segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vende-se um outubro




















Vende-se um outubro
Sem nexo, sem versos, sem nada
Vendo em perfeito estado de conservação
Acompanhado de um corpo
Frio, inútil, violentamente mal usado
Vendo também uma gratidão, que de nada me serve
A não ser pelo fato de provocar pena; auto - piedade.
Acompanha também um ego bem gasto e uma mente bem rodada
Que de nada irão me servir a não ser para chorar lembranças de meses passados
Vendo também um punhado de lágrimas; secas, cristalizadas, ainda com cheiro de pedidos
Vendo um coração furado, com vazamentos por todos os lados,
Que de tão feio e apagado, a de servir, até como arte, como um desenho abstrato
Vendo meio quilo de insatisfações (mais não vamos entrar em detalhes, pois o ego já foi acrescentado à lista)
Vendo tudo bem barato, tudo em conta
Mais a prece vai de graça e sem garantia
Vendo tudo por um abraço ou algo que cure minha ferida
Troco pelo fim da solidão
Vendo, por 3 reais e uma vida.

4 comentários:

  1. Acredito eu q seja pouco os elogios....eu gostei mt....de verdade.....axo q eu tb keru vender td isso!!!!bjs!

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  2. Obrigado linda.....gosto muito dele tbm...^^

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  3. cara, se garantiu, poema muito bem pensado, muito bem articulado, o jogo de idéias,de figuras, aposto que foi um daqueles que saiu assim um verso atrás do outro, alguns com mais demora mas, no final foram uns vinte e três que passaram tão rápido que no final a solidão já tinha comprado, se garantiu......

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  4. vlw valcian, foi assim mesmo q ele saiu cara, numa dessas madrugadas doentias...^^

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