Sentamos longe um do outro para não sentirmos o perfume que
nos agrada.
Não nos olhamos nos olhos pra não corrermos o risco de
passar dias e noites com o mesmo pensamento.
Não nos abraçamos por que temos consciência do que isso
causaria em nós.
Teu olhar dorme quando esta com ele e você acorda quando
sente minha presença.
Nos olhamos em absoluto silêncio, como se tocássemos algo
proibido, como se fosse o medo de quebrar.
Meus dedos deslizam entre a orelha e teus fios negros como a
luz da sala que apagava por defeito.
E em um momento de dor e angústia, os lábios se encontram e
expulsam tudo que é ar.
O relógio marca um
tempo que já não tem mais valor.
Os olhos se apertam, a face se torna leve e o corpo já não
obedece mais a mente
A razão torna-se de fato inexistente por raros 2 minutos
E no submundo da agonia de um adeus permanente,
as bocas se separam e as testas se encostam como se
compartilhássemos pensamentos.
É como ter o poder de tudo, em alguns miseráveis minutos
É como saber do amanhã sem se importar quanto tempo demorará
pra chegar
E em um holocausto de desejos, sacrifico meus delírios e
pensamentos
Em favor de uma gota de felicidade que saia dos teus olhos
E em prol da vida conjugal do homem que te espera no altar
amanhã
Saio agora, da sala, dos últimos metros quadrados que
compartilhamos juntos
Vou, mas deixo a porta aberta...
Jogando com a esperança, brincando com a sorte
Te pedindo que espere
Te dizendo, que volto
(Extraido do conto Cena, de mesmo autor)
Belo texto... seguindo...
ResponderExcluirPutz, que belo poema mesmo!
ResponderExcluirParabéns pelo belo texto. Arrebatador!
ResponderExcluirnossa...obrigado mesmo pessoal ^^
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