Mostra teu rosto solidão.
Vem com tua mão adormecer os meus sentidos.
Distribui sobre meu corpo a tua calma,
Declama ao meu ouvido a tua poesia.
Seja sutil.
Ponha-me pra dormir.
E prometo sonhar com teus olhares.
Não caia sobre meus dias em momentos vãos.
Dos amigos que tenho,
Quero o cheiro, as brigas.
Quero os dias.
Dos amores que perco,
Quero o sabor da alforria,
O peso das correntes partidas.
Os bons momentos
São fendas no tempo,
Brechas.
Que rompem a regra geral dos minutos que chegam,
Insistem em passar
E tendem a não voltar mais.
Agarrá-los pra mim parece ser em vão.
Afinal de contas, no escuro do sono,
Tudo o que me resta é a tua companhia.
Tudo o que me sobra é o teu prazer
De me ver frio em um leito.
Esquentando-me com os pensamentos.
Aquecendo as mãos, com o fogo das lembranças.
Conte-me uma história,
De um desses poetas que acompanhastes.
Espere que meus olhos estejam fechados,
E apenas lembre-se de deixar a porta entre aberta.
Gosto de sentir que existe um lado de fora.
Gosto do sabor de alguns pingos de luz que entram no quarto.
Se acaso amanheço,
Prepara meu alimento.
Algo como o desejo de alguém,
Com um tanto de condimento.
(Halifas Quaresma)
Areebatou, arrematou bem aí no final,massa demais 'Com um tanto de condimento'
ResponderExcluirAdoro portas entreabertas... "nos faz saber que existe o lado de fora" e que a qualquer momento ela pode se abrir por completo nos trazendo alguma surpresa...
ResponderExcluirvlw Valciã, o condimento como algo a mais em alguém especial...
ResponderExcluirÉ isso mesmo Fernanda, lembrar sempre que existem coisas fora do peito, coisas palpáveis, que podem nos surpreender.^^
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