quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

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Agora não vejo nada
Nem a lua apareceu
Olho pro céu sem estrelas
Dizendo um último adeus

Olho para a triste casa
Tão cheia de cifras, contas
Tão vazia de vida
O dinheiro me amedronta

Agora não penso em nada
Meu olhar se perde ao longe
E escrevo sem emoção
Tão tranquilo quanto um monge

Olho os olhos desta gente
Que talvez não compreenda
Minha poesia contraditória
Tão bela e tão horrenda

Agora não há mais nada
E até o lápis desiste
Do poema inexpressivo
Até ele está triste

Porque não me vem mais nada
E os olhos estão opacos
A alma emudecendo
Acordes ficando fracos...

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