quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

VIAJANTE


Por que continuas a andar, viajante?
Perdido nas tempestades de areia
Desse deserto de letras
Por que ainda não parou
E agora mesmo ainda caminha?
Seu deserto não é quente
Seu deserto não é frio
E nada surge de bom nessa imensidão
Por que mesmo cansado e ridicuarizado
Ainda percorre esses campos de areia?
No deserto não há noite nem dia
Então por que, viajante
Por que ainda caminhas?
Não verás pôr-do-sol
Não verás anoitecer
Estás só e mal amado
Tem sede, mas não há água
Por que, viajante, ainda caminhas?

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