segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Postes em suas casas fixas.
Ruas esburacadas e achatadas sofrem aos primeiros sóis.
Caixas assassinas de alta velocidade nos ultrapassam.
Andarilhos no silêncio,
Programados para o horizonte encoberto por construções.
Bancos alinhados e bem pintados.
Por que não deitar e sonhar ali mesmo?
Sinais afirmam sem impedir a nossa caminhada.
Fitas dançam ao vento, harmoniosas e leves sem rigidez alguma.
Parecem efeitos especiais, mas são apenas movimentos coordenados,
Por outra dança aliada a contrações de membros e vértebras
E uma mente sagaz bem treinada.
Caixas maiores param constantemente
Transportando e desbastando pequenos sobreviventes.
Ficamos por aqui.
Outros seguem se perdendo por entre árvores e paralelos.


Nícolas Marcos

Um comentário:

  1. Quando você nasceu, um anjo louco, muito louco, foi ler sua mão?
    Parafraseei Torquato e Drummond, dois poetas que eu aprecio bastante, para dizer o quanto gosto de sua poesia. E olha que diferente da prosa, que me prende e faz eu ficar envolta a tudo que acontece na atmosfera criada por ela, a poesia me deixa mais solta, mais aérea.
    Mas quando leio você, vejo um moço com sede de conhecimento e com uma maturidade intelectual avançada para a idade. E como eu já disse, isso me agrada.
    Gostei da forma como você personificou e descreveu os elementos do nosso cotidiano teresinense.
    Tristeresina é assim: cheia de árvores e paralelos. E nós, como transeuntes, fazemos parte de tudo isso.

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