quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Perdas


Eu não pude fazer nada por mim neste momento;
Traí o mais doce carinho que obtive,
Traí a quem tanto me quis bem.
Não tive chances de sair do mar quando as ondas estavam baixas,
Não consegui apagar a luz antes de o sol nascer;
Nem consegui vestir minha roupa quando fiquei mais gorda,
Consegui o fim de todo meu brilho, a treva de minha Luz;
A dor de qualquer parte que tenha surgido em meu peito
E a morte acima de qualquer vida.
Eu sei o que fiz, mas não consigo mais conviver com essa dor
Dói demais enganar a mim mesma, porém é a minha foz.
Consegui quase tudo o que quis, só não o que realmente queria,
Por que o que eu queria o dinheiro não pode dar,
E isso é um problema quando não se tem o que fazer.

Desculpe minha intolerância, e minha inconstância,
Mas é que eu não tenho mais forças para continuar,
Minha fraqueza é maior que meu olhar, e isso é um problema.
Desculpe-me o mesmo gesto, a mesma ação e a mesma reação.
Eu não posso mais, é uma parte indestrutível de meu eu
E esse EU me torna mais inconstante do que o costume;

Quiçá eu tenha dado mais do que esperara,
Quiçá eu tenha recebido mais do que devera,
Quiçá nada me tenha restado, a não ser uma vida regrada
Pelo que mais quis e não tive.
Quiçá os sonhos sejam vãos, ou mesmo eu tenha caído em mim
E tenha descoberto o que eu fiz e não me perdoei por isso,
E por não ter-me perdoado, não pude dar o meu amor a outrem.

A vida tem desses princípios, de onde saem os desafios de um amanhã
Dotado de invasões, e em uma destas aconteceu o garantido sofrimento,
E o imaginável fim.
Por que essa história acabou sem ao menos ter-se consumado,
Acabou; talvez porque não tivemos forças para levá-la à diante
Ou por não termos coragem de um encontro real,
Acabou por que eu fui fraca em ter começado, posto que me fosse mais fácil
Se nada tivesse ocorrido e mesmo não tendo ocorrido, só eu sei o que tive.

Desculpe a quem chorou, pois as minhas lágrimas nada importam,
E as de quem chorou valem mais que mil palavras;
Preciso estar sozinha, afinal é o meu destino mortal;
Assim sei que o mal será cometido apenas em mim,
Mas afirmo com as doces ilusões que carrego
Que quem me ama peço perdão, e quem eu amo
Que por Deus também me perdoe, pois as forças que haviam
Foram-se embora quando pensei que tivesse alguma!

4 comentários:

  1. Muito bom e profundo!

    Parabens!

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  2. rapaz Luana, eu qeuria destacar umas passagens aqui e tal, mas como do poema todo fica difícil né,kkkkkkkkkkk, Abraço.

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  3. Nossa!!

    De tirar o fôlego!!

    Parabéns querida!!!

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