segunda-feira, 24 de maio de 2010

Fiel angústia

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Essa dor meio confusa ainda ronda meu íngreme personagem,
Personagem de um filme bom, com boas idéias e mais ainda,
Um amor maior que o normal e tão perfeito que até distrai
Essa dor está presente até mesmo durante sua presença.
Essa dor que é minha,
Que é desesperadamente minha e por nada no universo quer-se evadir
Ou mesmo disfarçar que existe, porque essa dor
Nasceu do mar que não nada em mim,
Cresceu no oceano que desconheço e agora
Não há como voltar à superfície!
Desconheço quem sou neste momento, tudo parece novo
E insano; tudo serve como despreparo natural
Como coisa real que insiste em estar aqui, sem ausentar-se por nada
Nem tampouco por ninguém que valha a pena.
Ou esse alguém não valha tanto, exatamente por saber
Que não posso ter nem ao menos por perto.
O que mais me difere do subúrbio apertado e elitizado da sociedade
É que tenho em mim uma dor tão grande, tão espaçosa
Que as vezes nem ao menos dá para respirar,
Essa minha angústia angustiante contorna meu radar,
Transpõe meu ensejo e alimenta meu desprezo
Preciso viver ao menos para viver,
Preciso respirar ao menos para continuar viva
E continuar viva ao menos para poder sonhar.
Se eu sonhar mais do que posso, talvez possa agir;
Agindo, suprirei essa minha tão fiel angústia,
Que se transforma em dor e almejo pelo sofrer,
E Sofrendo jamais poderei sofrer.

Um comentário:

  1. Caralho Luana, muito massa esse, sobretudo o final e tal, Preciso ao menos viver para viver, foda,abraço.

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