sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Verbo

















Minha garganta arranha-se em verbos
Destilando todas as utopias que a alma cria.
Os gritos perdem-se em gramática,
As palavras sussurram meio tímidas as vontades.
Parece que conjugo sentimentos de vapor.
Algo que não toco, mas que paira entre os dedos.
Desloco-me centímetros no tempo
Só pra sentir se é algo que dura.
Pelo menos, tempo suficiente até cortar-me em ecos.
As minhas veias se entopem de migalhas...
Um pão que foi sendo espalhado para desenhar o caminho.
Cada migalha como um verso bem escrito.
Cada verso com um terço de meu suor.
Cada gota,
Com o gosto amargo de uma vida.

(Halifas Quaresma)

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