terça-feira, 1 de março de 2011

Sessão da Tarde


Ontem a tarde chovia.
Eu largado no sofá às cinco.
Via uma chuva linda, dramática.
Reparava um ambiente frio, sem contrastes, castigado.
A toalha esquecida sobre a cadeira solitária, na área.

Esperava não sei o quê. Talvez um quê a mais.
Sabia do meu estado sonolento e ressacado.
Curti o momento sem ninguém por perto.
O relógio chegava perto das seis.

E mais chuva, mais benção.
O dia se tornou curto e previsível, pra não variar.
Era fácil encostar pra dormir.
Não havia claridade. A samambaia pendia para baixo e ganhava o seu dia.
Era uma visão muito tranquila para um dia normal.

Me vieram pensamentos sobre inspiração e ócio.
Tratei de salvar informações e fiquei quieto.
Voltei o olhar para a TV, involuntariamente, depois de um ruído.
Já era hora de tomar um banho congelante.
Acordar de vez, ou não.



2 comentários:

  1. Nícolas,

    Quando você escreve, deixa transparecer uma familiaridade respeitosa e sábia com as letras.
    Fique sempre pertinho delas. E tenho certeza que elas apreciam, e muito, tua companhia.
    Teu poema é muito bonito. Você descreve com simplicidade e beleza as banalidades de uma tarde chuvosa, que em suas letras, torna-se singular.

    Beijo.

    ResponderExcluir