sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Umberto Eco colhe flores (Fogo Cruzado)


Está tudo certo, meu bem
E eu não sei para onde correr.
Eles têm razão e não têm,
Tenho dúvida no que escolher.

Tenho medo da escolha me prender,
De a chance me determinar,
De a oportunidade me corromper
Ao ponto de dizer que não podia deixar passar.

Medo de ser igual à você,
Pois você é só uma parte de mim
E ainda e melhor assim que assado.

Programar a distância pra dar uma sensação de ausente
E se fazer de vítima para uma chantagem emocional.
A propaganda é como um câncer tomando conta da gente
Transformando em verdade o que nem mesmo é real.

Tudo nos "conformes", amor,
O mal beijando o bem.
Não há arte, não há dor
Nem nós e ninguém,

Mas está tudo filmado
E ainda é melhor assim que assado
como o futuro-presente é pior que o passado.

3 comentários:

  1. Que poema maravilhoso. ;] fácil de entender e completo .. ele trás uma história inteira em seus poucos versos.

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  2. Valeuz, que bom que entendeu, isso me faz pensar que talvez você conheça Umberto Eco ou então que o poema esteja tão claro que talvez nem precise saber quem ele é,rsrsrsrss, Obrigado.

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  3. Nossa Valciãn, me senti lisongeada e muito contente de ver o seu recado!!!

    Só fiquei um pouco triste porque ando meio sem tempo pra escrever (e pra conectar também) e esse é um universo que me cativa tanto, que me deixa tão confortável, leve e tranquila...

    Bom, sem "chorumelas", muitíssimo obrigada pelas palavras!!

    Ah, e nesse poema você mandou muito bem, como sempre faz!!!!

    Bjão

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