quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SOLITÁRIA


Teus tristes meus olhos muito me comovem
Andas a soluçar, abandonada
A percorrer sozinha a longa estrada
És um anjo morrendo entre os mortais

Tenho pena de ti, não deveria
Ser passiva de pena é tua desgraça
Minha piedade mais te faz sofrer
Mas como não sentir ao ver-te assim?

Vejo-te ao longe sentada num banco
Na praça as folhas secas aos teus pés
Compõem um cenário tão sombrio...
Mas só eu tenho olhos para ver

Os outros não percebem, és mais uma...
O mundo não sente a dor dos sozinhos
Apenas eu, estranhamente, sinto
Comove-me a poesia dos teus olhos...

Não és pobre, nem rica, és dispersa
Talvez tenhas surgido por acaso
Neste mundo de dor e desespero
Que não sente o sofrer dos solitários.

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