domingo, 14 de março de 2010

Enquanto isso eu faço poesias

Enquanto exaltam-se as mentiras
Enquanto abrem-se as cortinas
Enquanto despem-se as meninas
Enquanto engolem-se anfetaminas
Enquanto mijam-se nas esquinas
Enquanto dormem-se os vigias
Enquanto morrem-se os suicidas

Depois disso eu faço poesia
Depois de pular a cerca da vizinha
Depois de ficar nu em uma esquina
Depois de enlouquecer em Teresina
Depois de acreditar n’um novo dia
Depois de estrangular a melodia
Depois de fumar metanfetamina
Depois de defecar na tua piscina

Ainda assim faço poesia
Se não for bela a menina
Se ainda seguem pra Medina
Se a cabala não é divina
Se maquiarem a hipocrisia
Se entupirem-me a narina
Se soprarem-me purpurina
Ainda assim faço poesia

Mas não faço nem cantiga
Pra quem se engana com essa vida
Pra quem estupra a poesia
Pra quem não supera o dia a dia
Pra quem nem pensa e nem rima
Pra quem alimenta a idolatria
Pra quem se admira com a sabedoria
E num lhe servi nem uma poesia

3 comentários:

  1. sua poesia cansa um pouco.
    parece mais um manifesto, protesto, dejeto... que sai escarrado pela boca de quem comeu e não gostou. pra viver nesse mundo só comendo muita bosta arrotando flores.
    não estou dizendo que achei ruim...
    mas posso achar, não posso?

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  2. é exatamente isso dadina! vc conseguiu capitar a alma da coisa! é um manifesto um protesto de quem comeu e não gostou e quem se recusa a arrotar flores tendo comido bostas. mas, não se canse de ler.. canse-se de ser o que não é! e proteste tbm wlw

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  3. a leitura não me cansa, e sim os que se vestem de escritores. justamente esses que se prendem aos boboblog's.
    não fale sobre aquilo que não conhece. Eu.
    certo que "dadina" é meu alterego.
    porém ela tbm é um pouco de mim.

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