quarta-feira, 27 de maio de 2009

De onde

vim de um lugar que desconheço.
vivo num lugar, finjo que o conheço.
em todas as esquinas adivinho um lar.
e em algumas pessoas procuro me abrigar,
pra ver se lembro, meu deus: vim de que lugar?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A CIDADE (Meu retrato de Jacinto)



As impressões que a cidade me deixa
Conseguem me impressionar até hoje
Mesmo que os dias sejam tão parecidos
Mesmo que a vida se estagne entediada
A cidade sempre tem um canto a se explorar

Uma rua, um bar, uma praça
Um amigo distante reencontrado
Um show de rock a terminar
Somente com o despertar do sol...

Sei bem que o campo tem os seus encantos
Sei que a cidade também é refúgio
Para solitários esquecidos
Porém às vezes este isolamento
Em meio a estas milhares de pessoas
Consegue me dar um estranho prazer

Ah... a cidade, a cidade
Com todas as mazelas e favelas
Com todas as donzelas e vielas
Encanta-me por vezes
Por outras me irrita
Mas sempre é a cidade...

Talvez eu seja um urbano irremediável.

APOÉTICO

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Cansei-me de cantar o não-cantar
De versar o não-versar
Cansei de inexpressar-me nos meus versos
Como nestes que acabo de escrever

Desejo novamente os raios do sol
Dos quais tenho fugido neste tempo
Desejo novamente até o gosto da tristeza
Mais triste é ficar seco de palavras

Sinto-me um ser tão fraco
Ao pegar do papel e nada poder escrever
Logo eu que antes podia uma Odisséia
Hoje não consigo mais que um Haikai...

sábado, 2 de maio de 2009

PONTOS DE VISTA

(Leitores, vocês não sabem o quanto eu queria colocar poesias melhores que esta, mas é que a crise afetou minha inspiração...)
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Uma grande diferença
Entre eu e resto do mundo
É que tenho consciência
Para avaliar argumentos
Posso mudar minhas idéias...

Os outros são sempre fixos
Por isso tantos ainda morrem
Em seculares discussões.