar
Os que não estão aqui
Mas mandaram suas convenções fazer presença
Os que usam a lei como sentença
Querem apenas obediência
Por isso às vezes cansado de penitência
A gente reage com total violência
Perdendo a cabeça
Perdendo a razão
Acreditando não ser essa a situação
Que Deus nos deu pra viver
Sem ter onde morar
Ou que vestir
Sem ter com quem contar
E nada ter pra dividir
Além da esperança infinita
No tempo melhor que há de vir
Então por que não acredita?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Tão Sozinho


És corpo estranho
Em si mesmo
Puro ranho
Em frente ao espelho
E o teu íntimo
Arromba tua porta
Arranca-lhe acalma
Rompendo tua aorta
E Então?
Tão sozinho
Tão menino
Tão franzino...
Sobre a cama
Não há resposta
As entranhas de tua alma
Perecem expostas
Corpo retalhado
Dissolvido em medo
Jaz finado
E ainda é cedo
Não!
Tão sozinho!
Tão estranho!
Sem um sonho!

domingo, 26 de agosto de 2012

Solstício



Findam-se os versos de abandono
e solidão
O antigo cinza dos dias
Agora é o verde dos olhos

Já faz verão.

domingo, 5 de agosto de 2012

Lástima



Nobre gestor
Estende tua mão
E interceda pelo educador
Não seja o problema na solução!
Até obteve boa instrução
Dos melhores acres da educação
Seria um político tão exemplar
Mas foi deixar as coisas por acertar...
Se hoje entendes o beabá
E sabe bem no que acreditar!
Se sabe contar antes de afanar
Alguém parou para te ensinar...
A justiça é ilegal
E resistir é o ideal
A lástima é real
Não é o final...
É tão mais facil para subjulgar
Quando não há quem saiba retrucar...
Mas ainda há quem possa interpretar
O blefe em teu balbuciar!
Não lastimo
Como suplício
Cumpra os compromisso
Dos dias de comício!

Lástima...

Achados e perdidos



Jovem garota...
Não chore em minha partida
Pois estou falido
E não te desejo esta vida...
Sou página virada
Porém, prosa inacabada
Sou ovelha desgarrada
A armadilha na estrada
Vá em frente!
Se dê este presente
Me exclua este instante
De seus achados e perdidos...
Jovem garota...
Não tem porque continuar
É melhor terminar
O que foi um erro ao começar...
Tenho a vista desfigurada
E purulentas feridas
Sou figura inanimada
De histórias desmentidas
Vá em frente!
E conceda meu pedido
Me faça ausente
De seus achados e perdidos...
Jovem garota...
Siga com a cabeça erguida1
Não feche a porta
Para o que virá em seguida!
Sou o carrasco que brada
Que você ainda tem saída
Tua sorte não foi lançada
Em nossa abrupta despedida
Vá em frente!
Contra o que tem sido!
Não me desaponte!
Queime seus achados e perdidos!

domingo, 29 de julho de 2012

Brasil

Estou tranqüilo quanto a minha indecisão Talvez eu não vá a sua bendita eleição. A canção do país está caindo dos pedaços O concreto amolecendo, mãe, e você em meus passos. A Pátria-Mãe gosta do meu caminhado Diz que filho seu já é a faisca de um homem feito Já fez barba na ponta do pé. Recém formado em Direito.

(Nícolas Marcoss)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Deu nos Nervos






Até tem na face a revolta
Assim como a bandeira envolta
Com as cinzas da derrota...
A elite então persiste no debate
E quando a luta repercute
Eles a entregam para abate
Silêncio!
Já deu nos nervos!
Recesso!
Aguçam olhares turvos
Pretenso!
Não sou teu público alvo
Não me encarcere em teu ideal...
Prezam pelo que é eficiente
Ser a ausência expressiva
E a presença inexistente
Mal desvencilharam do cabresto
Pois quem nos protestos
Se contenta com os restos?
Silêncio!
Já deu nos nervos!
Fracasso
Dele fazem cultivo!
Descalços!
Perecem os servos
Não me encarcere em teu ideal!

Pedra, Terra, Vida.

Estou de partida para meu jejum
Onde o sol esteja saindo ou até caindo.
A partir do horizonte de lugar nenhum.

Para outra estrada barrenta, para uma infinda trilha
Trafegando seco no clarão do meio-dia.

Com a distancia no meu encalço
Na companhia do vento, na sombra da carroceria
Atravessando ileso a fronteira de um novo dia.

Aceito uma noite, por pura inocência
Me entrego à vida, me faço Homem.
Após algumas, ela já não tem mais nome

Desde a partida o sonho noite e dia
A chuva nunca veio, os tempos ainda infertéis
A comida dura na bacia.


(Nicolas Marcos)



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Plágio














Escorre da luz que me cerca
Feito inevitável arrastar-se do tempo,
Todas as coisas que brilham infinitas vezes
No vão, oco, que me enfeita por dentro.
Agulhas frias penteando o ego.
Encaixando cada fio dos longos medos.
Em cada passo feliz,
Enxergo as sombras desenhadas no espelho.
A imitação impune
Do crime imundo que carrego no peito.
A cópia desonesta das farsas alheias
Emolduradas nas verdades que invento.

                               (Halifas Quaresma)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sinto muito,
Não vai durar muito.
Não sei porque insiste,
Mostra ser legal,
Etc e tal...
E a não ser que você mude total,
A não ser que ela faça isso com você,
Que ela transforme toda a essência do seu Ser,
Só assim,
Mas até isso eu pago pra ver,
Não vai durar muito tempo.
Você pode sair agora e ir tentar
Pra mostrar que estou errado,
Mas eu te dou no máximo três anos,
No máximo
Que é preu ver você voltando,
Não que eu te deseje o mal,
Rapaz, eu conheço,
Tu também conhece,
Sabe que não tem futuro,
Mas vamos mudar de assunto agora,
Tu viu no fantástico aquela matéria sobre...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Boa noite, pessoal, eu sou da instituição social Manassés...,tou aqui para vender essas canetinhas pra ajudar pessoas que se envolveram com drogas.A insituição social Manassés não recebe apoio do Governo nem nenhum outro patrocínio, então para manter todas as pessoas que são tratadas pela Manassés, que pode ser um parente seu ou de algum vizinho, nós vendemos essas canetinhas aromáticas com um lindo adesivo pelo preço simbólico de R$ 2 reais ou um vale transporte para que a gente possa pegar outro ônibus e vender mais canetinhas e tirar mais pessoas da dependência química.-Olha a primeira abençoada a colaborar com a nossa instituição, olha o outro contribuindo com o nosso trabalho, muito obrigado!.-O meu parceiro vai passando de cadeira em cadeira,-só de você segurar, já tá ajudando- se você não tiver ou um vale ou R$ 2 reais, você pode contribuir com algum 5 centavos, 10, qualquer moeda, já ajuda também para completarmos a passagem de ônibus. Tenham todos uma boa noite e uma boa viagem.
Em algum lugar do Universo
Estará você para ler o meu verso.
Em algum lugar deste mundo
Estará você que é tão vagabundo.
Em algum lugar do planeta
Estará você fazendo careta.
Em algum lugar...
Pras bandas de lá.
Em algum lugar do meu verso
Estará você para ser universo.
Em algum lugar vagabundo
Estará você que é tão do mundo
Em algum lugar careta
Estará você transformando o planeta.
Em algum lugar...
Eu preciso acreditar...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Se você ouve as suas músicas sozinho como eu
Pensando em sentimenos que ninguém conheceu,
Nós podemos nos dar bem,
Até bem mal quem sabe.
Mas se você se impressiona com as mesmas estórias como eu,
Que você nem lembra onde as aprendeu,
Já disse, a gente pode ser cem,
Ou nem isso talvez,
Vai depender dos outros a nossa vontade própria.

sábado, 9 de junho de 2012

Era meio dia quando o caminhão passou por cima da encanação,
Por sinal, mal tampada, na Vila do Avião
E aquele barro duro logo virou lama no chão
E o menino de baladeira foi avisar pra mãe,
Que falou pra vizinha, que chamou a comadre
Que gritou pra madrinha:
Ó a água, mulher, pega os balde!
E num lugar onde se fica acordado até mais tarde
Esperando a água chegar pra encher as vasilhas
Aquela tarde foi inesquecível,
Principalmente porque o cano jorrou água enquanto havia Sol
Porque as crianças faziam a maior brincadeira
Na hora de trocar a torneira improvisada
Enquanto os adultos iam com baldes cheios
Que voltavam vazios para novamente sair cheios

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Só estou te ligando
Porque não tenho mais pra quem ligar,
Então fala comigo
Até meu bônus acabar.
Não vai doer,
Nem nós vamos brigar.
Só estou te ligando
Porque eu não tenho mais com quem contar
Então fica comigo
Até o desespero passar,
Quando for com você
Pode me procurar,
Se ainda estiver inteiro
Prometo lhe ajudar.
Só estou te ligando
Querendo desabafar
Não é um medo novo,
Ele voltou pra ficar
O que é que eu faço?
Eu tenho medo de Amar?
Tá me ouvindo?
Posso continuar?
Pu, pu, pu...Ta, ta, ta...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ana - arquia

Se eu pudesse te mostrar como tudo isso que você busca não faz sentido,
Você cairia louca, também sem sentido.
O que somos é só que querem que sejamos, não o que pensamos,
Isso não é de agora e não é uma boa hora para explicar,
Afinal de contas amanhã é seu teste,
Vá adquirir mais experiência, eu fico com minha falsa sensação
De que o mundo pode ser melhor quando também somos.
Mas então quando o que somos é nada, o mundo é o quê?
Não importa se ele não é nosso e se quem o tem não o mostra como é,
E sim como quer que vejamos.
É, no final a gente volta ao mesmo ponto já sem saber de que ponto partir novamente
É assim que eles querem a gente,
É assim que eles destroem as mentes,
É mais ou menos assim, Ana.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Eu sou o poder que eu quero ter

Eu já cansei de lutar com sombras que consomem quase totalmente a minha luz
Eu juro que se isso acabar eu nunca mais vou atirar pedra na cruz
Eu ando tremendo, olhando pros lados, pensando demais
E fico perguntando se ainda sou capaz
Capaz de manter os passos firmes, capaz de prender teu olhar
E fazer algo mais do que só lamentar
Eu sinto que essa fase está para acabar basta apenas eu ter
O otimismo dos que não se contentam em perder
Eu sinto que essa greve vai acabar basta apenas eu ser
Porta voz de uma união que faria a terra tremer! Heitor Matos da Silva e Valciãn

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Você sabe demais,
Você sabe tudo
E o triste nisso tudo
É que você não tem mais nada pra aprender
E vai virar idiota, pateta, louco, surdo, mudo,
Sem novos mundos para conhecer,
Você não foi com calma,
Marx explorou demais Você.
É, ele foi otário,
Marx e Che não quiseram nem saber.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Fardo



Entra em cena o equilibrista
Equilibra três pratos leves
Segue firme e sem erros
E lhe colocam mais dois, três
Seis, nove, doze pratos.

Desesperado, vê os pratos caindo um a um
Quebram-se todos.
Apagam-se as luzes
Fecham-se as cortinas.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Folhas Secas



"Waiting for the sun

Waiting for the sun
Waiting for the sun..."

Ao passo em que envelheço
Enevoeço
Os dias são previsíveis
Mas os anos, estes me lançam a um amontoado de incertezas
E inquietude

Ah, maldição...
Quantos amores de abandono ainda virão?
Devia eu ser um grande cafajeste
Talvez não me remoesse tanto
Mas até para isso é preciso ter talento

É uma vida sem cor, sem amor, sem nem mesmo rancor
Vida em constante outono.

terça-feira, 8 de maio de 2012

I'm

Um lugar onde eu possa ser hipócrita em paz,
Me preocupar com os animais sem me envolver.
Um lugar onde eu possa viver de aparência,
Tou nem aí pra decadência, pro bem viver.

Eu só quero estar e causar impressão,
Quando eu quiser ser, que seja somente pra chamar atenção.
Um lugar onde eu possa viver na mediocridade,
Na ambição que só a futilidade proporciona.

E não me olhem torto quando revelar minha falsidade,
É que estou me adaptando à situação.
Quem nunca agiu desta forma não conhece o que é traição
Como Jesus conheceu e mudou a História,

Como Zumbi que hoje morto, vive com glória.
A cada demagogia uma nova transformação
Pra garantir a sobrevivência e legitimar a Teoria da Evolução
E ainda manter o sistema regido pelas leis do meu Mundo Cão

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sou vazia

e falo

A boca externa a complexa mentira 

achando que por quantidade não falha

Mas quando a mente está cheia

A boca cala
A boca compreende que não se fala
o que entende mas não o valha
porque há gente vazia.




Fernanda Paz

...besteira, uma grande besteira,
Pois o Amor e a Vida não duram uma vida inteira,
Até a eternidade de um instante é passageira
E eu estou pouco me importando.
Só acredito no que nego,
No que não tem escolha,
Ou você derruba a árvore que plantou
Ou não terá a folha.
Perder, meu bem, perder,
É ganhar sabendo
Que quanto mais você se afasta
Já está por dentro.
Morrer, querida, simplesmente morrer,
É viver sem as coisas que você tanto batalhou para ter
E descobrir tudo aquilo que se deixou de Ser.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Desolado

Há quanto tempo os governantes são os mesmos, Amor,
Com atitudes que mascaram sempre a mesma dor?
Eu não queria que só Família desse sentido à minha vida...
Até porque meus filhos vão fazer perguntas das quais eu queria ter respostas...
Sobre como o homem é indiferente quando ele pode passar pela mesma situação.

E quando eu perco uma dúvida não é porque eu passei a acreditar,
É mais fácil ter sido porque algo me desiludiu.
A Sociedade para mim tem todo um sentimento,
Mas eles só querem tratar das coisas falando de sistemas,
Por isso eu sofro sempre, talvez por isso eu sofra mais.

Não quero viver porque as propagandas dizem que eu preciso,
Eu tenho que sentir essa necessidade como aflição
E no momento eu só tenho angústia, angústia e desolação.

domingo, 29 de abril de 2012

Haikai do Promorar

No escuro,
Sobre o chorume
Passeia o vagalume.

Zona da Morte


Você tem o costume
De sentir um peculiar perfume?
Nem incenso cobre o azedume
Do sangue misturado
Ao rastro do chorume!
Você tem na rotina
Amigos que somem
Em ritmo de chacina?
Não há quem de lá retorne
Sem apreciar o disforme!
Vai comer grama pela raiz!
Zona da Morte!
Acabar com a boca cheia de formigas!
Boa sorte!
Você escuta todo dia
O ronronar do estômago da periferia?
Que praga sobraria?
Com tanta tortura
Em vício e epidemia!
Você que tem o pé no chão
Já sabe que quem diz ter a solução
Deixará de boa fé uma má impressão!
Vai usar paletó de madeira
Zona da Morte!
Vai virar comida de planta!
Seja forte!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

...então você senta e me conta como tudo vai mal:
que Teresina é um ovo etc e tal,
que todos se conhecem e o calor não é legal,
que você passou no Enem e na verdade é de Natal,
que lá o ritmo é outro, cidade mais desenvolvida,
que aqui as pessoas nascem, vivem e morrem sem saber o que é a vida,
aí eu te pergunto: - O que é a vida?
Você fica sem saída...,
pergunto se a vida é a morte e você logo me vem com um papo de sorte que não cola,
se não cola ninguém te dá bola...
Eu descobri teu preconceito, Ninguém te dá bola
e cuidado pra não acabar que nem aquele cara que acabou de subir pra pedir esmola
contando que veio trazer a filha prum tratamento médico
pra fazer um exame clínico...
ele pelo menos é cínico e você nem você é.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Políca prende, a Justiça solta.
O Preço aumenta, o Povo se revolta.
A Classe faz Greve, o Governo desconta.
...tem Manifestação, vai rolar Bomba.

Vai ter Quebra-Quebra, vai, vai ter Prisão
E o Acordo fica fora de cogitação.
Vai ter Molotov, vai ter Confusão
Assim nos marginalizam e nos tiram a razão.

Para quem não é isento, pra quem  não está imune
Perde até a fé nos representantes que a legislação nunca pune.
Para quem não é isento, pra quem não está imune
Para quê tantas leis se a sentença aqui nunca se cumpre?

Como as coisas deveriam ser se não são?
(Estamos em greve, não podemos atender sua solicitação)
Como as coisas deveriam ser se não são?
(Passe outra hora, agradece a Direção)
Como as coisas deveriam ser...?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Instante


Acho que vou dormir
Se sorte é sonhar
Sonharei contigo
Que levou esse veneno às utopias

Acho que não vou dormir
Vou lá, ver se consigo
Um olhar, ver, tocar, sentir
Sempre preciso de algo mais

Retratos fatos
Guardados de algo que ficou
Alem de um momento

No reconte de um instante
Legando do tempo
Cheiro que veio do seu corpo

Acho que não vou dormir
Acho que não vou dormir
Acho que não vou dormir
E é tanta gente chique,
Deixando a gente em xeque,
Causando um velho choque,
Ignorando se machuca,

Mas fale sobre você,
Se está tudo bem,
Você é uma pessoa boa,
Merece tudo de bom.

E eu até entendo
Adão Eva e a cobra,
Mas o povo que cobra
É a mesma galera que quebra,

Mas fale sobre você
Se está tudo bom,
Você é uma pessoa boa,
Merece se dar bem.

Coletivo Individual

Não é interessante que todos cheguem à mesma conclusão sobre algo, mas que algo possa levar várias conclusões individuais para todos, isso para que o movimento nunca pare, para que as células se renovem, para que cada um se sinta especial na sua verdade e, que possa compartilhá-la, nunca impô-la.

O que faz sentido para um, se não faz sentido para outro é o que dá sentido à existência, isso se a busca por tal sentido é realmente sentida e não reprimida ou remediada.

A conclusão definida e definitiva não está com nada, para tudo tenha uma, duas, três hipóteses, que assim terá a verdade que quiser para o que quiser quando quiser e com quem a quiser também.

A chatice de Marx

Eu preciso é de uma religião
Para esquecer essa estória de democratizar a comunicação.
Eu preciso é de um casamento
Para ter uma desculpa e faltar às reuniões do movimento.

Eu preciso é de um cargo público
Ou então de ser um operário
Ou então montar um negócio
E só me dedicar à vida de empresário.

Eu preciso é de uma fazenda
Para aumentar minhas cabeças de gado.
Pra quê lutar pelos meus direitos
Se posso ficar sob as barbas do Estado?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Poema teresinense



As ruas do centro são meu lar
Conheço cada rua e cada canto escondido
Todos os bares, todos os banheiros sujos
É uma Teresina que se mostra para poucos
E que sempre acolhe seus hippies
Suas putas, seus bêbados
Seus poetas.

Garoa



Andar sozinho, à noite
Chuva.
A liberdade parece plena
As ruas acolhem a solidão
E as gotas lavam a alma.

Glenda

Está tudo errado
Disse angustiada
Compreendi no olhar
Sincera falava

E aquele olhar triste
Meio capisbaixo
Denunciava ao mundo
Tudo estava errado

A fome, a miséria
A dor, intolerância
O mundo ao avesso
O avesso da infância

Mas não chora, moça
Tudo há de passar
O medo que aflige
E a angústia no olhar

Janela



É necessário acordar
E ver que a vida está passando
Não está sendo vivida.
Boom!
Veja que o ano já passou
E o crescimento só se deu na barba
Talvez.
São vinte anos
"Não vivi um só momento"
A vida passa, eu só assisto
E sequer tenho motivação para terminar decentemente o poema.

domingo, 8 de abril de 2012

Idiota



Mesmo que eu não conturbe
Ou saia do lugar
 A sorte me concede
O uno dom de incomodar
Eu tinha em meu rosto
Uma covinha vulgar
E até disseram: é melhor morto!
Mas isto está longe de acabar!
Eu nunca fui de reconsiderar
Não espere que eu vá me importar
Já cansei de ouvir você implorar
Esqueça, não vou te confortar
Na vida que escolhi adotar
Não há tempo para se arrepender
Porque vou me adaptar?
Se eu posso agir e convencer?
Não faço questão
De ser o que convém
Até perco a direção
Mas dela não sou refém
Idiota é dizer
Que consigo vive bem
Se ignora o que de ti advém...

Sombras


Sombras...
Guardam minha carcaça decadente
Crenças...
Ainda posso acreditar?
Lamúria...
Guarda a nossa prepotência
Máscaras...
De um mundo arrogante
Sombras absorvem você
Elas envolvemos teus  rituais
Você não pode enganar sempre
Seu burburinho vai te condenar
Sombras...
Em meio a fome tão frequente
Minúcias...
De uma justiça tão parcial
Gritos...
Abafados mas indicam...
Pesadelos...
Não são só impulsos cerebrais
Sombras acompanham você
E velam seu momento de torpor
Seus rugidos deselegantes
Nunca te pouparam da dor!
Sombras...
Fartam-se de sua ignorância
Verdades...
Tudo o que contam a você
Demagogia...
Em alegorias fantásticas
Miséria...
É o melhor de seu ser!
Sombras amaldiçoam você
Se apegam a bens materiais
Desilusão ao perceber
Que é só mais um passado para trás!
Sombras
A lenta decadência...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Repete-se

















A lembrança espalha-se por um terreno comum.
Possui uma via de fácil acesso a todos os labirintos.
Tudo que se vai
Cicatriza seu caminho.
E ela vai cuidando de sangrar as feridas
Só pra te fazer achar as curas
Que nascem aos gritos,
Do ventre de tuas escolhas.

(Halifas Quaresma)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Eu amava todas as pessoas do mundo
Até descobrir o mundo em uma só pessoa.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Karl Marx, mas quem diria...

Vamos tomar no cú juntos, baby?
Vamos? Vamos nos lascar.
Vamos pra baixa da égua,
Pra puta que pariu que é o nosso lugar.
Vamos pra caixa-prego,
Vamos à porra
Enquanto é tempo,
Antes que o tempo morra.
Vamos se fuder!,
Já que botar pra fuder "tá" difícil.

terça-feira, 20 de março de 2012

Dias a sós comigo

Estúpido jogo
que alimenta o meu transtorno
diga-me o alívio
ao sufoco dos dias

Impetuoso, louco,
corro contra o tempo pouco
diga-me um delírio que apague os dias

Lentamente morro
sabotado pela "cidade-fogo"
diga-me o veneno que se embebem os dias.

Fernanda Paz

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mesmos Cegos

















Olha pra estrela
Que se fere de beleza
Num martírio sem fim.
Olha pro infinito que segue
sem mapa ou vontade,
por dentro dos sonhos,
sem pele ou endereço.
Olha por dentro da preça
o pouco de vida
que ainda teme viver.
Olha por dentro.
Que por fora,
até os olhos
já se esqueceram de ver.

                           (Halifas Quaresma)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Tarde

Tarde,
Dessa vez é tarde demais,
Cê chegou muito tarde, rapaz,
Diz o que é que há...
Se é outra que te faz ficar por lá...
Não vê que eu fiquei aqui...
Mas agora é tarde.

Não tente me lembrar
daquela tarde à primeira vez.
Também não cite aquele fim de tarde,
Não vou esquecer o que você fez.
Se tudo tem a primeira
Essa foi a sua última vez.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Infelizmente

Cê já devia saber que no Parnaíba não tem peixe francês,
Que aquele trem já passou e agora nós vamos perder tempo.
Fazer o quê? O preço não vai cair,
Pois o movimento foi traído pelo próprio movimento
Como Jesus por um de seus apóstolos, então

Desculpa falar assim da bíblia, é que o passado não morreu,
As bandas cover estão aí para provar o que eu digo,
Mas o problema é de representação

Me conta o que você conhece sobre o seu estado
Será que o Piauí é só a Serra da Capivara e São Raimundo Nonato,
Ah mais tem também Campo Maior e a Batalha do Jenipapo,
Parabéns, nem por isso nós estamos nos livros de História.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Vão

Escrevo um texto
Definindo trajetórias
a que me vale essa arte
Se a incerteza rege
minha própria história

Enquanto me aproximo do final
Carrego destinos silenciosos nas mãos
com posse da história alheia
para que a minha se perca
num escuro vão


Fernanda paz

sábado, 3 de março de 2012

Não espere mais que eu a aconselhe.
Faça o que já devia ter feito
há tempos e principalmente agora que cresci,
Não sentirei fisgada alguma em meu peito.
É melhor ficar sem a guarda paterna em meu leito
Do que ouvir e viver com vocês o desrespeito.
Eu não quero dar razão a nenhum dos dois,
Tampouco saber explicações sobre os três.
Ela sabe o que levou a isso
E assim mesmo reincide toda vez.
Você sabe que não adianta conversar,
Ela se faz de louca, finge que não é com ela,
fala de coisas que não têm nada a ver,
Com isso eu sempre desisto.
Mas pra quê insistir em algo irracional?
Por quê esse esforço por algo perdido?
Em meu cemitério de lembranças
São poucas as vezes em que vocês funcionaram como esposa e marido.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Degradante


Eis que no picadeiro
Entra o circo da família
Com seu baixo calão grosseiro
Expelem as piores anomalias

Não é melhor dar um passeio?

São como animais no cativeiro
Onde o laço afetivo é irrelevante
Prole e cria se agridem o tempo inteiro
Que geração degradante!

Que tal morar num sanatório?
Se defendendo do parceiro?
Pode até apelar ao carcereiro
Que monta ali seu escritório

Não há lugar melhor que o lar (alheio)

Bom exercício de mediocridade
É externar o que há muito não existe
Temos soado como um desafinado falsete
Que geração degradante!

Não é fácil viver em reclusão
E fazer o tipo irreverente
Estar em casa não é como um jargão
De anúncio de refrigerante!

A quem me é próximo, gravei grande receio...